quinta-feira, 2 de junho de 2011

Madeireiras podem ter licenças cassadas


 

O Ibama vai requerer o cancelamento das licenças ambientais emitidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará (Sema) para 12 madeireiras de Nova Ipixuna, no sudeste do estado, onde há uma semana assassinaram os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53.
O superintendente do instituto no Pará, Sérgio Suzuki, entrega o documento que encaminha o processo de suspensão à secretária de Meio Ambiente do Pará, à Teresa Cativo, em reunião na manhã desta sexta-feira (03), em Belém.
“As madeireiras possuem vasta lista de antecedentes no cometimento de infrações ambientais junto ao Ibama. Mas, apesar das constantes multas impostas, as atividades irregulares persistem, muitas das vezes com o não atendimento, sequer, das exigências das licenças ambientais emitidas pela Sema do Pará”, justificou o superintendente.
O Ministério Público Federal (MPF) também será acionado pelo Ibama, porque existem outros crimes envolvidos, como falsificação de documentos e inserção de informações falsas em sistemas de controle oficiais, como o Sisflora.
“A reincidência também indica que essas madeireiras podem existir para permitir, facilitar ou ocultar a prática de crimes ambientais”, afirma Suzuki.
As empresas incluídas na lista da cassação são: Madeireira Bom Futuro Ltda, MP Torres e Cia Ltda, Madeireira Belmonte Ltda, Tedesco Madeira Ltda, Madeireira Eunápolis Ltda, Serraria Tico Tico Ltda, SC Santos Madeireira Ltda, Paulo Mendes Souza e Cia Ltda, Manoel Acácio Carneiro ME, PH Laminados e Compensados Ltda, Gilmar Rodrigues Silva ME e NS Filofo.
Desde sábado (28), o Ibama intensificou a fiscalização ambiental em Nova Ipixuna. Esta semana, os agentes federais iniciaram vistorias nas madeireiras e constataram que eram todas reincidentes nos crimes ambientais. Até o momento, já foram aplicadas 952,3 mil em multas e fechadas cinco empresas.

Os fiscais também destruíram dezenas de fornos ilegais de carvão e multaram assentados que se associaram a madeireiros para exploração irregular da floresta dentro do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, onde viviam os líderes extrativistas assassinados.


Assassinatos dos ambientalistas despertou a atenção do Ibama

Colono do PAEX conta a fiscais como agem os madeireiros


Ibama aplica R$ 752,3 e fecha 5 madeireiras



 
Em cinco dias de fiscalização, o Ibama já aplicou 752,3 mil em multas e fechou cinco madeireiras em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Os fiscais também destruíram dezenas de fornos ilegais de carvão e multaram assentados que se associaram a madeireiras para exploração irregular da floresta dentro do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, onde há uma semana assassinaram os extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53.

“Desde 2006, todas as madeireiras de Nova Ipixuna já foram multadas diversas vezes pelo Ibama. Não houve uma única que não foi fiscalizada, autuada e teve produtos florestais ilegais apreendidos. Os fiscais, porém, estão constatando que as irregularidades na comercialização de madeira continuam. Seremos ainda mais rigorosos”, disse o coordenador da operação em Nova Ipixuna, Marco Vidal.
Os madeireiros não estão preocupados em regularizar suas atividades, a serraria Tico Tico LTDA, por exemplo, foi multada 18 vezes entre 1997 e 2010 e foi embargada em junho do ano passado, porém os fiscais constataram que ela estava em funcionamento.
Novamente os fiscais embargaram a serraria e aplicaram multa no valor de R$ 30 mil por descumprimento de embargo, venda irregular de madeira e por incluir dados falsos no Sisflora, o sistema estadual que controla a compra e venda de produtos florestais no Pará.
Na S. C. Santos Madeira Ltda, o Ibama também flagrou evidências de que a empresa continuava serrando madeira ilegalmente apesar de multada duas vezes, em 2008 e 2009, e embargada. Os fiscais aplicaram à empresa multas de R$ 100 mil pela quebra do embargo e R$ 17 mil por 55 m3 de madeira ilegal flagrada no pátio.
A Paulo Mendes Souza e Cia Ltda, madeireira já autuada cinco vezes, entre 2008 e 2010, também foi autuada em R$ 10 mil e embargada por descumprir as exigências da licença ambiental. Nas ações de segunda e terça-feira o Ibama multou e fechou a A M.P Torres LTDA e a Bel Monte LTDA também por crimes ambientais.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Machado continua ‘amolado’



