sexta-feira, 10 de junho de 2011

Criança baleada em armadilha fora de risco

Getúlio de Araújo alegou não ter recursos para pagar vigia



 


Apesar de ter sofrido um baleado no pescoço, a criança de sete anos não corre risco de morte. Ela foi atingida por uma descarga de chumbo de uma arma caseira, na tarde da última terça-feira (7).
A criança se acidentou ao resvalar numa linha que na verdade servia de gatilho para uma arma caseira. A armadilha foi montada numa cerca de madeira de uma horta, localizada no bairro Laranjeiras, fronteira com o bairro Novo Planalto.
O dono desta propriedade, Getúlio Gomes de Araújo foi indiciado por lesão corporal grave. Ele contou ao delegado Rodrigo Paggi, que montou o artefato para tentar evitar que vândalos invadam a horta dele e furtem as verduras.
Getúlio de Araújo mantém essa horta há pelo menos duas décadas. Contou ao delegado que a propriedade vem sendo saqueada constantemente e contabiliza pelo menos 10 furtos nos ocorridos nos últimos dois anos.
A fim de justificar a utilização da armadilha, contou ao delegado que não tem condições financeiras para contratar um vigilante noturno em face aos custos desse profissional.




Ministro promete empenho na investigação


Forte aparato policial durante permanência de ministro em Marabá

24 agentes da Força Nacional auxiliam permanecem em Marabá

Maria do Rosário: "Violência é inaceitável"

Integrantes da Fetagri, minutos antes de entregar pauta à ministro


 

Durante visita à Marabá nesta quinta-feira (9), o ministro José Eduardo Cardozo anunciou empenho do Estado na investigação do caso do duplo homicídio ocorrido no dia 24 de maio, no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira em Nova Ipixuna. O casal de extrativista, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.

O outro anúncio do ministro, diz respeito a um grande mutirão judiciário que deve ser realizado a fim de desengavetar cercar de 1,7 mil inquéritos envolvendo homicídios no campo.
Pra se ter uma idéia, somente no Pará há tramitação de 76 processos de homicídios decorrentes de conflitos agrários. Esse mutirão deve acontecer envolvendo todos os entes do estado.

Esse trabalho, segundo o ministro deve acontecer em caráter sigiloso. “Quem descreve as ações, favorece o infrator, portanto temos um plano que para obter êxito o sigilo é importante”, comentou o ministro.

Quanto à proteção aos líderes envolvidos, efetivamente, àqueles que estão mais ameaçados devem receber proteção, garantiu o ministro.

Respeitar a autonomia dos estados, tudo é feito de comum acordo entre os entes federativos, assim descartou a possibilidade de intervenção.
A ação de combate à violência no campo no Pará deve envolver todas as forças armadas, segundo garantia do Ministério da Defesa. “Vamos enfrentar o problema pontual e permanente”, sentencia.

A ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes classificou que é inaceitável a violência e disse que o Estado está preocupado e desenvolvendo uma série de ações de governo de forma integrada.

“Do ponto de vista dos Direitos Humanos, a sociedade está unida e cobra segurança”, afirma lembrando que as ações de governo visam minimizar os conflitos no campo.


Sem terra forçam mudança de reunião




Por conta de comentários dando conta que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fetragri e Fetraf, a comitiva do o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo mudou o local da reunião em Marabá, que inicialmente estava marcada para acontecer no Fórum de Marabá, porém acabou ocorrendo na residência oficial da Infraero, no aeroporto de Marabá.

Havia rumores de que os sem terra, acampados na Agrópolis Incra há quase um mês, poderiam interditar a rodovia Transamazônica em sinal de protesto. Pela manhã, estes sem terra bloquearam a ponte do rio Itacaiúnas, por mais de duas horas e causou um grande engarrafamento.

Integram a comitiva a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o presidente da Fundação Nacional do Índio, Marcio Meira e o Diretor Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. 

De última hora, foi convidado o coordenado da Comissão Pastoral da Terra de Marabá (CPT), José Batista Gonçalves Afonso, que chegou na residência oficial por volta das 18 horas.

Meia hora depois, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegam ao local da reunião, entre eles, Raimundo Moura e Ulisses Manaças.

