terça-feira, 26 de março de 2013

Polícia aborta assalto em Eldorado e apreende arsenal

Armas seriam usadas em assalto a banco



Uma quadrilha especializada em roubo a banco, provavelmente pretendia atacar em Eldorado do Carajás, no início do mês de abril, contudo a Polícia Civil abortou os planos dos bandidos e apreendeu um grande arsenal, inclusive dinamite.

A apreensão aconteceu na semana passada e envolveu uma considerável quantidade de policiais civis do Pará e do Maranhão.

Esta quadrilha tem tentáculos no Pará, Maranhão e no Tocantins e age nestes e em outros estados do Brasil.

O arsenal composto de nove armas e farta munição foi localizado enterrado dentro de um barraco em uma chácara em Eldorado do Carajás, sudeste do Pará. As armas estavam enroladas com plásticos e camufladas dentro de canos de PVC.

O dono da chácara, cujo nome não foi fornecido para a reportagem, deve ser investigado e provavelmente indiciado por participação com a quadrilha de roubo a banco.

Esta apreensão é fruto de uma investigação que estava sendo conduzida pela Superintendência Estadual de Investigação Criminal (SEIC), por intermédio do Departamento de Combate a Roubo a Instituições Financeiras (Decrif), ambas do Maranhão e pelo Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), do Pará.

O trabalho policial começou no início do mês de janeiro deste ano, logo após um assalto a um banco de Santa Helena, em dezembro do ano passado e em Vitorino Freire, no dia 4 de janeiro deste ano.

Neste último banco, na verdade, os assaltantes não roubaram nada, pois o cofre estava fechado, ocorre que o tesoureiro estava dentro da agência, com as chaves do cofre, porém não foi reconhecido pelos bandidos.

Nestes dois assaltos as imagens mostram os assaltantes usando, provavelmente as mesmas armas que foram apreendidas. Até o momento, cinco integrantes desta quadrilha foram presos em Açailândia, Imperatriz e em Vitorino Freire.

Chamou a atenção da Polícia o fato de um das armas ser um fuzil Supermig, calibre 0.50, com capacidade para perfurar carros fortes, além de um fuzil AK-47, coronha retrátil, ambas com altíssimo poder de fogo.

Segundo o investigador Luís Fernando Cardoso, da Decrif, os assaltantes costumavam atacar em vários estados e que há muito tempo os policiais estavam no encalço deles.

“Esse é um trabalho continuado, sempre estamos correndo atrás para prender estas quadrilhas”, lembra.

Para o policial o bando, provavelmente iria atacar em Eldorado do Carajás no início do mês de abril, ocasião em que é feito o pagamento de servidores.

Por este motivo, o policial acredita que as armas estavam escondidas nesta chácara. Alem, é claro da posição geográfica do município que fica entre as regiões sul e sudeste do Pará o que em tese permite o deslocamento da quadrilha para vários municípios.

Assaltante entrega esconderijo



Por conta desta investigação policial que estava em curso, resultou na prisão de cinco integrantes desta quadrilha. Um deles, Raimundo Muniz dos Santos, conduziu os policiais até onde as armas estavam escondidas.

Este assaltante, contudo não informou se de fato o bando pretendia atacar em Eldorado, contudo a Polícia não descarta essa hipótese.

De acordo com o investigador Luís Fernando, todo o material deve ser periciado e as imagens dos vários assaltos que acontecerem no Pará e no Maranhão devem ser analisadas a fim de comparar o arsenal e identificar se pertencia ao bando.

Caso se confirme, segundo o investigador, deve ser pedida as respectivas prisões preventivas do bando.

Presos - Até o momento tem pelo menos cinco assaltantes presos, contudo a quadrilha é composta de cerca de vinte integrantes.

Por medida de segurança e para não atrapalhar a investigação, os policiais não informaram os nomes daqueles assaltantes que estão com as prisões preventivas decretadas, pois podem ser presos a qualquer momento.



Origem da dinamite é investigada


A respeito da dinamite de emulsão que foi localizada junto com o arsenal, uma fonte ligada ao Setor de Inteligência do Exército Brasileiro (EB) informou que a origem do artefato deve ser investigada.

