terça-feira, 15 de abril de 2014

Juiz nega prisão contra policiais acusados de estupro



O rumoroso, ou suposto estupro, do qual uma adolescente de 17 anos se diz vítima e que envolve três policiais civis do Pará ganhou mais um capítulo: o juiz titular da 4ª Vara Penal de Marabá, Emerson Benjamin Pereira Carvalho negou o pedido de prisão preventiva contra os policiais.

A decisão do magistrado foi tornada pública no último dia 11 de abril deste ano, contudo, somente nesta segunda-feira a reportagem teve acesso a parte do documento.

As promotoras Alexandra Muniz Mardegan e Cristina Magela Silva Corrêa protocolaram o pedido de prisão preventiva contra os policiais no dia 4 de abril, após a imprensa tornar público o suposto estupro que teria ocorrido no dia 11 de janeiro deste ano, no banheiro da Delegacia da Cidade Nova e em hotel do bairro Cidade Nova.


Em linhas gerais, o magistrado entendeu que não havia elementos suficientes para decretar a prisão dos policiais, Marcelo Serra Rocha, Jorge Tadeu do Espírito Santo Guilhon e Rodrigo Paiva de Barros, estes dois últimos escrivães.

Para o magistrado, não seria possível mandar prender os três com base em “meras conjecturas” e determinou que o processo retornasse ao Ministério Público para que fossem feitas novas diligências e desta feita, apresentar fatos novos que justifiquem uma decretação de prisão preventiva.
Depoimento – Sem dúvida alguma, o depoimento do cunhado da adolescente, João Batista Pereira de Sousa, contribuiu para que o magistrado não decretasse as prisões dos acusados.

O vídeo foi gravado pelo advogado Arnaldo Ramos de Barros Júnior e numa conversa de aproximadamente 30 minutos, João Batista relata que em momento algum a adolescente foi violentada, sobretudo dentro do banheiro da delegacia e que a jovem mentiu para a delegada 
Dinilda Ferreira da Costa em Redenção, onde fez a denúncia.



Ele descreve passo a passo o que aconteceu na madrugada do dia 11 de janeiro. O irmão dele, Nelson Pereira de Sousa estava tomando algumas cervejas com a então esposa, a adolescente de 17 anos e na madrugada, procurou um taxista para levar o casal até a Folha 14, Nova Marabá.

Por esta corrida, o taxista cobrou R$ 20,00 da Folha 16, Nova Marabá até a Folha 14, Nova Marabá, contudo, quando chegaram no destino final o Nelson de Sousa só tinha R$ 15,00 e que por conta disto houve uma confusão, seguida de uma lesão em uma das mãos do taxista.

Por conta desta briga, conta João Batista, 
oito taxistas chegaram na Folha 14 e começaram a bater no irmão dele, a Polícia Militar foi acionada e prendeu o irmão dele. E por conta da agressão teve de ser medicado para posteriormente ser preso na Seccional Urbana da Cidade Nova. 

A adolescente foi apreendida e também apresentada no plantão do delegado Reinaldo Marques Júnior. O João Batista disse que ficou das 6 horas da madrugada até por volta das 13 horas e durante este período, a ex-cunhada nunca ficou sozinha com nenhum policial.


“A delegacia estava cheia de gente e se ela estivesse entrado junto com qualquer policial dentro do banheiro teria visto”, relata João Batista. Ao final do procedimento, a jovem lhe foi entregue, uma vez que é menor de idade.  No dia seguinte, uma irmã da adolescente chegou em Marabá e a levou para o município de Redenção, no sul do Pará.


“Ela está inventando isto para prejudicar os policiais, pois em momento algum, nenhum deles foi até o banheiro com ela”, garante. Em seguida ele faz um apanhado geral da vida da adolescente e diz que o irmão dele, se iludiu e acabou sendo envolvido pela jovem, que costumava dormir o dia inteiro e à noite costumava farrear.

“Avisava pra ele do comportamento dela, mas ele não queria ouvir”, relata contando ainda que alguns objetos da casa dela sumiram sendo que a jovem, provavelmente estava por trás de tais sumiços.  

Laudo – Outra peça não menos importante neste processo, diz respeito ao laudo de conjunção carnal, assinado pelos médicos: André Ricardo Viana Mourão e Edson Portela Silva, nomeados pela delegada Viviane Carvalho Flores.