 


O Investigador de Polícia Civil, Kleber Santiago Machado não corre risco de morte. Ele foi baleado na face, na madrugada de domingo em Morada Nova, quando fazia uma incursão numa ‘boca’ de um acusado de ser traficante Cícero Silva Santos, o Cícero do Ferro Velho.
Ele foi transferido nesta terça-feira para Belém, antes, porém os policiais da Divisão de Homicídios de Marabá passaram por uma verdadeira epopéia para conseguir socorrer o colega policial.
A imprensa, porém foi impedida pela direção da Infraero de ter acesso ao pátio do aeroporto para colher imagens do investigador e a movimentação em torno da transferência.
Os delegados plantonistas da Divisão de Homicídios, onde o investigador é lotado, se cotizaram e chegaram a contratar uma enfermeira para acompanhá-lo de ambulância até Belém.
Porém somente após o apoio do tenente comandante do 5º Grupamento de Bombeiro Militar (5º GBM), tenente coronel bombeiro Francisco Cantuária Moutinho Júnior que manteve contato com a Secretária de Saúde do Estado, que por sua vez enviou um jatinho equipado do UTI para realizar a transferência.
Pra se ter uma idéia da dificuldade dos policiais em realizar a transferência, demorou pelo menos 12 horas para que um laudo fosse emitido pelo Hospital Regional atestando que o investigador tivesse condições de viajar.
Os delegados constataram que a saúde em Marabá está bastante aquém, tanto que o investigador, apesar de ter sido bem tratado, não obteve o devido tratamento, tanto que foi levado para Belém onde deve ser assistido através de plano de saúde dele.
Como lição dessa refrega os policiais da Divisão de Homicídios concluíram que não é prudente entrar numa zona vermelha com pouco policial, o que nem sempre é possível contar com um bom aparato policial.
A refrega aconteceu com um acusado de ser traficante Cícero Silva Santos, o Cícero do Ferro Velho, que teria uma  ‘boca’ na rua Piauí, em Morada Nova e que está foragido.










Empresários madeireiros tentavam burlar Sisflora


Madeireira em Nova Ipixuna foi multada dez vezes em três anos


Ibama duas madeireiras em Nova Ipixuna

Fazendo parte do pacote de ações desencadeadas pelo Ibama em Nova Ipixuna, o órgão ambiental embargou duas madeireiras, além de aplicar multa na ordem de R$ 548 mil.
Neste município, na terça-feira 24, foram assassinados o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53, que eram assentados no Projeto Agroextrativista Praialta Piranheira (PAEX).
A fiscalização nas empresas florestais acontece paralelamente às ações no PAEX, onde desde último sábado (28), ocasião em que destruiu dezenas de fornos ilegais de carvão e multando assentados que se associaram a madeireiros para a exploração ilegal de madeira.
Uma das madeireiras embargadas, a A M.P. Torres Ltda, multada três vezes pelo Ibama em 2010, estava com o pátio vazio, mas tinha 348 m3 de madeira em tora de crédito na sua conta no Sisflora, o sistema eletrônico que controla a comercialização de produtos florestais no Pará. Acabou novamente autuada, em R$ 108 mil.
“A quantidade de madeira no Sisflora deve ser o mesmo existente na madeireira, caso contrário a empresa pode usar este crédito para esquentar madeira de origem ilegal, como ocorre com a que é retirada do assentamento Praialta-Piranheira, por exemplo”, disse o analista ambiental Marcelo Lira, que conduziu a fiscalização.
Na terça-feira (31), os fiscais encontraram os mesmos ilícitos na Madeireira Bel Monte Ltda, também autuada 10 vezes pelo Ibama entre 1997 e 2010. Desta vez, porém, a diferença entre a madeira no pátio e no sistema de controle estadual era maior.
A empresa possuía apenas 48 m3 de madeira no estoque, e mais de mil m3 em créditos ativos no Sisflora. Acabou multada em cerca R$ 330 mil e em mais R$ 100 mil por inserir informação falsa no sistema de controle ambiental.
“Durante a noite de segunda-feira, depois que os fiscais haviam deflagrado a ação nas madeireiras, a empresa tentou baixar todos os créditos excedentes na sua conta no Sisflora, forjando uma venda do saldo a uma serraria em Jacundá”, explicou Lira.
O analista ambiental Marcelo Lira acrescentou que as duas madeireiras também descumpriam exigências das licenças ambientais da secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará, e não entregavam relatórios anuais de atividades e nem comprovavam a destinação correta dos resíduos produzidos. (Com informações da Ascom Ibama)