Eles entregaram uma pauta conjunta dos movimentos de trabalhadores ao ministro José Eduardo onde, entre outras coisas, cobram o assentamento imediato de 8 mil famílias, o fim da violência e impunidade no campo, prisão dos assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais.

O líder do MST, Raimundo Moura, ou Tito Moura, lembrou que os “companheiros” previam uma recepção à altura ao ministro José Eduardo Cardozo, porém negou que pretendessem interditar novamente a ponte do rio Itacaiúnas, ou qualquer outro tipo de ação mais contundente.

“Como estamos acampados próximo ao Fórum, claro que os companheiros iriam até lá para receber o ministro, mas não iríamos fazer nenhum tipo de ato de vandalismo”, descarta.



Inquérito tramita em segredo de Justiça



A investigação da morte do casal de extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva Cardozo, desde esta quinta-feira tramita em segredo de justiça. A orientação, segundo fonte segura, partiu do juiz Murilo Lemos Simão.

Evidentemente que esta orientação foi dada após rumores de que a Polícia Civil havia pedido a prisão preventiva do pecuarista José Rodrigues, que teriam mandado matar o casal.

A matéria desta notícia foi veiculada no Estado de São Paulo, edição de terça-feira e causou um grande mal estar na Polícia Civil a ponto de a instituição ter emitido uma nota a respeito do assunto.

De certo é que a investigação, segundo uma fonte segura está praticamente fechada, restando apenas a Polícia identificar quem são e onde estão os dois acusados de ter matado o casal. O retrato falado dos dois acusados foi divulgado na quarta-feira. 

O delegado Rilmar Firmino de Souza, à frente do caso, adiantou, porém que é questão de tempo para que a Polícia prenda os envolvidos. “A pressão nesse caso é grande, mas pode ter certeza, vamos chegar aos envolvidos.



Pauta dos colonos


Consta na pauta apresentada o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo algumas reivindicações que visam minimizar os conflitos no campo.
Participaram da audiência com o ministro, o advogado José Batista Gonçalves Afonso, (CPT), Ulisses Manaças, Raimundo Moura, Charles Costa (MST), Francisco Carvalho (Fetraf), Francisco de Assis Solidade da Costa, Carlos Augusto Santos SIlva e Maria Joel Dias da Costa (Fetagri). Abaixo alguns destas demandas.

Assentamento de 8 mil famílias acampadas em área ocupadas
Estrada nos 503 assentamentos
Construir 3 mil quilômetros em 2011
Recuperação de 10 mil quilômetros em 2011
Energia elétrica para 18 mil famílias no sul e sudeste
Licenciamento ambiental para todos os assentamentos do sul e sudeste
Este ano, licenciar 103 assentamentos
Garantir a universalização da assistência técnica
Garantia de segurança aos ameaçados de morte
Prisão dos assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais
Fim da violência e impunidade no campo
Fim da grilagem das nossas terras.



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Força Nacional desembarca no Pará


Tropa deve permanecer por tempo indeterminado no Pará



 

Desembarcou em Marabá, na última quarta­-feira (8), um contingente de pelo menos 30 agentes da Força Nacional que devem reforçar o policiamento nos municípios de Altamira, Santarém e Marabá.

Neste último município os agentes devem permanecer por tempo indeterminado e chegaram motivados pelo duplo homicídio ocorrido no dia 24 de maio deste ano, cujas vítimas foram os extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.

Os agentes estão aquartelados no 4º Batalhão de Polícia Militar de Marabá. Devem percorrer diversos municípios das regiões sul e sudeste do Pará em missões diversas, sobretudo para o combate à violência no campo.

Porém a vinda destes agentes, suscitou alguns questionamentos por partes de policiais civis, que investigam o duplo homicídio, que levantaram várias indagações, sobretudo a respeito da eficácia deles na região.

A Força Nacional foi formada em julho de 2004 e é uma unidade federativa que absorve agentes de todos os órgãos de segurança pública do Brasil. Atualmente tem um contingente de pelo menos 18,6 mil agentes, sendo que cerca de 11 mil estão em condições de convocação para qualquer emergência em nível nacional.

A requisição da Força Nacional para determinada situação é feita através do governador interessado nesta unidade pacificadora. Atualmente estão sendo desenvolvidas 69 missões em 19 estados brasileiros.  