O exame foi feito no dia 13 de janeiro deste ano, sendo que a primeira pergunta atesta que a paciente, no caso a adolescente não era virgem, sendo que não havia sinais de desvirginamento recente, bem como não havia sinais de vestígios de conjunção carnal recentemente, no que pode favorecer os acusados.

Por outro, lado o relatório do GPS da viatura usada naquele dia, pelo investigador Marcelo Rocha, revela que o veiculo permaneceu estacionado durante 18 minutos em frente a um hotel, no bairro Cidade Nova, onde a adolescente teria dito que fora estuprada.


Vale lembrar, porém que é neste hotel que o investigador se hospeda quando está de serviço em Marabá, pois mora oficialmente no Maranhão.

Todos os acusados negam o suposto estupro e se dizem vítimas da imaginação fértil da adolescente e acreditam que a jovem pode estar sendo orientada para tentar lhes prejudicar.

“Não tem cabimento algum o que ela (adolescente) falou, pois todos sabem que a delegacia é bastante movimentada, então como pode alguém ser estuprada e não gritar, ou pedir socorro é um absurdo isso”, relata Jorge Guilhon.

Acusados tentaram álibi perfeito



A prisão de dois acusados de ter matado o advogado George Antonio Machado, assassinado no último dia 3 de abril, num espetinho da Folha 10, Nova Marabá, pode revelar mais uma faceta da pistolagem no município: a dissimulação e desfaçatez dos acusados.

Neste caso, dois acusados foram presos acusados diretamente deste crime. O autônomo Wagner Vieira Matos, 24 anos e o funcionário publico municipal Rodrigo Carvalho da Silva 21, presos entre os dias 8 e 9 de abril.

Esta prisão aconteceu se comparar outros casos de homicídios no Pará, em tempo recorde, pois a cada dez homicídios, apenas um caso é resolvido.

Outro detalhe não menos importante diz respeito ao chamado clamor popular, pois quando a população se mobiliza para cobrar apuração célere, o Estado responde à altura.

No caso da morte do advogado George Antonio Machado, que atualmente era dono de uma cozinha industrial em Parauapebas, houve uma grande mobilização nacional e desta feita uma verdadeira força tarefa foi formada para investigar o crime.

Em princípio, a Polícia trabalha com a hipótese de a vítima ter sido morta em execução, embora os acusados tenham se esforçado para simular um assalto, tanto que anunciaram o assalto e em seguida partiram para cima da vítima e efetuaram vários tiros. Três projeteis acertaram a vítima, um no pescoço, tórax e face.

No dia seguinte ao crime, um dos acusados, o Wagner Mota, assistia ao telejornal local com a jovem esposa dele, uma adolescente de 17 anos e quando ouviu a notícia fez o seguinte comentário: “Viu nega mataram um advogado”.

Ele não contava, porém que pelo menos cinco testemunhas o descreveram à equipe do delegado Dauriedson Silva Bentes, da Divisão de Homicídios de Belém, que desembarcou em Marabá com a missão de investigar o crime.

Este acusado, em 2011, teria sido preso acusado de tráfico de drogas e teria contratado o advogado George Machado para defendê-lo e teria pagado R$ 7 mil por este serviço, contudo não teria ficado contente com a atuação do causídico e permaneceu preso até o final de 2013 e teria prometido matar o advogado.

Entre as cinco testemunhas, há duas que são essenciais e que contaram vários detalhes de como os dois acusados chegaram no “espetinho” e executaram o crime.

Inclusive, teria sido o acusado Rodrigo da Silva teria sido o autor dos disparos e não o Wagner como foi mencionado anteriormente na imprensa, embora este acusado tivesse a suporta querela com o advogado.

Quem confirma esta nova versão é o delegado Dauridson Bentes, que embasado no depoimento de uma testemunha chave que confirmou: os dois pistoleiros simularam um assalto e sem seguida atiraram no advogado e não levaram absolutamente nada das outras vítimas que estavam no “espetinho”.

Esta testemunha, segundo o delegado, já integra o Programa de Proteção à Testemunha e já foi transferida do Estado do Pará.

Para o delegado, Dauriedson Bentes, a investigação segue no sentido de esclarecer, se de fato, o advogado foi vítima de mais um crime, banal, ou de pistolagem. 

Os dois acusados, a quando da prisão deles, se mantiveram em silêncio. Entre as poucas palavras balbuciadas, negaram o crime. 

