quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cacique luta para preservar cultura

Manter a cultura, hábitos e tradições dos índios Gavião Parkatêjê. Estes são os principais objetivos do velho cacique Tomprãmre Jõpaipaire Krôhôkrenhum, com mais de 80 anos, conhecido por “Capitão” e para tanto conta com o apoio da Fundação Vale nesta empreitada.
O velho cacique percebeu que ao longo dos anos, a etnia Gavião estava perdendo a identidade em função da forte influência capitalista e pela proximidade com a cidade de Marabá, distante cerca de 30 quilômetros.
E, sobretudo por causa do futebol. “Mas estou feliz com o meu povo, não vou brigar, porém é preciso ensinar e incentivar a manter a nossa cultura, ao invés de pensar apenas em futebol”, ensina.
Através da Fundação Vale, a Aldeia Mãe Maria, uma reserva indígena de 62 mil hectares, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense, recebe uma série de oficinas, que vão desde o áudio visual à produção agrícola.
No campo da cultura, o trabalho está sendo realizado com duas lingüísticas e um cineasta, que colhem relatos do cacique “Capitão” e sistematiza em ordem cronológica a fim de escrever um livro sobre a saga do velho índio e seu povo.
Paralelo a isso, um DVD está sendo gravado nesta comunidade e deve revelar toda a luta dele desde a ocupação da reserva, no início do século passado até os dias atuais. O livro e o DVD devem ficar prontos neste final de ano.
Para José Venâncio, coordenador da área de relacionamentos da Vale, o relacionamento com as comunidades indígenas assistidas pela Fundação Vale está cada vez melhor e segue uma harmonia exemplar.
“Não há conflito entre a empresa e as comunidades; eles (comunidades) perceberam que é importante se manter a parceria e trabalharmos unidos”, comenta.
O vice-presidente de Associação Indígena Parkatêjê, Anjire Parkatêjê, 33, reforça que esta parceria tem dado bons resultados, que vão desde a produção agrícola ao conhecimento técnico e de formação superior.
A comunidade Parkatêjê trabalha na perspectiva de se tornar auto-sustentável, tanto que há vários índios se qualificando em diversas áreas que vão desde o direito, à medicina e quando se formarem devem retornar à aldeia e prestar serviços à comunidade.
Muitos deles estão formados em administração e são responsáveis pela correta utilização dos recursos.
“A idéia é essa administrar os recursos com responsabilidade e sempre com um olhar voltado para a comunidade, pois, diferentemente do homem branco, trabalhamos visando o bem da comunidade”, observa Anjire.



Krôhôkrenhum recebendo José Venâncio, da Vale





Pureza e beleza da jovem índia Parkatêjê





Anjire




Respeito aos velhos em primeiro lugar


Diferentemente do homem branco, o índio tem um respeito infinito aos maus velhos. São referências. “Se vivemos nesta confortável condição foi graças à luta dos mais velhos, portanto nada mais justo a obediência e o respeito a eles”, comenta Anjirê.
Pra se ter uma idéia do quanto são respeitados toda a aldeia Parkatêjê ouve os conselhos e atende ao Capitão. Ele, juntamente com outros 15 índios iniciou a colonização, foram os primeiros assentados na reserva Mãe Maria.
À época, há mais de oitenta anos, os conflitos com o homem branco eram inevitáveis. A reserva deles chegou a ser invadida em diversas ocasiões.
Anjire conta que os guerreiros tiveram pegaram em armas para defender o território. Numa delas, mataram vários bois de um fazendeiro, que acabou se retirando da área.
Mais recentemente, travaram outras guerras. Desta vez pela melhoria da qualidade de vida da comunidade indígena.
Desta feita ocuparam uma velha ponte de madeira no rio Flexeira e exigiram a construção de uma nova ponte de concreto.
Finalmente a obra foi concluída ano passado e os índios e brancos agora podem transitar tranquilamente pela BR-222, sem o perigo dos constantes assaltos nesta rodovia, tendo em vista, que por conta das precárias pontes, os assaltantes esperavam os veículos diminuírem nas cabeceiras para roubarem
A vida das minorias, a rigor é uma constante batalha. No caso dos Parkatêjê, os guerreiros lutam para se manter vivos com sua cultura e hábitos.
Nesta empreitada conta com o braço forte da Vale. Descobriram que é muito mais vantajoso ter a empresa como aliada. “A nossa briga com a empresa agora é para que possamos viver com dignidade, afinal somos índios, mas vivemos sob o regime dos brancos é inevitável, porém precisamos manter a nossa cultura”, reafirma Anjire.


