quarta-feira, 30 de maio de 2012

MPF pede a suspensão das atividades da Mineração Onça-Puma





O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública contra a Vale, a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) pedindo a suspensão liminar das atividades da Mineração Onça-Puma, empreendimento de extração de nível da Vale em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará, até que sejam cumpridas as condicionantes de compensação e mitigação dos impactos sobre os índios Xikrin e Kayapó.

O MPF também quer a condenação da Vale a pagar todos os danos materiais e morais causados aos índios nos últimos 2 anos, em que o empreendimento funcionou sem cumprir as medidas compensatórias. As indenizações devem ultrapassar R$ 1 milhão por mês para cada comunidade afetada. O empreendimento da Vale em Canaã é de R$ 1 bilhão.

A ação tramita na Vara Única Federal de Redenção. O procurador da República André Casagrande Raupp, responsável pelo caso, sustenta que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará (Sema) impôs condicionantes ao empreendimento para assegurar a sobrevivência física e cultural dos povos indígenas afetados, mas concedeu todas as licenças sem cobrar o cumprimento de condicionantes, permitindo uma situação em que os prejuízos se concretizaram para os índios e a mineradora recolhe os lucros sem cumprir obrigação nenhuma.
Mesmo sem cumprir nenhuma condicionante na fase de licença prévia, a Vale conseguiu todas as licenças posteriores, e a Sema nunca cobrou o cumprimento das condicionantes que ela mesma tinha imposto com base nos estudos etnológicos de impacto sobre as Terras Indígenas Xikrin do Cateté e Kayapó. “Ainda hoje o empreendedor opera normalmente sem atender as condicionantes previstas nas licenças ambientais, otimizando os lucros em detrimento dos interesses indígenas. Só a Mineração Onça-Puma-Vale ganha”, diz a ação judicial.

A Funai também é ré no processo porque demorou quase cinco anos para emitir um parecer sobre os estudos de impacto, que era necessário para dar andamento aos programas de compensação ambiental. Enquanto a Funai permanecia inerte, a Vale foi obtendo todas as licenças da Sema e o projeto se iniciou sem nenhuma garantia aos índios: até agora, a Vale foi incapaz inclusive de apresentar o planejamento dos programas de mitigação e compensação.

Os estudos, feitos pela própria Vale e aprovados pela Funai com enorme atraso enumeram impactos severos sobre a Terra Indígena Xikrin do Cateté, onde vivem cerca de mil índios: pressão de invasões sobre o território indígena, risco de contaminação no rio Cateté, de onde os Xikrin tiram o sustento, poluição sonora e do ar pela proximidade da usina metalúrgica do empreendimento. A Terra Indígena Kayapó, notadamente as aldeias Aukre, Pykararankre, Kendjam e Kikretum, com cerca de 4.500 índios, também é afetada pela mineração de níquel da Vale, principalmente pelo fluxo migracional que gera pressão de invasores e madeireiros sobre a terra.

“O ponto fulcral é que as comunidades indígenas Xicrin e Kayapó não podem continuar sofrendo os impactos do empreendimento Onça-Puma sem que haja a adoção de medidas mitigadoras e compensatórias (aliás, nunca deveriam ter ocorrido os impactos antes das implantação das medidas). Ainda, as comunidades devem ser ressarcidas pelos prejuízos materiais e morais sofridos em decorrência do descaso dos réus na adoção destas medidas, posto que tratam-se de quase 4 anos de expedição da licença de operação sem que houvesse sequer a definição de tais medidas em decorrência dos impactos gerados pelo empreendimento”, diz a ação do MPF.
Desde agosto de 2008 já está ocorrendo o decapeamento do minério, lavra e formação de pilhas de estéril e minério no projeto, que fica bem ao lado da Terra Xikrin. Para o MPF, além da obrigação de implantar os programas de mitigação e compensação, a Vale deve ser obrigada a indenizar os índios em valores calculados de acordo com o tempo em que as atividades econômicas estão funcionando, causando impactos e gerando lucros sem compensação.

Nota de apoio ao Delegado Francisco Bismarck Borges Filho



Delegados lotados na Superintendência do Sudeste do Pará vem a público manifestar apoio e solidariedade ao Delegado de Polícia Civil, Dr. Francisco Bismarck Borges Filho, que de forma destemida, corajosa e responsável atuou como diretor da 21ª Seccional de Polícia Civil de Marabá.

Sem adentrar no mérito das acusações, de que o referido profissional haveria “assassinado um microempresário em Marabá” dentre outras condutas, as quais serão cabalmente averiguadas pela proba Corregedoria da Polícia Civil deste Estado e pelo Ministério Público Estadual, vimos a público externar nosso apoio à este operador do direito, que cumpre seu mister policial com extremo zelo e responsabilidade. 

Todos que conhecem este profissional de segurança sabem que o mesmo combateu o crime de forma eficiente e eficaz por todos os municípios em que trabalhou, atuando desde como plantonista em Marabá à Líder da Força Tarefa de Investigação de Homicídios, quando atuou junto à FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA e recentemente desempenhou suas atividades à frente da 21ª Seccional Urbana de Marabá, onde agiu com serenidade, probidade, prudência, urbanidade, honestidade e energia na execução das atividades policiais civis, sendo estes requisitos elencados na lei orgânica da Polícia Civil Paraense.
É inadmissível num Estado Democrático de Direito que o caso ora em tela tome conotações diversas das questões técnicas e estritamente legais, visando à perpetração de atos tendentes a desqualificar aquele que outrora fora visto como ator efetivo da Segurança Pública e líder de família. Subscrevem a nota os seguintes delegados: Adelina Del Pilar Rodrigues Pinheiro, Adriana Sacramento Silva, Álvaro Luís Beltrão Ikeda, João Ricardo Sousa Inácio, Jorge Gilson da Silveira Carneiro, Reinaldo Marques Júnior, Simone Freitas Felinto, Timóteo Oliveira Soares, Rodrigo Paggi, Victor Costa Lima Leal, Vinícius Cardoso das Neves e Thiago Carneiro Rodrigues