sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Juiz mantém soldado preso




Quem deveria zelar pelo bem estar da população, servir e proteger vai de encontro a estes princípios e está no centro de uma investigação de um triplo homicídio que aconteceu no ultimo dia 20 de outubro, em Pacajá, oeste paraense.
Trata-se do soldado da Polícia Militar, Joelson Barata de Souza, lotado em Marabá. Saiu da cidade, em dia de folga é apontado pela Polícia Civil como sendo um dos envolvidos no triplo homicídio e terminou preso. 

O juiz titular da Comarca de Anapu e respondendo cumulativamente por Pacajá, Esdras Murta Bispo não só manteve a prisão dele como converteu o flagrante em prisão preventiva, ou seja sem prazo para expirar uma vez que o magistrado entendeu haver indícios de participação do acusado em tais crimes.

Aparentemente, o soldado, acompanhado com um comparsa, matou três pessoas, no dia 20 de outubro em Pacajá. Pela manhã foi morto a tiros José Maria Camelo, quando este saía de uma padaria, no centro da cidade.

À noite foi a vez dos irmãos Joelton e Josivan Cristo Bispo, filhos do empresário e pecuarista Josiel Ferreira de Almeida, o “Gato de botas”, acusado de envolvimento na morte do pecuarista e industrial madeireiro Luciano Albano Fernandes, morto a tiros no dia 19 de maio deste ano, na casa dele, uma antiga serraria situada às margens da Transamazônica.

O triplo homicídio seria um destes crimes que tinha tudo para entrar para o rol dos insolúveis, porém a ação rápida de um policial militar à paisana mudou o rumo da história.

Quando os dois matadores executavam os irmãos Cristo dentro de um restaurante, o policial militar à paisana, que não teve a identidade revelada, trocou tiros com os matadores e acertou dois projeteis no soldado Barata, um no tórax e perna.

Ferido, o soldado caiu ao chão, se levantou e fugiu em um carro. O comparsa dele fugiu em moto Bros preta. Em princípio, Barata foi encaminhado para o HMM de Pacajá e em seguida, devido a gravidade dos ferimentos, foi transferido para o Hospital Regional de Tucuruí, onde segue internado e preso.

Assim que se recuperar, segundo decisão do juiz Esdras Bispo, deve ser transferido para o presídio Anastácio das Neves onde são custodiados servidores públicos que por ventura se envolverem em crimes diversos.

A Divisão de Homicídios de Altamira, à frente o delegado William Damasceno está encarregada de decifrar o que motivou trais crimes e se, de fato, as mortes têm ligação.

A reportagem apurou que as mortes têm ligação com a morte do empresário e pecuarista Luciano Albano Fernandes. Grilagem, ou acerto de contas são as duas hipóteses prováveis para este crime.

Fernandes administrava a fazenda Santa Maria e que ainda tem uma grande quantidade de madeira. Os madeireiros Tarcísio Oliveira Pereira e Josiel Ferreira de Almeida, o “Gato de botas” seriam os mandantes, pois estariam tentando grilar a fazenda.

Ambos foram presos em junho deste ano, porém o juiz Esdras Bispo concedeu liberdade provisória no dia 13 de setembro deste ano e aplicou as chamadas medidas cautelares, entre elas a de não manter contato com os irmãos do Luciano Albano, Silvio e Claudio Albano Fernandes.

Defesa – Os advogados Wandergleisson Fernandes e Marcel Affonso defendem os interesses do soldado Barata. Eles foram sucintos.

Disseram que aguardam a conclusão do inquérito policial e, que, portanto não podem comentar a respeito do assunto. Porém entendem que a prisão preventiva é intempestiva, desnecessária e desproporcional, uma vez que dizem não ter indícios de autoria do envolvimento do soldado em tais crimes.

Concluem informando que devem manusear um Hapeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará a fim restabelecer a liberdade do soldado. “Não há indícios de autoria por parte do acusado ou riscos para a sociedade”, salienta Wandergleisson Fernandes.