Infiltração de brancos na comunidade
Por estar localizada há apenas 30 quilômetros de Marabá a comunidade indígena Gavião Parkatêjê há uma pequena infiltração de homens e mulheres brancas.
Alguns jovens índios, se “engraçam” de mulheres brancas e procriam criando assim uma nova geração de índios e brancos, os chamados mestiços.
Porém, tal miscigenação, segundo Anjire Parkatêjê é pequena, sendo que os índios devem manter os vínculos com as próprias índias.
“Não dá para tentarmos ser brancos, por mais que desfrutamos dos privilégios da comunidade branca, somos índios e devemos manter os nossos vínculos e pregamos isso aos nossos jovens durante as reuniões”, comenta.
Além da beleza peculiar dos índios, as mulheres e homens brancos buscam algo que está cada vez mais difícil na comunidade branca: a paz.
A aldeia, como o nome sugere é uma segurança ímpar. Lá não se tem qualquer tipo de desavença. Bebida alcoólica não entra e o índice de alcoolismo é diminuto.
Os índios são norteados por uma espécie de constituição própria onde há uma série de regras que definem o quem, quem e quando as atividades de rotina devem ser cumpridas.
“A aldeia é a casa que todos querem, por isso elas (as mulheres) vêm pra cá, por causa da segurança”, assegura Anjire lembrando, porém que as mulheres e homens são bem vindos, desde que se submetam às regras da comunidade.


Capitão é o índio mais puro
O velho cacique Tomprãmre Jõpaipaire Krôhôkrenhum, o “Capitão”, mais de 80 anos é o que se pode considerar o índio mais puro da etnia Gavião Parkatêjê.
Ele cultiva velhos hábitos que vão desde a alimentação ao modo de vida. É ele quem coordena as caçadas na reserva.
Sistematicamente, reúne os índios, em grupos e sai para as caçadas. Ficam dias dormindo na mata, que na verdade é a casa dele.
Pra se ter uma idéia, “Capitão cultiva praticamente todos hábitos alimentares de seus ancestrais e se alimenta de animais caçados por ele, peixe e da mandioca.
Dos alimentos do branco ele come o macarrão e sucos naturais, sem açúcar. Não toma café e dispensa vícios dos brancos.
A qualidade de vida dele é refletida no porte físico. “Capitão” é um dos poucos que não tem barriga, ou seja, silhueta avantajada.
Capitão sai uma vez em cada mês para ir à Marabá onde faz compras de alguns mantimentos essenciais à aldeia.
Ele demonstra desconforto com roupas dos brancos e assim que chega se livra das vestes e mantém apenas um short para cobrir as partes íntimas.
“Ele não gosta de roupas, aqui ele fica à vontade é ele quem organiza tudo e faz questão de ensinar aos mais jovens a importância de se manter viva a nossa cultura”, conclui.
“Ele é forte e vai continuar conosco por muitos anos, preserva a nossa cultura é ele quem lidera a aldeia, tudo o que nós discutimos, se aprovamos, mas se ele não aceitar está encerrada a discussão, pois a palavra final é dele, o nosso líder”, comenta Anjiré.


Pistoleiro e mandantes presos



Agentes da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá prenderam nesta quarta-feira, em Breu Banco, sudeste do Pará, o acusado de ser pistoleiro Antonio James Pereira Barros, 24 e Darmy Almeida de Melo e Marlene Neres Pimentel, estes teriam mandado matar o sem teto Francisco Alves Macedo, dia 3 de fevereiro deste ano, dentro de uma área de invasão rural próxima ao centro de Breu Branco.

Os policiais cumpriram mandado de prisão preventiva expedidos pela juíza da Comarca de Breu Branco, Luana Carissa.

Darmy comprou a área que já estava ocupada e deu-se início a uma negociação para tirar os sem teto e houve mútuas ameaças de morte e o conflito redundou na morte do sem teto.

A partir do crime, a Deca, entrou em cena e conseguiu, desvendar quem seriam os mandantes e o acusado de ser pistoleiro. O trio deve ser transferido para o presídio de Tucuruí.

quarta-feira, 27 de abril de 2011


Desprestigiado


Gari não cumprimenta prefeito




O prefeito de Marabá, Maurino Magalhães de Lima (PR-PA) demonstrou descontentamento com uma corajosa, gari que se recusou em apertar a mão dele durante solenidade de assinatura da ordem de serviço da empresa Leão Ambiental, àquela envolvida em um cabedal de maracutaias Brasil a fora.

Descontente, o prefeito ficou a solenidade toda falando da cena e insinuou que a mulher seria de oposição. O que o prefeito não sabe, porém que é que há um descontentamento geral, sobretudo no setor de limpeza.

Mas estas coisas os “aspones” de plantão fazem questão de esconder e dizem ao prefeito que está tudo bem e que o “povo governando” vai muito bem, obrigado.