Aperto a madeireira acontece há uma semana




O Ibama intensifica a fiscalização em Nova Ipixuna há uma semana. A operação foi desencadeada logo após o assassinado do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53 assassinados numa emboscada na vicinal Maçaranduba, no último dia 24 de maio.
Cerca de 20 agentes federais da operação “Disparada” permanecem por tempo indeterminado. A primeira ação aconteceu no sábado (28), onde os fiscais localizaram o corpo do agricultor Eremilton Pereira dos Santos, de 25 anos, morto a tiros, às margens do igarapé Ipixuninha, no Projeto Agroextrativista Praia Alta Piranheiras.
Na ação, dois tratores foram apreendidos e os fiscais identificaram 13 pontos de extração seletiva de lenha e madeira, 14 áreas desmatadas e 120 fornos em atividade para a produção ilegal de carvão vegetal.
O órgão ambiental alerta que os assentados se associaram com madeireiras ilegais e contribuíram para o desmatamento será denunciado ao Incra e poderá ser excluído do Programa Nacional de Reforma Agrária, além de ter todos os fornos de carvão vegetal destruídos.


Ambientalistas fizeram pacto em defesa da natureza



Caso um dos ambientalistas fosse assassinado a intenção seria que o sobrevivente seguisse a vida em defesa da natureza. O pacto foi firmado entre José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, mortos no dia 24, em Nova Ipixuna.

O amor era tamanho pela natureza que ambos conservavam 80% da propriedade totalmente intactos. A área servia de estudos para diversos órgãos nacionais e internacionais.

Por conta dessa preservação, associada às constantes denúncias que faziam em relação ao desmatamento no Projeto de Assentamento Agro Extrativista Praialtapiranheira (PAEX) o casal de ambientalista granjeou um leque de adversários.

Delegados da Polícia Federal e Civil investigam a morte do casal, porém são cautelosas ao comentar o caso e por enquanto não atribuem quem seria o mandante e por qual motivo o crime foi consumado.

O delegado adjunto da Polícia Civil do Pará, Rilmar Firmino de Souza, contudo tirou uma conclusão lógica: “Quem matou o casal, sabia exatamente que eles iam passar na ponte naquele horário”, comentou.

José Claudio e Maria do Espírito Santo seguiam numa moto pela vicinal Maçaramduba, no PAEX e reduziram para passar numa precária ponte.

A manobra, com certeza contribuiu para facilitar o trabalho dos pistoleiros que estavam numa moita próxima da ponte.

“Ninguém iria esperar, ou montar uma tocaia num lugar onde a vítima não passaria, portanto com certeza os pistoleiros sabiam que o casal iria passar naquele local e naquela hora”, acrescenta.

O delegado fundamenta afirmação dizendo que o caminho usado pelos dois ambientalistas não era muito usado por eles, ou seja, seria uma rota alternativa e que os pistoleiros tomaram conhecimento prévio e montaram a tocaia.

A primeira testemunha a chegar no palco do crime, nome não fornecido para a imprensa, contou ao delegado que ouviu quatro disparos de arma de fogo e correu para ver o que tinha acontecido e constatou que José Claudio ainda agonizava.

No inquérito conduzido pela PC, foram ouvidas 10 pessoas, enquanto a PF já ouviu 5 pessoas, mas devem ser ouvidas pelo menos mais dez testemunhas, que de alguma forma pode contribuir para elucidar os homicídios.

Rilmar Firmino disse que a investigação é bastante complexa uma vez que não há uma testemunha ocular, mas apenas vagas informações a respeito de duas pessoas numa moto vermelha saindo da vicinal Maçaranduba.


