sábado, 3 de março de 2018

Advogado quer uma base do CME em Marabá





Em andamento uma articulação de pecuaristas e advogados criminalistas que militam na área agrária de Marabá e região, visando a possível instalação de uma base do Comando de Missões Especiais (CME), cuja força policial auxilia a Vara Agrária Regional no cumprimento de liminares de reintegração de posse nas regiões sul e sudeste do Pará.

Um destes articuladores é o advogado criminalista Arnaldo Ramos. Ele defende que se faz necessário a implantação desta unidade em Marabá e que esta é uma antiga reivindicação dos pecuaristas, que se vêem, acuados, pois têm o direito adquirido sobre as respectivas propriedades, tanto que a Justiça Agrária reconhece tal direito, porém não conseguem produzir, tendo em vista que muitas destas propriedades estão ocupadas.

No entendimento dele, a base do CME em Marabá, se instalada, deve dar uma pronta resposta em se tratando das reintegrações de posse, pois a força policial age praticamente em tempo real. “Isso vai dar mais tranquilidade para os produtores rurais, pois atualmente há uma demora secular no cumprimento das liminares”, acentua.

Para ele, a retirada imediata dos sem terra evitaria uma serie de transtornos e que em muitos casos redundam em conflitos diversos, como esbulho, depredação de bens e móveis, bem como matança e até mesmo roubo de gado.

“A idéia é mobilizar pecuaristas, empresários e até mesmo a bancada paraense na Assembléia Legislativa para marcarmos uma audiência com o governador a reivindicar uma base do CME e desta forma resolvermos uma situação que causa muitos transtornos aos produtores rurais, que é a invasão das fazendas”, acrescenta.

Em se tratando de logística, o causídico entende que a base do CME em Marabá não deve ser encarado como custos ao Estado. “Pelo contrário, vai diminuir custos, pois atualmente, para se mobilizar a tropa de Belém o custo é alto, então, vamos sugerir que os militares que devem atuar nesta tropa especializada, sejam recrutados nesta região e que podem perfeitamente ser treinados em Marabá e assim, quando necessário, devem auxiliar a Justiça no comprimento das liminares”, explica.

Em se tratando de prejuízos por parte do pecuarista, Arnaldo Ramos diz que é praticamente impossível de se calcular, ante a infinidade de danos causado por eventuais invasores de terra. Ele cita várias propriedades rurais, que por décadas sofrem danos, entre elas, fazendas da Agropecuária Santa Barbara, Mutamba, bem como a fazenda Bom Futuro, pertencente ao espólio de Manoel Soares e que atualmente é administrada pela viúva, Maria Ilza Sores.

Esta propriedade, localizada na zona rural de Marabá, próxima à Vila do Brejo do Meio, está sendo constantemente alvo de depredação e furto de gado. Posseiros ocupam parte da propriedade há pelo menos três anos e por diversas vezes, segundo Arnaldo Ramos, neste intervalo, pelo menos oitocentos bois foram furtados.

“É um absurdo o que está acontecendo naquela propriedade, eles invadiram, matam e furtam bois, vendem na Vila Brejo do Meio, denunciamos todos os casos para a Delegacia de Conflitos Agrários, mas até então, se houve alguma investigação nesse sentido, não temos conhecimento, de prisão, ou identificação dos autores de tais crimes”, denuncia.

Este é apenas um dos casos citados pelo advogado entre inúmeros episódios dessa natureza que se repetem como se num roteiro de uma crônica anunciada, sendo que muito raramente haja punição para os acusados de tais crimes.

Por fim Arnaldo Ramos reitera informando que vai mobilizar todos os envolvidos no processo de reforma agrária para que possam cobrar a base do CME em Marabá ainda este ano. Essa articulação deve acontecer nas próximas duas semanas, sendo que a imprensa deve ser convocada para auxiliar nesta empreitada.