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Polícia nega pedido de prisão preventiva

 

Rilmar Firmino: "Ainda não pedi prisão de nenhum suspeito"


O delegado geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza negou, ontem, que a Polícia do Pará pediu a prisão preventiva do pecuarista José Rodrigues, que teria mandado matar o casal de ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.

“Fiquei o dia inteiro ontem só explicando isso: a Polícia Civil do Pará não pediu a prisão preventiva de nenhum suspeito de ter mandado matar o casal José Claudio e Maria do Espírito Santo”.

A matéria dando conta do pedido de prisão foi publicada nesta quarta-feira no Estado de São Paulo e é assinada pelo jornalista Carlos Mendes.

Entre outras coisas, o jornalista afirma que o fazendeiro mandou matar o casal e pagou R$ 5 mil e os crimes foram motivados por disputa de lotes no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira em Nova Ipixuna, o (PAEX).

Para Rilmar Firmino, a divulgação de tal notícia é fantasiosa e não seria muito inteligente divulgar o pedido de prisão preventiva de um suspeito de determinado caso.


“Como poderíamos divulgar o nome de um suspeito de crime, se assim o fizéssemos não seria nada inteligente, afinal o suspeito poderia desaparecer”, comenta.


Pistoleiros fugiram em direção a Itupiranga

Os dois pistoleiros acusados de matar os ambientalistas José Claudio Ribeiro da Silva, e Maria do Espírito Santo da Silva, fugiram pelo rio Tocantins e atravessaram em direção ao município de Itupiranga.
O casal foi executado a tiros no dia 24 de maio no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira (PAEX), em crime que teve repercussão internacional.
Os dois suspeitos foram vistos nos horários de 5h30, seguindo para o PAEX, e às 8h30 fazendo o caminho inverso em direção ao rio. A informação foi repassada pelo delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza, na tarde de terça-feira (7) em Marabá. Foi durante entrevista coletiva de apresentação dos retratos falados dos dois pistoleiros. Um dos elementos tem pele e olhos claros, altura aproximada entre 1,60m e 1,65m, rosto arredondado e cabelos lisos castanhos. Já o segundo homem seria negro, com olhos médios, nariz chato e cabelos curtos escuros, compleição forte e altura aproximada de 1,70m.
O laudo da Perícia de Montagem e Individualização Iconográfica dos Retratos Falados da Polícia Civil, concluiu que o grau de semelhança ou comparação aos assassinos é de 90% para o homem de pele clara, e de 70% para o suspeito de pele escura.
Com a divulgação dos retratos falados, a polícia espera receber um volume considerável de denúncias a respeito do paradeiro deles. Quem tiver alguma informação que possa contribuir com o trabalho policial pode ligar para o 181. A identidade do denunciante será mantida em total sigilo.
Quatro pessoas conversaram com os pistoleiros. Uma das conversas aconteceu no domingo à tarde, dois dias antes do crime. Os acusados estavam numa moto Bros vermelha e indagavam como eles faziam para chegar até o Porto do Barroso.
Segundo o delegado Rilmar Firmino, os dois colonos que conversaram com os pistoleiros e cujas identidades estão sendo mantidas em absoluto sigilo, tiveram tempo de observar alguns detalhes, como os olhos esverdeados do homem branco, e o de pele morena que usava cabelo baixo e estava de boné. Outros dois colonos também conversaram com os desconhecidos e informaram, já na terça-feira pela manhã, o caminho que deviam seguir para chegar ao Porto do Barroso. Os depoimentos dessas duas testemunhas coincidiram com as dos dois primeiros que mantiveram contato com os matadores, incluindo os detalhes das fisionomias e a cor da moto Bros, vermelha.
Silêncio - Apesar de já ter ouvido 32 pessoas no inquérito que apura as mortes do casal de ambientalistas, a Polícia Civil (PC) está tendo dificuldades na apuração dos crimes. A informação é do delegado titular da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá, José Humberto de Melo Júnior. Para ele, existe um silêncio total na cidade e na zona rural de Nova Ipixuna. "Com a divulgação dos retratos falados, esperamos quebrar o silêncio e conseguir a colaboração das pessoas, seja de forma direta, indo à delegacia, ou através do telefone 181. A ligação é sigilosa", garante.
Mas, independentemente da colaboração ou não das pessoas, o trabalho policial continua no sentido de tentar localizar os dois suspeitos.