“Uma coisa podemos afirmar, os dois casos vão ser esclarecidos”, sentencia lembrando que há bons indícios que podem levar aos autores e os mandantes. 






terça-feira, 31 de maio de 2011

O kit massacre


O Texto abaixo foi publicado na Folha de São Paulo no dia 23 de fevereiro de 2005 e pesquei no blog do meu camarada Ribamar Ribeiro Júnior o “Contraponto e reflexão”. Nunca o assunto, abordado por Plínio de Arruda Sampaio está tão atual.



Plinio Arruda Sampaio 


O governo federal criou, anos atrás, um "kit" de providências destinadas a administrar as crises provocadas por massacres de posseiros, sem-terra, seringueiros e indígenas-ocorrências freqüentes nos "grotões" do país.

O "kit massacre" inclui: declarações indignadas do presidente e seus ministros; presença dos ministros da área no local do incidente (se possível acompanhando o enterro); promessa de punição "implacável" aos criminosos; prisão de três ou quatro suspeitos (logo soltos por falta de provas); e anúncio de "factóides" destinados a dar à opinião pública a impressão de que o governo está agindo energicamente.

A vida média de um "kit massacre" é de 15 a 20 dias. Depois disso, a matéria sai das páginas nobres dos grandes jornais e, em conseqüência, o "kit" é engavetado até o massacre seguinte. O governo Lula herdou essa metodologia e a está aplicando à risca.

O "kit" da irmã Dorothy, por exemplo, já está quase completo. Já teve declarações pungentes, viagem de ministros, semblantes de circunstância, prisão de suspeitos.

Nesta semana surgiu o "pacote de factóides".
A "pièce de force" do "pacote" é a criação de cinco reservas florestais na região amazônica, abrangendo uma área de cerca de 8 milhões de km2, uma extensão comparável à área agrícola do Chile! Por que se trata de um factóide?
Porque não há qualquer condição de impedir a invasão dessas reservas sem que, ao mesmo tempo, se desenvolva um efetivo processo de reforma agrária.

Isoladas, elas serão invadidas pelos mesmos grileiros e madeireiros que assassinaram a irmã Dorothy. Basta lembrar que reserva 25 vezes menor -a do Pontal do Paranapanema, no Estado de São Paulo- foi reduzida a menos de 10% de sua área original em poucos anos.

Quem é ingênuo a ponto de acreditar que o governo federal vai fiscalizar área tão grande, sabendo-se que, em junho do ano passado, irmã Dorothy pedia em carta ao ministro da Justiça o envio de R$ 1.000 (isso mesmo: mil reais!) à Polícia Federal para comprar óleo diesel, a fim de que o veículo da delegacia de Anapu pudesse ir atrás dos pistoleiros?

A opinião pública precisa saber que esses factóides não passam de cortina de fumaça para esconder falta de coragem das mais altas autoridades da República em tomar as providências que podem, de fato, evitar massacres de pessoas no meio rural.

Há menos de dois meses, quando pistoleiros mataram cinco trabalhadores rurais sem terra em Felisburgo (MG), uma comissão reunindo OAB, CNBB, ABI, CPT, Abra e dezenas de outras entidades realizou uma "romaria cívica" pelos gabinetes dessas altas autoridades, pedindo, a cada uma delas, apenas uma providência -e uma providência de sua exclusiva competência.

Ao presidente Lula, que não recebeu a comissão, entregou-se um documento pedindo a publicação de um decreto com atualização dos índices técnicos de aferição da produtividade dos imóveis rurais. Os índices vigentes são de 1975, e é óbvio que desde então a produtividade média dos imóveis rurais aumentou substancialmente.

A atualização foi feita, separadamente, por equipes da Unicamp e da Embrapa, que chegaram a cifras coincidentes. Só falta publicar o decreto, e isso depende unicamente do presidente da República. Se for publicado, agilizará a desapropriação de terras.

Ao senador José Sarney e ao deputado João Paulo, então presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, pediu-se a aceleração dos trâmites de um projeto de lei que determina a imissão imediata do Incra na posse dos imóveis desapropriados, resolvendo-se, pela via da compensação financeira, eventuais reclamações dos interessados.

Não há outra maneira de evitar que milhares de famílias fiquem acampadas durante meses e até anos em terras ocupadas ou nas margens de estradas, à mercê das agressões dos jagunços.

