sexta-feira, 15 de junho de 2012

Barragem deixa moradores sem água em Jacundá



Barragem construída em cima de escombros rompe (Foto: Antonio Barroso)






Desde a última terça-feira (12) os moradores da cidade de Jacundá estão sem água nas torneiras tudo por conta do rompimento da barragem construída no rio Arraia.



A Prefeitura entregou a obra em dezembro do ano passado e em menos de seis meses apresenta o primeiro problema estrutural.

Três infiltrações causaram o estrago na estrutura de concreto.



Com isso, o nível da água do reservatório baixou e comprometeu o abastecimento de pelo menos 80% dos domicílios Jacundaenses.



A construção da barragem de captação de água é uma obra de responsabilidade da empresa Fuso Engenharia, a quem coube a construção do complexo de obras que incluem a estação de tratamento de água e a estação de tratamento de esgoto da cidade, orçadas em mais de 15 milhões de reais. E que está com o cronograma de execução atrasada.



Entregue pelo prefeito Izaldino Altoé no final de dezembro do ano passado, cujo acompanhamento teve a participação dos vereadores de Jacundá, a obra era a primeira etapa realizada para levar água tratada para as torneiras das casas. A reportagem esteve no local, na tarde de quinta-feira, 14. Lá, havia uma dezena de homens trabalhando para solucionar o primeiro problema e tentar normalizar a distribuição de água. Segundo explicou um dos responsáveis pela Cosanpa, a distribuição de água está prevista para ser normalizada neste sábado.



Já a estrutura da barragem, construída em cima das ruínas de uma antiga barragem, que à época não suportou a pressão da água por muitos dias, necessitará de mais tempo. A primeira providência, de acordo com um encarregado da Fuso Engenharia, foi desviar o leito do rio Arraia para permitir os trabalhos de reparos na região afetada. Na segunda fase, a equipe da empreiteira vai fazer uma avaliação do problema e depois realizará um planejamento para executar os reparos necessários.

Moradores fecham estrada de acesso de projeto da Vale


 
Moradores fecham estrada de acesso de projeto da Vale


Cerca de 100 moradores da vila Racha Placa, também conhecida como Mozartinópolis,localizada no município de Canaã dos Carajás, interditaram na manhã dessa quinta feira, a estrada de acesso às instalações do maior projeto de mineração da Vale, S11D, que está sendo implantado a 70 km da cidade de Canaã. De acordo com informações da Empresa, o projeto iniciará sua operação com a exploração de 90milhões de toneladas de ferro por ano.

O protesto é contra a situação de isolamento e abandono que a Empresa submeteu os moradores da vila. Em 2010, a Vale comprou todas as propriedades do entorno da daquela comunidade e exigiu que os donos das terras que foram vendidas destruíssem suas casas que tinham na vila. Com isso, os melhores comércios, hotel, sorveteria, entre outros, foram jogados ao chão. Cerca de 60 famílias pobres que moravam na vila e não tinham terra, mas, garantiam seu sustento trabalhando nas propriedades vizinhas, ficaram sem trabalho e sem alternativa. A estratégia da Vale era desestabilizar a comunidade e, dessa forma, as famílias concordassem em sair da área recebendo valores irrisórios.

Os moradores se negaram a sair e, num processo de organização apoiado pelo STR de Canaã, a CPT e o CEPASP, exigiram que a empresa adquirisse uma área e fizesse o reassentamento do grupo. Exigiram ainda que a Empresa pagasse o valor de um salário mínimo para cada família até que todos fossem devidamente assentados, considerando, ter sido a Vale, responsável pelo isolamento da vila.

Em dezembro de2010 a Empresa concordou em atender as exigências da comunidade, iniciou o pagamento de um salário mínimo para cada família e adquiriu a terra para o reassentamento do grupo. No entanto, passados um ano e meio, o acordo não foi cumprido e as famílias continuam no mesmo local em situação de abandono e pobreza. Para piorar ainda mais a situação, há 4 meses, que a Empresa não paga a ajuda de custo para as famílias.

Sem alternativa, as famílias decidiram, na manhã de hoje, interditar a estrada de acesso ao empreendimento da Vale para exigir:

- O reassentamento das famílias até o mês de agosto;



- A retomada do pagamento da ajuda de custo para as famílias;



- A liberação do acesso às propriedades do entorno da vila para coleta de alimentos;



-Retomada das negociações de outras questões pendentes que a Vale não vem cumprindo.