Caso o prefeito conversasse com um gari perceberia que há o descontentamento, sobretudo porque desde que assumiu os salários deles achataram.


Na outra ponta, porém não ficou bem claro como deve acontecer a mágica da limpeza pública. Antes da terceirização, a Prefeitura usava 610 garis e conseguia limpar apensar 60% da cidade.

Com a Leão Ambiental, este número caiu para 400, sendo que a empresa promete limpar 100%.

Ainda neste contexto, a promotora pública Mayanna Silva Souza Queiroz, titular da 1ª Vara Cível, entendeu que o processo de terceirização da coleta e limpeza urbana teve indício de fraude e pretende protocolar uma ação na 3ª vara Cível de Marabá.

Portanto a “batata quente” deve cair nas mãos da juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, que deve decidir se o contrato foi, ou não feito de forma correta. Essa história deve render outros bons capítulos.  

Nunca é demais lembrar que o prefeito Maurino Magalhães, tentou terceirizar a coleta de lixo em abril de 2009, mas a mesma promotora Mayanna e José Luiz de Brito Furtado cortaram as pretensões do prefeito.

A propósito, terceirizar é o que mais o prefeito sabe fazer, senão vejamos: começou com a merenda escolar, que hipoteticamente de transformou em “refeição escolar”, e a iluminação pública, agora a limpeza urbana e fala-se até na terceirização da saúde publica.

Bem que poderia se terceirizar e deixar outro governar no lugar dele, para quem sabe Marabá retomar o crescimento e o desenvolvimento.


Prefeito do Rio menospreza CSA




 

Há poucos dias, em debate no Globo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que não moveria uma palha para trazer a CSA. "Dá um ganho zero para o município, pelas questões ambientais (...). Uma cidade quer ter uma marca sustentável, global, e tem um treco jogando fuligem pelo ar", disse Paes.

Com menos de um mês de operação, a siderúrgica recebeu multas de R$ 4,1 milhões e tem a licença definitiva ainda pendente. Com investimento recorde na América Latina R$ 15 bilhões, a ThyssenKrupp CSA quer mudar sua imagem, revela o presidente Herbert Eichelkraut, alemão. Ele admite o erro de avaliação: "Acreditamos que a criação daquela quantidade de empregos era suficiente para justificar a presença da empresa".




Nostalgia



Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Os versos acima, do poema “Meus oito anos”, de Casimiro José Marques de Abreu (1839 a 1860) indubitavelmente remete a infância de milhares de brasileiros.

Evidentemente que me encaixo neste universo. Quando estive no lago de Tucuruí, neste feriado prolongado vi um besouro, popularmente conhecido por “Joaninha” e, inevitavelmente lembrei-me da minha infância.

Assim como a grande maioria das crianças de periferia, tirava um “tibungo”, brincava de “quebra borbulha”, do “trisca” no Itacaiúnas, bons tempos àqueles.

Quando retornava para casa, com os olhos vermelhos de tanto mergulhar no rio, uma “taca” era garantida pela dona Francisca Maria de Sousa, vivinha da silva para contar a história.

Mas no dia seguinte, começa tudo de novo, novas peraltices. Quem nunca desobedeceu, pai, ou mãe por conta de uma traquinagem, hein? Tira um fino. É isso.



Joaninha busca alimento e refúgio em tronco no Lago de Tucuruí

Vídeo do crime bastante acessado







Homicídio filmado na Stop Toddy, por enquanto é o vídeo mais acessado no nosso blog. Até ontem 409 acessos foram registrados.

Nesse caso foi assassinado a tiros o jovem Deibson Souza Leal, morto a tiros no estacionamento de uma boate de Marabá dia 14 de abril deste ano.

O homicídio está sendo investigado pela delegada Simone Felinto. Até ontem nenhum suspeito deste crime havia sido preso

Tantos acessos demonstram o quanto as pessoas são curiosas quando o assunto é a criminalidade.

Em bate papo informal com o meu amigo advogado, Roberto Salame, ele me dizia que há um culto ao crime e que a imprensa contribui significativamente para tornar o crime cada vez mais banal, ou seja, mata-se, ou morre-se a o crime se transforma num espetáculo.

Com isso, acrescentou o amigo advogado, a vida está perdendo o valor, as pessoas estão perdendo o poder de indignação, de revolta contra o criminoso. Concordo com o amigo.  

terça-feira, 26 de abril de 2011



“Rato de casa” pode ter furtado armas no Banpará




A Polícia Civil de Marabá investiga um misterioso furto de armas de fogo de dentro da agência do banco do Estado do Pará, ocorrido neste final de semana.