Ao ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal, que também não recebeu a comissão, solicitou-se algo ainda mais simples: reunir os presidentes de Tribunais de Justiça estaduais e federais, para sugerir meios de acelerar as ações de terras.

Nenhuma das autoridades visitadas dignou-se sequer a dar uma resposta às entidades que os procuraram, civilizadamente, no exercício de um direito consagrado na Constituição da República.

Esta semana, as mesmas entidades e mais dezenas de outras entidades que se juntaram à "romaria cívica" irão novamente peregrinar pelos altos gabinetes com as mesmas demandas, pois só elas, segundo a experiência dos técnicos e funcionários que lidam com a matéria, podem solucionar o problema.

A dificuldade decorre do veto do latifúndio e do agronegócio às medidas eficazes. Os factóides, entretanto, exigem apenas um bom dispositivo de propaganda.

Plínio Arruda Sampaio, 74, advogado e economista, é presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária). Foi deputado federal pelo PT-SP (1985-91) e consultor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação).


Investigador baleado por traficante


Machado, ao centro transferido para Belém agora pela manhã



Durante refrega, ocorrida na madrugada de domingo (29), com traficantes de Morada Nova, município de Marabá, o Investigador de Polícia Civil (IPC) Kleber Santiago Machado saiu baleado na face.

Ele foi socorrido e está internado no Hospital Regional de Marabá e aparentemente não corre risco de morte. Hoje pela manhã deve ser transferido de helicóptero dos Bombeiros para Belém.

Machado estava de plantão na Divisão de Homicídios de Marabá juntamente com o investigador Germano Arnoud Figueiredo e o delegado Victor Costa Lima Leal.

Victor Leal que esta especializada recebeu um comunicado via CIOP, que havia ocorrido um homicídio em Morada Nova, por volta das 2 horas da madrugada e foram até o local para constatar a informação e levantar dados referentes ao caso.

Quando chegaram na rua Piauí, por volta de 2h10 horas da madrugada, se deparam com uma vítima que mais tarde foi identificada por Moisés
Alves da Silva 21 anos, que foi morto a tiros.

No palco do crime, conta o delegado Victor Leal, os policiais levantaram que a vítima seria “avião” do tráfico e teria sido assassinado por uma pessoa que seria filho de Cícero Silva Santos, o Cícero do Ferro Velho, apontado pela Polícia como sendo traficante que atuava naquela rua.

Ato contínuo, os policias, foram até a casa de Cícero do Ferro Velho, situada na rua Piauí, 150, Morada Nova e renderam Antonio José do Nascimento Viana 19, Maria de Fátima do Nascimento Viana 20 anos esposa do Antonio, Francisco Oliveira Santos 21 e uma adolescente de 13 anos.

Nesta casa os policiais localizaram diversos objetos, que podem ter sido adquiridos com o tráfico de drogas, além de 33 petecas de crack e diversas armas de fogo e munições. (Ver Box).

Ainda de acordo com o delegado Victor Leal, as pessoas estavam dominadas dentro da casa quando deu início uma série de tiros de arma de fogo disparados por uma pessoa que estava do lado de fora da casa.

Neste momento, Antonio Viana teria esboçado reação e apanhado um revólver calibre 38, e disparado nos policiais, que por sua vez revidaram ao fogo inimigo atingindo a vítima no tórax. Ele morreu na manhã de domingo, após ser socorrido e levado para o Hospital Regional de Marabá.

Neste ínterim o investigador Machado foi alvejado na face. Os balins arrancaram um dente frontal do investigador sendo que uma carga de chumbo ficou alojada na face dele, um pouco abaixo do olho direito.


Policiais acuados por traficante



Segundo o delegado Victor Costa Lima Leal os investigadores, por estarem em menor número ficaram literalmente acuados ante a quantidade de tiros disparados de dentro do mato na casa onde estavam dando a batida policial.

O atirador, segundo o delegado efetuava disparos de dentro de um matagal, o que dificultava o revide. “Pedi apoio, demorou um pouco, mas fomos resgatados”, comenta.