João dos Santos pode ter sido morto por vingança


Falso colono era foragido do Maranhão



A propósito da ampla cobertura dada ao homicídio que aconteceu na noite da última quarta-feira (1º), em Eldorado do Carajás, tendo com vítima o suposto colono, Marcos Gomes da Silva, na verdade ele se chama João Vieira dos Santos 33 e era foragido da cidade maranhense, Zé Doca onde foi indiciado por homicídio.

As informações a respeito da vida pregressa dele foram levantadas pelo delegado Vicente Ferreira Gomes e foram repassadas ao delegado geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza, que por sua vez repassou à imprensa.

Segundo o delegado Rilmar de Souza, João dos Santos, matou a pauladas Francisco das Chagas de Albuquerque França em 2001.

Natural de Bom Jardim, no Maranhão, João dos Santos foi preso em Zé Doca de onde fugiu em 2003. Ele fugiu para o Pará, onde morou em Paragominas, Tailândia, Gionésia, Xinguara e por último em Eldorado.

Neste município ele usava o nome de Marcos Gomes da Silva, porém não tinha documento algum. Segundo Rilmar de Souza, o então foragido se infiltrou no assentamento e em todas as situações onde tinha de dar o nome, fornecia o nome da mulher dele.

Durante estes anos em que esteve morando no assentamento não se preocupou em tirar novos documentos.

Quando saiu de Zé Doca, deixou para trás dois filhos e não manteve contato com eles. “Então é muito estranho uma pessoa que deixa pra trás filhos”, lembrou.

Ainda de acordo com o delegado, a vítima granjeou vários inimigos por conta dos assaltos que praticava. Um deles teria acontecido recentemente a um caminhoneiro.

Sobre a investigação desse caso, o delegado conta que é infinitamente mais complexa se comparado com a investigação dos ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, mortos dia 24 de maio.

“Não tem comparação, pois a vítima tinha a vida bastante conturbada e cometeu vários assaltos, portanto, segurança a morte dele tem ligação com os atos que ele cometeu”, sintetiza.  

Sindicalista ameaçada de morte


Ilka Lima: Acuada e sem condições de sair do bairro



 

A presidente da Associação dos Moradores do Bairro da Paz, Ilka Barros Lima denunciou ao delegado Renato Lopes Taralo, que estava sendo ameaçada de morte.

As ameaças vêm de duas frentes. Na manhã desta terça-feira (7) ela contou que recebeu duas ligações anônimas onde os interlocutores foram claros: “Larga isso de mão, senão vai ter que sair do bairro”.

De outra parte, durante uma assembléia na sede da Associação, duas mulheres de prenomes: “Mara” e “Loira”, disseram para a sindicalista ir embora do bairro.

Tais ameaças ocorrem por conta de uma invasão recente de duas áreas dentro do bairro da Paz. Um deste terreno, localizado no final da rua Alfredo Monção, que seria destinada à construção de escola, creche e posto de saúde.

O outro terreno invadido, localizado no final da rua Afro Sampaio é um manguezal, onde há buritis, açaí, córrego e diversos tipos de pássaros.

Ilka Lima disse que a intenção seria preservar este para no futuro manter um espaço verde dentro do bairro, porém os sem teto ocuparam estes terrenos e ainda ameaçam de morte a sindicalista.

Diante dessas ameaças, Ilka Lima teme morrer a qualquer momento e anda com a síndrome do pânico. “Vejo pessoas estranhas ao meu redor a todo instante, não consigo dormir direito e vivo com medo”, narra.

Contou que na semana passada, havia duas pessoas estranhas rondando a casa dela. “Todos sabem que o nosso bairro tem um histórico de violência e os crimes acontecem e não há explicação e nem punição”, acrescenta.

Pra se ter uma idéia desse histórico de violência, desde a formação deste bairro em 2006, quatro líderes sindicais foram assassinados, entre eles, Edivan Siqueira de Oliveira, morto dia 12 de junho de 2007; Josiel Barros Pereira, o Cabeça, dia 3 de agosto de 2007; João Batista Góes, o Joãozinho do Jet, em 20 de junho de 2008 e Manoel Moura de Oliveira, morto no dia 26 de agosto deste ano.