Três revólveres calibre 38 e mais trinta munições desapareceram de um armário que fica dentro da agência bancária.

O caso está sob a responsabilidade do delegado Álvaro Beltrão Ikeda. Ele desconfia que tenha havido a participação direta, ou indireta de alguém do banco, tendo em vista que a agência não foi arrombada.

O que também sumiu do banco foi o arquivo contendo as imagens do circuito interno referente ao dia em que aconteceu o furto, provavelmente no último domingo (24).

O delegado Álvaro Ikeda desconfia que a pessoa sabia onde estavam as armas, bem como em qual computador gravava as imagens do circuito interno.

Outro ponto intrigante deste furto é o fato do alarme não ter sido acionado em momento algum, o que pode reforçar a participação de alguém que conhecia a estrutura interna do banco.

Não menos intrigante é o fato de o ladrão ter roubado apenas as armas e as munições e não mexeu em nenhum caixa eletrônico para tentar roubar dinheiro.

O delegado Álvaro Ikeda, porém preferiu não citar nomes, tendo em vista que ainda é muito cedo para tecer quaisquer comentários a respeito desse furto misterioso.

“Estamos trabalhando para tentarmos conseguir identificar quem é o autor deste furto”, comenta.

Armas desapareceram misteriosamente; furto aconteceu no domingo



Vítima fugiu do Crama para a morte









Presidiário executado no meio da rua


Pistoleiros voltaram a agir em Marabá. O alvo, desta vez foi o presidiário Josicleiton, ou Cleiton Gonçalves da Silva, morto a tiros na noite da última quinta-feira.

Ele foi alvejado com três tiros de pistola calibre 380, quando caminhava pela travessa Manaus, núcleo Cidade Nova. Um dos tiros atingiu a boca da vítima, chegando a arrancar um dos incisivos centrais, o “centroavante”. Outro disparo acertou a testa da vítima, provavelmente disparado à queima roupa.

A Divisão de Homicídios de Marabá, segundo o delegado Victor Costa Lima Leal, conseguiu levantar que duas pessoas, numa moto preta executaram o crime.

Era por volta das 21h30 quando Cleiton foi alvejado. Ele caminhava na travessa Manaus e caiu em frente ao um antigo motel.

Como em outros casos, ninguém se atreveu a dar maiores detalhes acerca deste crime. Evidentemente que as pessoas temem retaliação.

A respeito do crime, o delegado Victor Leal disse acreditar que se trate de algum acerto de contas, já que a vítima cumpria pena no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama) e fugiu no dia 18 de abril deste ano.


“Gavião” novamente engaiolado




O delegado da Divisão de Homicídios de Marabá, Victor Costa Lima Leal quando esteve no palco do crime de Josicleiton, ou Cleiton Gonçalves da Silva, morto a tiros na travessa Manaus, atendeu a um telefonema de uma pessoa que se dizia parceiro da vítima.

Victor Leal “deu corda” para o interlocutor e marcou encontro às proximidades da Feira Dionor Maranhão, no bairro Laranjeiras e conseguiu prender, Francisco Sousa Silva, o “Gavião”.

Quando foi abordado o acusado confessou ao delegado que ambos pretendiam roubar uma moto naquela mesma noite.

Ao ser interrogado, os policiais da Divisão de Homicídios, verificaram que o acusado foi beneficiado com a saída temporária alusiva à Páscoa em cumprimento a Lei de Execuções Penais (LEP).

A rigor, o presidiário foi um dos cinco detentos, que saiu da cadeia usando a tornozeleira eletrônica. Ele, porém, espertamente, deu um jeito de tirar o chip de localização para assim se esconder do Sistema Penal.

A estratégia, porém acabou não dando certo e ele acabou preso e ficou de ser novamente encaminhado ao Crama.

Vale lembrar, contudo, que o detento era um dos que mais reclamava a falta de direito, inclusive chegou a dizer que voltaria antes do prazo de retorno da saída temporária, que expira nesta quarta-feira, porém acabou preso.



segunda-feira, 25 de abril de 2011



Pescaria no Lago de Tucuruí



Durante este feriado prolongado estive pescando no lago de Tucuruí só pra desopilar, sabe como é, o estresse da profissão, mas estamos de volta ao batente e esperamos contar com a compreensão dos nossos blogueiros, amigos e leitores que nos acompanham.

Ao retornar para Marabá percebemos que aconteceram alguns casos na área policial. Teve de tudo um pouco, desde policial militar espancando menor, a homicídio e até mesmo um furto de arma que aconteceu dentro do Banco do Estado do Pará, Banpará, de forma bastante misteriosa. Neste caso, pode ter havido a participação de algum “rato de casa”, mais detalhes sobre o caso logo mais.