segunda-feira, 16 de março de 2015

Delegado investiga ataque na Cedro


Acampados do Helenira Resende estão sendo investigados 

Camionete do gerente ficou praticamente destruída

Alexandra da Silva bem a missão de identificar sem terra do MST




O delegado Alexandre Nascimento da Silva, titular da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá deu início ao inquérito policial que apura a ação criminosa que aconteceu na última terça-feira (10) no retiro Ouro Indiano, dentro da fazenda Cedro, zona rural de Marabá.

Foi neste retiro que a ação se deu e terminou causando um grande prejuízo, não à fazenda Cedro, cuja propriedade pertence à Agropecuária Santa Bárbara (Agrosb), dona da Cedro, mas a funcionárias destas tendo em vista que moravam no retiro e tiveram seus móveis todos destruídos.

A peça tem por objetivo identificar os autores deste atentado. Naquela ocasião, homens que estariam acampados no acampamento “Helenira Resende”, e, portanto ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), teriam promovido a ação criminosa que resultou na destruição dos móveis de três famílias de funcionários e a queima total de uma camionete 
S-10, placa OBZ-6500, Cumaru do Norte, pertencente ao gerente daquela propriedade, Carlos Vinicius da Silva Nascimento, o “Schumacher”, 34 anos.

Neste inquérito, por enquanto, foram ouvidos três funcionários. O vaqueiro Ivanildo Almeida de Sousa, 35, a mulher dele, Valdemires Sales dos Santos e o encarregado deste retiro Mauro Morais Aguiar.

Eles contaram que por volta das 21h30 daquele dia, um grupo de pelo menos cem homens chegou ao retiro e ordenaram que eles saíssem das casas, para em seguida, sem dar uma única palavra, o grupo invadiu as casas e começou a atear fogo nos móveis.

Permaneceram no retiro Ouro Indiano por cerca de duas horas, tempo suficiente para destruir praticamente todos os móveis das casas. Algumas delas foi parcialmente destruídas pelas chamas.

Quando saíram do retiro, o grupo de homens deixou para trás um cenário de guerra. Escombros por toda parte, telhados destruídos, paredes chamuscadas pelas labaredas, mas seguramente, o trauma nos trabalhadores é infinitamente maior dos que os estragos, afinal viram a morte de perto.

Um destes que ouviu o zumbido de projétil cortando o ar foi o gerente da Cedro Carlos Vinicius da Silva Nascimento, o “Schumacher”, que assim que chegou no corredor do retiro, foi recebido a bala.

A pressão só não foi maior do que um projétil que se o atingisse fatalmente o derrubaria, afinal tem impacto semelhante a 750 quilos de pressão por metro quadrado. “Com certeza sobrevivi, afinal foram muitos tiros dados na minha direção, corri, me escondi no mato e fui resgatado de madrugada”, narra.

“Schumacher” também deve depor diante do delegado e contar detalhes de como os homens chegaram o acampamento. “Fomos informados eu todos estavam encapuzados, ameaçaram os trabalhadores, pois se contassem o que aconteceu no retiro poderiam sofrer retaliações”, acrescentou.

Outros funcionários devem ser ouvidos. Por enquanto, todos disseram, ou atribuíram o ataque aos sem terra que estão no acampamento Helenira Resende. 

De sua parte, um dos coordenadores nacionais do MST, Francisco Moura, o Tito Moura negou tais ataques e que os trabalhadores estão quietos no acampamento.