“A gente sabe como essas coisas acontecem, eles ameaçam, o estado se omite e muitos morrem, não quero morrer e só não vou embora desse lugar porque não tenho pra onde ir”, conclui.




terça-feira, 7 de junho de 2011

Madeireiros fecham PA-150



Caminhoneiros tiveram de esperar no meio da pista
Trabalhadores da indústria madeireira temem desemprego
Pneus foram usados para interditar pista
Vereador Filho encabeçou manifestação da PA-150
Interdição durou seis horas causou grande engarrafamento











Liderados pelo setor madeireiro de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, boa parte da população deste município realizou ontem pela manhã protesto que culminou com o fechamento da PA-150. Por volta das 14 horas os manifestantes liberaram o tráfego. Filas quilométricas se formaram nos dois sentidos da pista.
Os manifestantes queimaram pneus às proximidades de uma ponte na entrada da cidade, sentido Marabá, Nova Ipixuna. A manifestação coincide com a chegada da Força Nacional, que tem previsão de chegar em Marabá nesta quarta-feira para auxiliar no combate aos crimes no campo.
Faixas e cartazes expunham os sentimentos dessa categoria no que diz respeito ao duplo assassinato do casal de ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, morto a tiros no dia 24 de maio deste ano, na vicinal Maçaranduba, assentamento Praialtapiranheira, em Nova Ipixuna (PAEX).
Para boa parte dos madeireiros é injusto vincular a morte do casal com a atividade madeireira. Por conta deste duplo homicídio, o Ibama desencadeia operações de fiscalização nas últimas duas semanas no PAEX.
Doze madeiras foram fechadas e o órgão ambiental requereu a cassação das licenças ambientais e de funcionamento destas madeireiras. Muitas dessas empresas já vinham sendo multadas desde 2007. Houve casos que uma só empreso foi multada 18 vezes entre 2007 e 2010 por crime ambiental.


Setor queria visibilidade nacional



O protesto também coincidiu com o desembarque de uma equipe de uma emissora nacional, que faz uma matéria sobre o duplo assassinato do casal de ambientalistas e suas respectivas repercussões.
Diante da presença desses jornalistas, madeireiros, empresários diversos e alguns políticos locais se organizaram e realizaram a manifestação.
Somente após a garantia que o setor seria ouvido, os manifestantes aceitaram liberar a pista, uma vez que o clima no local ficava cada vez mais tenso.
O vereador João Santana de Carvalho Filho (PMDB) comentou que em momento algum a população de Nova Ipixuna é contrária à investigação que está sendo feita para apurar a morte do casal de ambientalistas, porém toda a sociedade não poderia ser penalizada com o fechamento das madeireiras, cuja atividade é bastante significativa.
Filho, como é conhecido o político, disse que uma laminadora foi fechada no município porque não tinha um poço semi-artesiano. Esta empresa foi multada e teve de demitir 60 mulheres.
Vera Lúcia Arantes, representante do setor madeireiro, informou que o protesto tinha como objetivo mostrar ao mundo que em Nova Ipixuna há pessoas trabalhadoras e que precisam sobreviver.
“Somos trabalhadores, não podemos ser punidos dessa forma, então é preciso que os governantes olhem para a nossa cidade com mais carinho e nos dê alternativa e não punição”, sentencia, lembrando que o manifesto teve esse objetivo. 



Associação comercial diz que setor é importante


O presidente da Associação Comercial de Nova Ipixuna, Egilberto dos Santos Sales 50, comentou que por conta do fechamento das madeireiras, pelo menos 500 pessoas ficaram desempregadas.
“Não podemos ser penalizados, a sociedade não pode pagar um preço tão alto pelo erro de uma pessoa”, comentou desejando que a Polícia elucide o mais rápido possível a morte do casal de ambientalistas.
Em se perdurando a atual situação das madeireiras, Sales, acredita que o município enfrentará uma grande crise, tendo em vista que o setor madeireiro e carvoeiro é responsável por pelo menos 50% da movimentação financeira do município.
O comerciante Emerson Fernandes foi taxativo e disse que o município vai se transformar num caos social. “A principal renda do município é o setor madeireiro que está sendo penalizado e se continuar desse jeito vai ser um caos”, prevê.
O empresário do setor de combustíveis, Maurício Chagas exemplifica a queda na arrecadação no posto de combustíveis dele dizendo que nos últimos quinze diz, o faturamento caiu cerca de 900%.
“Antes da fiscalização do Ibama faturava em torno de R$ 8  mil por dia, agora o faturamento não chega a R$ mil, então se continuar desse jeito vou ser obrigado a demitir funcionários e até fechar as portas”, prevê.