Vale lembrar que o apoio inicialmente foi dado pelo delegado Francisco Bismarck e o investigador Denys Herlyn Penedo Bessa e assim que a viatura da Polícia Civil se aproximou da casa o atirador efetuou um disparo de arma de fogo que atingiu a cabine do veículo e por muito pouco não atinge o investigador.

O atirador, segundo fonte segura da Polícia seria Cícero Silva Santos, o Cícero do Ferro Velho. A reportagem levantou que este acusado, recentemente sofreu ameaça de morte de um acusado de ser traficante de prenome Cleber, conhecido por Pit Bul.

Ambos, segundo a Polícia, disputam de ponto de droga na rua Piauí, sendo que Pit Bul teria ameaçado de morte os filhos de Cícero do Ferro Velho, motivo pelo qual ele teria se armado e partido pra cima do desafeto e efetuado alguns disparos de arma de fogo no concorrente.

Esta versão foi confirmada por duas testemunhas, Edison de Lima 43 e Ubiratan Gomes da Silva 29, os quais dizem acreditar que Cícero do Ferro Velho pode ter confundido os policiais com pessoas ligadas ao acusado de ser traficante Pit Bul, motivo pelo qual iniciou o tiroteio.

Os três presos foram autuados por tráfico de drogas, posse ilegal de arma e formação de bando, ou quadrilha, no caso do Antonio Viana, a qualificação dele cessa uma vez que faleceu.

Quanto ao pai dele, o Cícero do Ferro Velho o delegado Vinicius Cardoso das Neves abriu inquérito policial que pode ensejar no pedido de prisão preventiva dele.


Moisés pagou divida com a vida




Após o desfecho dessa ocorrência policial na madrugada de domingo em Morada Nova, ocasião em que o investigador Kleber Santiago Machado foi baleado e o acusado de ser avião do tráfico Moisés Alves da Silva 21 anos pagou a conta com traficante com a vida.

Ele, de acordo com o delegado Victor Costa Lima Leal era o responsável em vender o crack naquela rua, porém teria usado a droga e estava devendo para um traficante que seria filho do Cícero do Ferro Velho e acabou sendo assassinado.

Este é só mais um caso envolvendo viciados e traficantes, que geralmente não perdoam dívidas de drogas e matam, ou mandam matar àqueles que por ventura ousar em não pagar uma dívida.


Objetos apreendidos


2 Aparelhos de telefone celular
1 Espingarda calibre 20
1 Espingarda calibre 12 cano duplo
1 Espingarda por fora
1 Revólver calibre 32
1 Revólver calibre 38
15 Munições intactas calibre 12
3 Munições intactas 28
3 Cartuchos deflagrados calibre 12
1  Munição calibre 30
5 Munições intactas calibre 38
3 Munições calibre 32
1 Munição deflagrada calibre 32
33 Petecas de substância entorpecentes (crack)
1 Balança de precisão marca sunrise
1 Embalagem contendo pólvora
1 Embalagem contendo chumbo
1 Embalagem contendo pó branco desconhecido
1 Gandola camuflada
Cento e quarenta e oito reais



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Delegado descarta ligação entre crimes




 

Durante entrevista coletiva na tarde de ontem, em Marabá, o delegado adjunto do Estado do Pará, Rilmar Firmino de Souza, negou que haja qualquer ligação entre a morte do colono Eremilton Pereira dos Santos, e o casal de ambientalistas José Claudio Ribeiro da Silva, e Maria do Espírito Santo da Silva.

Segundo o delegado, é leviano informar que o colono, cujo corpo foi localizado no sábado à tarde, tenha tido contato com dois motoqueiros e que, supostamente, seriam os pistoleiros que mataram os ambientalistas. “Temos outra linha de investigação, infelizmente não podemos adiantar, pois qualquer coisa que dissermos pode prejudicar nosso trabalho”, comentou.

Uma certeza o delegado disse que tem: “Vamos esclarecer os dois casos”, sentencia, ressaltando que em ambos os casos as investigações estão bastante adiantadas.

Tráfico - De outra parte, o delegado da Polícia Federal (PF), Marcelo de Souza Seiler, comentou que também apura os dois casos e, em se tratando da morte do colono Eremilton dos Santos, pode ter alguma ligação com o tráfico de drogas.