Este trabalho deve ser feito pela Seção de Fiscalização de Produtos Controlados, que lida especialmente com esse tipo de produto.

Para se adquirir esse tipo de produto a empresa tem de ter licença e as dinamites são cadastradas em lotes para se controlar o uso.

Nas regiões sul e sudeste do Pará as dinamites são usadas para implodir rochas e invariavelmente, alguns destes artefatos, são furtados e usados pelas quadrilhas de roubo a banco para estourar carros fortes e caixas eletrônicos.

Pelo menos dois roubos recentes ocorreram na região sudeste. Em janeiro deste ano aconteceram assaltos em Bom Jesus do Tocantins, Palestina do Pará, Tailândia e Redenção.

Em todos os assaltos, dinamites foram usadas para explodir caixas eletrônicos e os dois carros fortes.

Uma fonte segura informou que não é tarefa difícil para se adquirir uma “banana” de dinamite, que no mercado negro, varia entre R$ 300 e R$ 500.

O delegado Álvaro Beltrão Ikeda, titular do NAI não quis comentar a apreensão por entender que se der alguma declaração poderá comprometer o trabalho de investigação que está sendo feito no sentido de prender outros integrantes da quadrilha.



Armas apreendidas



1 - Fuzil Supermig calibre 0.50

1 - Fuzil AK-47, calibre 7.62

1 – Fuzil calibre 0.30

4 – Escopetas calibre 12

1 - Carabina M-1 calibre 0.30

1 - Pistola calibre 0.40



Munição



100 Projéteis calibre 12

80 Projéteis calibre 0.30

82 Projéteis calibre 7.62

1 ‘banana’ de dinamite com as espoletas



Presos



Antonio Carlos Silva Santiago o Dente de Ouro, ou Garimpeiro

Raimundo Muniz dos Santos, o Velho

Ariosvaldo Silva Lima, o Ari

Raimundo Montes, policial militar

Edmilson, o Bigode


Delegado da Deca ameaçado de morte



Uma denúncia anônima, levantada com absoluta exclusividade por este repórter foi registrada recentemente no Disque Denúncia de Marabá e revela uma trama para matar o delegado Victor Costa Leal, titular da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá.

O interlocutor, nome não fornecido para a imprensa, ligou para o serviço anonimamente e informou que ouviu uma mulher com três pistoleiros, em um bar tramando a morte do delegado.

De acordo com fonte segura, o denunciante ligou dizendo que ouviu um diálogo entre a mulher e os pistoleiros que estariam tramando a morte do delegado, que estariam contrariando os interesses deles.

Tais ameaças teriam ocorrido por conta do trabalho do delegado à frente de investigações que apuram mortes de líderes sem terra, assassinados recentemente na região sul do Pará.

O caso tramita em segredo de Justiça, contudo a reportagem levantou em primeira mão que o delegado pode estar com os dias contados e que uma mulher seria a interessada na morte dele.

Por conta das ameaças, o policial se abstém da vida social e se dedica exclusivamente ao trabalho policial na Deca de Marabá.

Quanto à provável interessada na morte do policial, há uma forte suspeita de se tratar de uma mulher que comanda várias invasões rurais no sul do Pará, contudo, o nome está sendo mantido em sigilo.

Em primeira mão, a reportagem levantou que o interlocutor repassou detalhes de como os pistoleiros estariam tramando a morte do delegado, contudo a fonte pediu para não revelar nada, pelo menos por enquanto.

Ontem pela manhã o delegado Victor Leal confirmou que de fato existiu a ligação ao Disque Denúncia onde a pessoa repassou os detalhes de como os pistoleiros estariam tramando a morte dele.

“Dificilmente seria um trote, pois a pessoa repassou detalhes de como eles pretendiam me matar. Estamos tomando as nossas precauções, se já andava desconfiando, agora que estou ainda mais”, comentou o delegado.

Sobre esta suposta trama, o delegado acredita que o trabalho dele e da equipe da Deca, está incomodando os supostos líderes sindicais que militam no sudeste do Pará.

“O nosso trabalho está incomodando algumas lideranças, que ao invés de seguirem o caminho certo, optam pelo crime para se firmarem entre os camponeses”, comenta o delegado.