Alternativas econômicas para a cidade




Para o secretário de educação de Nova Ipixuna, Sebastião Santos Damascena o momento, além de protestar contra as ações do Ibama, é preciso haver um consenso entre empresários, políticos e o governo do estado a fim de atrair novos investimentos.
“Vamos ter uma audiência com o secretário de agricultura do estado do Pará, Hildegardo Nunes e iremos discutir alternativas econômicas, pois apenas o setor madeireiro fica praticamente inviável”, comentou.
A respeito do protesto, Damascena disse que foi o estopim de uma situação que há muito está em declínio e sendo perseguida. “Boa parte da população de Nova Ipixuna trabalha nos setores madeireiro, pecuário e de carvoaria e não podem ser punidas, pois isso é injusto”, acrescenta.
Praticamente todos os entrevistados foram unânimes em dizer que são favoráveis à investigação do duplo homicídio do casal de ambientalistas, porém defendem a abertura das madeireiras.
Vale lembrar também que a reportagem tentou conversar com alguns madeireiros que estavam no protesto, porém nenhuma deles quis se pronunciar. Um deles foi Laurindo Tedesco, que preferiu “passar a bola” para a empresária Vera Lúcia, pois alegou que não estava em condições físicas.










segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ladrões roubam BB de São Domingos






 
 


 



Independentemente do dia, hora, ou quantidade de efetivo policial na região, as quadrilhas especializadas em roubos a banco dão show de audácia e roubam quem e quando bem entendem.
Ontem à tarde, por volta das 16h30, seis assaltantes, invadiram o município de São Domingos do Araguaia e roubaram a agência do Banco do Brasil e promoveram um dia de terror nesta cidade.
As quadrilhas agem em municípios de pequeno porte onde geralmente o contingente policial é diminuto. Em São Domingos do Araguaia, pra se ter uma idéia da fragilidade policial, há apenas dois investigadores, um delegado e um escrivão, além de uma pequena guarnição da Polícia Militar.
Os seis assaltantes estavam em dois carros uma camionete D-20 e uma Montana. Renderam os investigadores Averlândio Cabral e Vander Juniso Furtado, que estavam realizando blitz na cidade. Ambos foram desarmados pelos assaltantes.
Ato contínuo, se deslocaram até a agência do Banco do Brasil, na rua D. Pedro I, centro da cidade e efetuaram vários disparos pra cima.
Nesta agência, renderam o único vigilante que fica de plantão. O expediente já tinha encerrado, porém dentro da agência havia pelo menos vinte pessoas.
Todas foram feitas de refém e obrigados a ficarem em frente à agência numa espécie de cordão humano. Os assaltantes ficaram quase uma hora dentro do banco a atiraram para todos os lados.
Uma parte do bando ficou do lado de fora da agência, enquanto outros assaltantes entraram e levaram uma considerável quantia em dinheiro. A direção do banco não divulgou o montante roubado, porém os assaltantes saíram com duas bolsas recheadas de dinheiro.