CPT de Marabá, STR de Canaã, CEPASP e Moradores da Vila Racha Placa.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ciclone quase traga pescadores

Ciclone tropical causou medo em pescadores..

... mas também rendeu um belo espetáculo


Uma equipe de pescadores esportivos passou um sufoco daqueles quando por muito pouco não é sugada por um ciclone tropical no Lago de Tucuruí, na tarde da última quinta-feira (7). A equipe era composta por este repórter, o empresário Hudson Silva e o executivo Wagner Franchia, o “Pipoca”,que veio de Curitiba exclusivamente para pescar no Lago.

O ciclone se precipitou às proximidades da antiga Ilha do Bogéa. Nesse tipo de evento da natureza, geralmente vem precedido de uma tempestade.
Demorou pouco mais de cinco minutos o ciclone, porém foi o suficiente para causar um grande frisson entre os pescadores.
O paranaense “Pipoca” foi um dos mais afetados pelo evento natural, uma vez que se encarregou de juntar equipamentos que se espalhavam na embarcação “Pesca Marabá”.

Pilotado por Hudson Silva o "Pesca Marabá" sofreu com os fortes ventos,  mas a destresa do piloto evitou o pior e ao final da turbulência foi possível capturar belas imagens do ciclone.
Em outra embarcação seguia o experiente pescador Francimar e o paranaense Paulo Marinho, parceiro de pescaria do “Pipoca”.
Estes dois passaram um pouco mais distante e o sufoco foi bem menor, inclusive, Paulo Marinho teve tempo de filmar o Ciclone Tropical.
Predatória – Após o sufoco do Ciclone Tropical, a dupla de paranaenses, “Pipoca” e Paulo Marinho se hospedaram na Ilha dos Perdidos e pescaram durante três dias no Lago de Tucuruí.
Fisgaram alguns peixes, porém não foi suficiente para superar as expectativas de ambos que desejavam capturar belos espécimes de tucunaré.
Esse tipo de peixe, no Lago de Tucuruí está cada vez mais escasso em função da pesca predatória. Não importa o local em praticamente todas as localidades que se “estaciona” uma lancha há redes estendidas.
Geralmente esse tipo de apetrecho está abaixo da medida permitida. De outro lado, durante os cinco dias em que os pescadores esportivos estiveram no lago de Tucuruí não se viu uma única atividade de fiscalização.
Os dois pescadores curitibanos observaram que estes dois fatores, a pesca predatória, aliada à omissão de quem deveria fiscalizar coloca em risco a piscosidade do lago, tal qual aconteceu em outras regiões.
Por sua vez, o vice-presidente da Associação de Pesca de Marabá e do Araguaia Tocantins (Aspemat), Alexandre Lourenço lembrou que uma das bandeiras da entidade é lutar para o fechamento do Lago por um período de dois anos a fim de combater a pesca predatória.
Até mesmo os pescadores artesanais reclamam da pesca predatória, entre elas Cléia Coqueiro.
"Estamos passando dificuldades, são pescadores de outros estados que estendem quilômetros de redes no Lago e capturam diversos cardumes de peixes”, comenta.
Estes mesmos pescadores, segundo Cléia Coqueiro, não respeitam os ribeirinhos. “Estava tentando pegar alguns tucunarés, perto de casa e eles chegaram e colocaram as redes deles, tive de sair, pois espantaram os peixes, não respeitam nem o lugar onde a gente mora e ainda nos ameaçam se a gente reclamar deles”, denuncia.

Cicerone - A dupla de pescadores paranaenses, Paulo Marinho e Wagner Franchia o "Pipoca" foram recebidos em Marabá pelo empresário Hudson Silva.

Ambos desembarcaram em Marabá por volta das 15 horas da última quarta-feira (6), passaram numa loja de pesca esportiva da Antonio Maia, compraram coletes salvas vidas e no final da tarde arremessavam iscas no rio Tocantins, na localidade "Ronca".

Na manhã seguinte a dupla seguiu em direção ao Lago de Tucuruí, onde pescaram durante todo o feriado e apesar de não fisgarem grandes quantidades de peixes saíram satisfeitos com a atenção dispensada pelo empresário Hudson Silva, este por sinal conseguiu capturar dois belos espécimes de tucunaré.

O susto de ter passado bem perto de um ciclone serviu de ingrediente à mais nessa pescaria. Vale lembrar que todos os pescadores estavam de coletes salva vidas, indispensáveis quando se estar navegando.