quinta-feira, 11 de abril de 2013

GTO impõe respeito e detentos desistem de fuga em Marabá




A simples presença de militares do Grupo Tático Operacional (GTO) de Marabá no Centro de Recuperação de Marabá (CRM) demoveu os detentos que estavam amotinados e planejavam uma fuga em massa na modalidade “cavalo doido”.
Os presos que estavam na cela 10, saíram das celas, serraram 14 cadeados e se preparavam para fugir, contudo foram descobertos e os militares acionados até aquela cadeia em Marabá.
Pronto, foi suficiente para que eles desistissem do motim e retornassem para as respectivas celas. Tudo aconteceu na madruga da última quarta-feira (10).
A direção daquela casa penal registrou ocorrência sobre o assunto e identificou os seguintes presos que estavam amotinados: Kayky Barbosa Carvalho, Jhonatan Moreira Silva, Semir Pereira da Silva, Roberto Carlos Combarcie, Maurício Barbosa Vieira, Jurandy Rabelo de Souza, João Batista dos Prazeres, Paulo Ramos de Oliveira e Josiel Pereira Albuquerque.
De acordo com o diretor interino do CRM, Sinei Simões, os detentos devem responder por dano ao patrimônio público, já que destruíram 14 cadeados ao custo de R$ 35,00 cada um.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Caso extrativistas: Inocentado fala do julgamento

José Rodrigues (E) disse que fé em Deus o ajudou no cárcere 


Pela primeira vez após ser inocentado em tribunal do júri que inocentou o colono José Rodrigues Moreira, 44 anos falou a respeito do assunto.

A entrevista aconteceu no início da noite desta quarta-feira no escritório dos advogados, Arnaldo Ramos Barros Júnior e Wandergleisson Fernandes.
Em parceria com uma equipe de televisão da RBA TV a entrevista ocorreu no início da noite. Por uma questão de parceria com a emissora este pôster só deve publicar a matéria na próxima sexta-feira 12, inclusive com vídeo da conversa.
Entre outras declarações, José Rodrigues diz que não mandou matar ninguém, confiou em Deus para ser absolvido e que não guarda mágoa de nenhuma pessoa que lhe acusou. É aguardar e conferir.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Caso extrativistas: Dois condenados e um “inocente”


Neguinho e Natinho, condenados e José Rodrigues, lire




O resultado do julgamento dos acusados de ter matado o a extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi o que se pode chamar de mais imprevisível possível, tendo em vista que o acusado de ser o mandante foi inocentado.
José Rodrigues Moreira foi absolvido. A mesma sorte, porém não teve o irmão dele, Lindonjonson Moreira Rocha, o Natinho condenado a 42 anos e 8 meses, bem como o braçal Alberto Lopes do Nascimento, o Neguinho, condenado a 45 anos de prisão em regime fechado.
Os dois acusados foram apontados na sentença prolatada pelo juiz Murilo Lemos Simão, titular da Vara de Violência Doméstica como sendo, autor e co-autor do duplo homicídio.
O casal de extrativista foi morto em maio de 2011, quando passavam numa precária ponte de madeira, na vicinal Maçaramduba quando seguiam para Nova Ipixuna.
“É sempre assim os mais fracos pagam, pois as pessoas, muitas vezes hesitam em condenar os verdadeiros mandantes”, comentou o promotor Danyllo Pompeu Colares ao término do julgamento numa clara demonstração de total decepção com o resultado. Ele pretende recorrer e apelar a fim de que o mandante novamente seja julgado. (Ver Box)
Sabidante, o casal de extrativista tinha uma atuação contundente quando o assunto era defender a floresta, bem como impedir a venda de lotes dentro do assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna onde foram assassinados em maio de 2011.
O principal acusado de ser o mandante do duplo assassinato teria comprado três lotes neste assentamento por R$ 100 mil e foi alertado que naquela área, as terras não poderiam ser vendidas o que teria gerado uma contenda entre o casal e o acusado José Rodrigues.
Esta negociação que teria sido feita entre José Rodrigues e a cartorária Neusa Santis foi bastante abordada durante os dois dias de julgamento.
O debate da fase final do julgamento iniciou na manhã de quinta-feira (4) e encerrou às 15h15, tendo a acusação desistiu da tréplica evitando assim exaustivas quatro horas de debates, o que contribuiu para a celeridade do julgamento.
“Preferimos desistir da tréplica para evitar que a defesa continuasse mentindo por mais duas horas”, desabafou o promotor.
Durante o debate houve alguns momentos de tensão com direito a troca de farpas entre a acusação e a defesa.
Entre elas a venda dos lotes, que foi muita questionada e indiretamente direcionada ao advogado Erivaldo Santis, primo de Neusa Santis.
Quando se pronunciou o advogado deixou claro que não tem bom relacionamento com a prima, e, portanto pouco sabia, e não se envolve nos negócios desta.
Ele tentou, de todas as formas mostrar aos jurados que o cliente dele, Alberto Lopes do Nascimento, mal sabia assinar o nome e que em momento algum, não foi identificado por nenhuma das trezes testemunhas.
Ele é um coitado que nem mesmo sabe o que está sendo discutido aqui, ninguém o apontou como sendo o matado, não há prova alguma contra ele”, contestou.
Por sua vez, os advogados Wandergleisson Fernandes e Arnaldo Ramos defenderam os irmãos, sustentaram a tese de negativa de autoria.
O papel deles seria desmontar a acusação, inclusive comentaram a respeito da pressão midiática que o caso tomou por conta da atuação das vítimas em se tratando da preservação ambiental.
“Não estamos aqui questionando o papel deles, mas sim discutindo o caso, quem matou e porque matou o casal”, comento Arnaldo Ramos.
A respeito da pressão da mídia internacional, comentou que estava em jogo “A Internacionalização da Amazônia” uma vez que para ele, há milhares de ONGs de olho na Amazônia.
Questionou, evidentemente o trabalho policial, que para ele, poderia ser melhor investigado o caso e de fato identifica os verdadeiros mandantes e autores deste crime.
“Foi dito aqui que um grupo de madeireiros costuma tirar madeira do assentamento, mas é conveniente prender pessoas pobres ao invés de prenderem os verdadeiros mandantes os poderosos de Nova Ipixuna”, comentou.
Mas apesar dos esforços dos advogados de defesa apenas o acuado foi inocentado. “Temos convicção que eles são inocentes”, declaram.
Pelo menos dois depoimentos foram conclusivos para o júri, composto de quatro mulheres e três homens, condenar os acusados.
Primeiro o cunhado do casal, José Maria Gomes Sampaio e do ex-vereador Valdemir de Jesus Ferreira, que confirmaram a contenda entre o casal e o acusado José Rodrigues tendo como pivô a compra dos lotes.
Valdemir Ferreira confirmou que recebeu uma visita do acusado, que lhe pediu para intermediar um acordo com o casal de extrativistas e que ele José Rodrigues ficasse no lote.
“Na época (em 2010) disse para ele que lá era assentamento e que não podiam ser vendidos os lotes”, comentou para em seguida reafirmar o descontentamento deste em relação à postura do casal.
De Joelhos - Durante a oitiva de José Rodrigues, este protagonizou um episódio até então pouco comum em julgamento. De joelhos, chorou, orou e clamou se dizendo inocente. Ele se converteu recentemente ao evangelho.
Tal comportamento foi interpretado pelo promotor Danyllo Colares como mera encenação para tentar convencer os jurados, sobretudo as mulheres.
Inclusive, o promotor, reafirmou tal postura do acusado durante entrevista coletiva e considerou apelativa a postura do acusado, que aos olhos dele, conseguiu obter a complacência dos jurados.