Banco do Brasil ficou parcialmente destruído após assalto

Curiosos conferem estragos provocados por assaltantes

Fábio dos Santos foi baleado de raspão no lábio inferior

Duas pessoas baleadas durante troca de tiros




Durante a troca de tiros entre assaltante e policiais militares duas pessoas saíram feridas. Uma delas de prenome Josué foi ferido na coxa direita, enquanto Fábio Gomes dos Santos 22.
Ambos seguiam numa moto em direção à vila Patauá, zona rural de Marabá quando foram parados pelos investigados Cabral e Vander e logo em seguida os assaltantes chegaram e renderam todos os quatro e ordenaram que entrassem no carro e foram até a agência.
“Perdeu, perdeu”, disseram apontando rifles em direção aos dois investigadores e os dois colonos. Logo em seguida, os assaltantes conduziram os investigadores e mais a viatura da Polícia Civil em direção ao banco.
Chegaram na agência e promoveram pelo menos uma hora de muito tiroteio e deixaram um rastro de destruição semelhante a outros roubos de banco praticados no sul e sudeste do Pará.
Vidros estilhaçados, estampidos de tiros para todos os lados, correria, muita gritaria dentro do banco. Eram os clientes tentando se livrar de uma bala perdida. Os ladrões roubaram a agência e alguns clientes que estavam depositando dinheiro naquele momento.
Após o expediente bancário, o banco atende empresários que movimentam consideráveis quantias em dinheiro e neste momento os ladrões chegaram, dando a entender que sabiam desse importante detalhe.
Um micro empresário, dono de um açougue que fica em frente ao banco e que pediu para não ser identificado, contou que tudo foi muito rápido a ponto de quase não identificar nada da ação.
Ele tinha outro bom motivo para não tentar identificar nenhum assaltante, pois no momento do tiroteio se escondeu atrás de um balcão de lajota a fim de evitar ser baleado. “Fiquei escondido, não vi nada”, resumiu.
Quem viu alguma coisa preferiu o anonimato. Muitos curiosos, porém divergiam em relação à quantidade de assaltantes, cujo número variava, entre seis, oito e dez assaltantes.
Porem o investigador Cabral confirmou de que fato se tratava de seis assaltantes. Eles fugiram na viatura da Polícia Civil e nas duas camionetes em que chegaram em São Domingos.
Os assaltantes fugiram pela BR 153 em direção ao açaizal, onde se depararam com uma equipe da Polícia Militar e trocaram tiros com os militares.
Seguiram pela vicinal da fazenda Boa Esperança que dá acesso à Brejo Grande do Araguaia e possivelmente ao porto da balsa que permite chegar aos municípios de Ananás e Araguatins.
Buscas - As buscas estavam sendo coordenadas pelo delegado Rilmar Firmino de Souza, que está na região investigando os homicídios do casal de ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva e a esposa dele, Maria do Espírito Santo além de Marcos Gomes da Silva, morto a tiros em Eldorado do Carajás.
Equipes de policiais militares chefiadas pelo tenente coronel José Sebastião Monteiro Júnior, além do Grupo Tático Operacional (GTO), se deslocaram até o município e auxiliam nas buscas na mata.
Os assaltantes, provavelmente estavam preparadas para passar a noite na mata, uma vez que carregavam mochilas contendo mantimentos e munições.
Até o fechamento desta matéria nenhum suspeito havia sido preso. Há a suspeita de um assaltante ter sido baleado durante a refega com os policiais militares.


Alto poder de fogo dos assaltantes



Chamou a atenção da população e de muitos outros espectadores, o alto poder de fogo dos assaltantes. Dos seis, pelo menos quatro estavam armados com fuzis Ak-47 e outro com um fuzil Parafal, calibre 7.62.
A audácia dos assaltantes também foi notada, uma vez que renderam e desarmara dois investigadores, além de chegar e fugir numa viatura da Polícia Civil.
Quando estas quadrilhas agem nestes municípios de pequeno porte revela o quanto o esquema de segurança publica é falho e os ladrões exibem alto poder de fogo
Este foi o primeiro assalto ao BB de São Domingos do Araguaia este ano, porém ano passado os ladrões atacaram duas vezes esta mesma agência. A penúltima vez aconteceu no dia 4 de agosto do ano passado, sendo que a agência ficou fechada por mais de um mês.
Ano passado aconteceram 22 assaltos a banco no Pará e em 2009, os ladrões atacaram 18 municípios. Boa parte das quadrilhas é de outros estados e geralmente se unem com os assaltantes do Pará para roubar.