Seiler informou, inclusive, que esteve no local onde o corpo foi encontrado, na terra pertencente ao colono João Pereira de Sousa, quando conseguiu levantar essa hipótese. “A área é infestada de traficantes”, sentencia.

Eremilton dos Santos, segundo o delegado, costumava freqüentar aquela região onde consumia droga e ingeria bebida alcoólica. “Mas vale lembrar que é apenas uma hipótese. Somente a investigação vai definir o que de fato aconteceu”, comentou.

Quanto ao homicídio contra o casal de ambientalistas, Seiler disse que as investigações estão bem avançadas e que já ouviu em entrevista pelo menos 50 pessoas, e já colheu 12 depoimentos.

Indagado sobre a possibilidade de ter o envolvimento de algum madeireiro, ou fazendeiro daquela região, Seiler, tal qual Rilmar Firmino, foi lacônico. “Não podemos dizer qual linha de investigação está sendo seguida, pois trabalhamos em várias frentes a fim de identificar o que de fato aconteceu nesse caso”, conclui. 

Rilmar Firmino: "Não podemos dizer quais linhas estamos inveistigando ...
mas podem certeza: vamos esclarecer os dois casos"



Testemunha pode ter sido assassinada por pistoleiros






A Polícia investiga para tentar identificar quem matou e porque matou o colono Eremilton Pereira dos Santos, o Bilinga 25 anos, cujo corpo foi localizado no último sábado (28) dentro de um terreno pertencente ao colono João Pereira de Sousa 62, no Assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira (PAEX).

As circunstâncias desse crime é um completo mistério, porém um detalhe importante chamou a atenção das autoridades, Eremilton dos Santos, involuntariamente deu informações aos prováveis pistoleiros, que na manhã da última terça-feira (24), mataram o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54, e a esposa dele, Maria do Espírito Santo da Silva 53, no assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira PAEX, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará.

Os pistoleiros perguntaram ao colono como faziam para chegar até o Porto do Barroso, exatamente o mesmo lugar para onde ele saiu da casa dele na quinta-feira (26). Bilinga disse que iria comprar peixe e não retornou.

Parentes da vítima acreditam que Bilinga pode ter sido morto pelos mesmos pistoleiros do ambientalista, uma vez que a vítima não tinha nenhum tipo de desavença com terceiros.



Corpo de Eremilton dos Santos foi localizado numa mata fechada

 

Medo de morrer causa migração



Diante dos três últimos homicídios que aconteceram no PAEX, semana passada o colono João Pereira de Sousa 62 pensa em abandonar uma terra de cem hectares, onde cultiva diversas árvores frutíferas há 17 anos.

O medo de morrer é o principal indutor dessa fuga. Recentemente ele disse que recebeu proposta de compra da madeira do lote dele, porém se recusou em vender e estaria sendo ameaçado.

“Aqui é assim se falar demais morre e com essas coisas (homicídios) que estão acontecendo ultimamente a gente fica desnorteado”, comentou dizendo que está velho, cansado e com a morte dos ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva 54 a esposa dele, Maria do Espírito Santo da Silva 53, de certa forma ficou desiludido com a terra.

“Foram eles quem me deram essa terra, me incentivaram a plantar e agora são assassinados pra mim é uma tristeza muito grande e aqui não fico mais, pois está muito perigoso”, sentencia.


João Pereira diz que corre risco de morrer caso fique no assentamento


Desmatamento intenso no PAEX


O Ibama deslancha operação de combate ao desmatamento no Assentamento Praialta Piranheira (PAEX) e identificou 14 pontos de retirada ilegal de madeira e 13 clareiras para a retirada de lenha.
O PAEX foi formado em 1997 e tinha proposta de trabalhar o extrativismo mantendo a floresta em pé, porém com o passar dos anos praticamente toda a floresta foi retirada, restando apenas cerca de 20%  de um universo de 22 mil hectares.
Os extrativistas: José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53, assassinados no último dia 24 de maio denunciavam e cobravam operações de combate ao desmatamento naquela área.
Cerca de 20 agentes federais da operação “Disparada” permanecem por tempo indeterminado. Dois tratores foram apreendidos, dezenas de fornos de carvão foram destruídos e assentados autuados por crime ambiental.


A foto, de Nelson Feitosa, revela o quanto o PAEX está desmatado