Julgamento pode ser anulado





Mas se depender da vontade dos representantes do Ministério Público os três acusados podem ser julgados pelo mesmo crime num curto espaço de tempo.
“Consignamos em ata o nosso recurso para que o acusado José Rodrigues Moreira possa novamente ser julgado, pois consideramos que há várias provas nos autos contra ele”, confirmou Danyllo Colares.
Este recurso deve ser direcionado ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE), que pode julgar ainda este ano.
De igual modo os advogados de defesa disseram que também pretendem apelar ao TJE, pois entendem que os acusados são inocentes e que a decisão dos jurados foi contrária aos autos do processo.
“Inclusive nós tínhamos mais argumentos para provar que os acusados são inocentes, mas como não houve réplica, então a defesa não pode mostrá-los, o que deve acontecer em outra oportunidade”, comentou o advogado Wandergleisson Fernandes.





Absolvição coloca em risco vida de extrativista





A absolvição do principal acusado de ser o mandante da morte do casal de extrativista pode efeitos catastróficos à professora Laisa Santos Sampaio, que por várias vezes denunciou que estava sendo ameaçada de morte.
A preocupação dela é pertinente para diversos amigos próximos, pois ela continua morando no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira e muito provavelmente José Rodrigues deve retornar com a família.
Inclusive a esposa dele, Antonia Nery foi assentada pelo Incra no final de 2011, conforme foi amplamente noticiado na imprensa.
Ao final do julgamento, Laisa Sampaio teve de ser amparada por amigos. Na primeira noite, inclusive, foi medicada após depor. Ela também confirmou a situação de tensão entre o casal e o acusado.
Parentes – Por sua vez, os parentes dos acusados, Lindonjonson e José Rodrigues não quiseram conversar com a imprensa e se mantiveram recolhidos num canto do Fórum.
Oficiosamente, porém o pai dos irmãos, Leonardo Moreira, disse que os filhos eram inocentes e que desejava tê-lo de volta ao convívio familiar.




Tumulto na porta do Fórum





Após a promulgação da sentença, manifestantes ligados a diversos movimentos sociais arremessaram pedras nos vidros do Fórum. Até a sentença não houve nenhum incidente.
A parede de entrada principal do prédio também foi pichada numa clara demonstração de repúdio ao veredicto final.
Tropas do Choque mantiveram plantão durante o julgamento e repeliram a ação dos manifestantes, contudo não houve registro de prisão, ou pessoa ferida, já que a ação foi rápida.
Punição - Por telefone, ainda na noite de quinta-feira, o juiz Marcelo Andrei Simão Santos, diretor do Fórum de Marabá classificou o ato de vandalismo como uma afronta à Justiça.
“É um atentado contra a Justiça, tentar linkar o juiz com o resultado de um julgamento é desconhecer por completo como se realiza um julgamento, afinal quem julga é a sociedade e não o juiz”, comentou.
Por fim o magistrado lembrou que em hipótese alguma o episódio deve passar impune.
“Não vamos deixar barato, usar de violência para protestar não é o caminho”, afirma dizendo que vai requerer imagens para tentar identificar os responsáveis pelo ato de vandalismo.
As tropas de Choque ficaram de prontidão durante toda a noite a fim de conter e evitar novos protestos, o que não se confirmou.