Ceguinho protagonizou furto em Delegacia da Cidade Nova


Ceguinho morto a facadas no Independência



Final de semana bastante movimentado na Divisão de Homicídios de Marabá. Onze corpos foram necropsiados, sendo sete vítimas de acidente de trânsito, quatro homicídios e uma pessoa morta provavelmente afogada.
Entre os homicídios, dois aconteceram em Marabá. Uma das vítimas foi o flanelinha Márcio Conceição Silva, o Ceguinho, ou Pirata, 19 anos, morto no sábado à noite, com alguns golpes de arma branca.
O crime aconteceu na rua Paulo Fonteles, bairro Independência. A vítima caiu em frente à casa de número 957. São poucas as informações a respeito das circunstancias desse crime, uma vez que a rua é bastante escura e no momento circulavam poucas pessoas pela rua.
O delegado Rodrigo Paggi, disse ter um suspeito deste crime, porém para não prejudicar o andamento da investigação preferiu não fornecer maiores detalhes acerca do crime.
“Na verdade esse caso está praticamente elucidado, mas infelizmente não podemos dar detalhes, senão o suspeito pode desaparecer de vez”, afirma o delegado lembrando que deve pedir a prisão preventiva do suspeito.
Para quem não se lembra, o Ceguinho, ou Pirata protagonizou um episódio bastante ousado no mundo do crime. No final do ano passado, ele invadiu a Delegacia Distrital de Cidade Nova de onde furtou uma pistola de uma pedra de crack de cerca de 400 gramas.
Dois dias após o crime, o acusado foi preso, ouvido em depoimento e posto em liberdade uma vez que não havia pedido de prisão preventiva contra ele.

José Luís de Sousa pode ter sido assassinado por engano


Assassinado em bar da Folha 35




Outro que movimentou o plantão do IML de Marabá aconteceu na Folha 35, Nova Marabá. Era por volta das 23 horas quando duas pessoas numa moto se aproximaram da vítima e dispararam vários tiros.
A vítima foi José Luís de Sousa 31 anos. Ele estava nesse bar quando o pistoleiro da moto, chegou, chamou o nome dele e em seguida efetuou os tiros fatais.
Segundo o delegado Rodrigo Paggi, os pistoleiros podem ter matado a vítima enganada, uma vez que os comentários gerais acerca da vítima davam conta que se tratava de pessoa bem quista e trabalhadora.
“Geralmente quando matam pessoas de má índole as pessoas comentam sobre a vida pregressa, mas neste caso diversas pessoas falaram bem dele”, comentou levantando a tese de que a vítima pode ter sido morta por engano.


Família não permite necropsia em corpo



Outro homicídio que está rendendo diversos comentários aconteceu no sábado à noite na Vila Santa Fé. A vítima foi o braçal Jailson Alves da Silva 22, morto a tiros.
Neste caso, parentes da vítima não permitiram que o corpo fosse trasladado até Marabá a fim de ser submetido a exames de necropsia como é praxe, cujo trabalho pode auxiliar a Polícia a identificar o tipo de armamento usado no crime.
Assim, o delegado Rodrigo Paggi, certificou a desobediência e deve encaminhar tal procedimento à Justiça. “Os parentes não permitiram que a perícia fosse feita, o que pode prejudicar o nosso trabalho”, comentou.
A respeito deste crime, o policial disse que tem poucos elementos, o que pode também dificultar o trabalho de investigação.
Outros – De São Geraldo do Araguaia veio o corpo de uma pessoa que pode ter sido vítima de afogamento e que até o fechamento desta matéria ainda não tinha sido identificada.
Deste mesmo município, deu entrada no IML, o corpo de Afonso Elpídio do Nascimento 36. Ele foi morto a pauladas em Parauapebas, no sábado.
De Eldorado do Carajás, morreu vítima de homicídio o braçal, Júlio Benvino do Nascimento Júnior 21. Ele foi morto a golpes de arma branca.
Acidentes são maioria neste final de semana. Dos onze corpos necropsiados no IML de Marabá, sete pessoas foram vítima de acidentes fatais.
Em Itupiranga, no domingo, morreram Nilton Cunha da Costa 31 e Aldir Campelo da Silva, 26. Ambos pilotavam motos sem os respectivos capacetes e colidiram frontalmente. 
Neste mesmo município, faleceu, no sábado, uma adolescente de apenas 17 anos. As circunstâncias dos acidentes não foram repassadas à imprensa.
Em Parauapebas, morreu vítima de acidente, Manoel Oliveira Santos de 53 anos
Em Eldorado do Carajás, outra motoqueira igualmente imprudente, Devanir Gonçalves da Silva, morreu em acidente envolvendo motocicleta.
Internado há alguns dias, no Hospital Regional Público do Sudeste, Valter da Silva, faleceu neste domingo.
Também vítima de acidente de trânsito, desta vez, no PA Maravilha, Zona Rural de Marabá, faleceu a jovem Jokdea Alves da Silva de apenas 19 anos. Ele estava internada no Hospital Municipal de Marabá, mas não resistiu aos ferimentos.