Contudo, a arma supostamente usada por eles, um revolver calibre 38 foi apreendida e deve ser periciada a fim de ser feita a micro comparação balística com os projéteis retirados do corpo do delegado.

Outros indícios apontam para os acusados, como o fato de o artefato ter sido entregue para o armeiro Raimundo Mariano, o Almirante, para que este fizesse algumas modificações e desta forma os acusados poderiam criar um álibi perfeito.

Por enquanto, eles estão presos numa cela do Centro de Recuperação de Marabá (CRM) e aguardam pronunciamento da Justiça, já que a prisão temporária de ambos foi decretada. 

NIP e GPE prendem matadores


Wagner Mota e Rodrigo Silva, acusados de matar advogado


Arma supostamente usada no crime foi encontrada com armeiro 



Policiais do Núcleo de Inteligência da Polícia (NIP) e Grupo de Pronto Emprego (GPE), prenderam dois acusados de ter matado a tiros o advogado George Antonio Machado e outros dois acusados de participação indireta. George Machado foi executado com três tiros quando estava em um popular “espetinho” da Folha 10, Nova Marabá.

A vítima foi morta em circunstâncias, que até o momento a Polícia ainda não esclareceu muito bem, contudo, até ontem quatro pessoas foram presas acusadas de participação direta e indireta.

Figuram como matadores, os acusados: Wagner Vieira Matos, 24 anos e Rodrigo Carvalho da Silva, 21 anos, enquanto o armeiro Raimundo Mariano, o “Almirante” e a jovem Paloma Morais Farias, foram presos por posse ilegal de armas.

Os dois primeiros acusados foram presos na Folha 6, Nova Marabá, nas respectivas casas deles, enquanto a jovem e o armeiro foram presos na Folha 16, também na Nova Marabá.

Teria sido na casa do armeiro, que os policiais localizaram um revólver calibre 38 que teria sido usada para matar o advogado e que teria sido deixada com o armeiro para que ele fizesse algumas modificações, entre elas, a troca de algumas peças e cromar a arma.

Esta arma, segundo o delegado Dauriedson Bentes da Silva, da Divisão de Homicídios de Belém e responsável pela investigação, deve ser periciada e os projéteis retirados do corpo do advogado devem ser comparados para verificar se, de fato, foi esta arma que disparou na vítima.

As prisões temporárias contra os acusados foram decretadas ainda no início da semana pela juíza Elaine Oliveira Neves, diretora do Fórum de Marabá, por entender que havia indícios fortes que apontam para a autoria delituosa.

Em verdade, o primeiro a ser preso, ainda na segunda-feira (7) foi o acusado Rodrigo Carvalho da Silva, capturado na casa dele, na Folha 6, Nova Marabá.

Para a Polícia, teria sido este acusado, que na verdade é instrutor de um centro educacional infantil de Marabá, teria pilotado a moto para que o acusado Wagner Matos executasse o advogado.

Inclusive, a moto, uma Fazer vinho, seminova, placa OTS-1491 teria sido identificada no palco do crime, já que a Folha 10 é próximo à Folha 6, onde moram. A quando da execução do crime, populares anotaram parte da placa da moto, que apontou em outra moto de São Geraldo do Araguaia.

Contudo, segundo o delegado Dauridson Bentes, tão logo a equipe chegou a Marabá, se verificou que não seria esta moto, e por fim, levantaram a verdadeira placa, bem como traçaram um perfil dos matadores.

De posse destas primeiras informações, ainda de acordo com o policial, a equipe continuou as buscas, a ponto de vararem a madrugada de sábado, até que no final de semana já tinham praticamente os nomes dos suspeitos, com os respectivos endereços.

Justiça agiu rápido e permitiu prisão


De posse desta juntada de informações, no final de semana, os mandados de prisões temporárias, busca e apreensão foram protocolados na Comarca de Marabá, à frente ajuíza plantonista, Elaine Oliveira Neves.

Esta magistrada, por sua vez, não titubeou em conceder tais mandados o que facilitou as respectivas prisões dos acusados que caíram como se num efeito dominó.


Instados a se defenderem, os acusados optaram pelo silêncio e entre as poucas palavras balbuciadas por eles, trataram de negar o crime e que não tinham nada contra o advogado.

A negativa dos acusados, contudo, para o delegado Dauridson Bentes, pouco tem importância, tendo em vista que há fortes indícios de participação deles na empreitada criminosa.

“Há pelo menos quatro depoimentos de pessoas que os identificaram”, acrescenta o policial reforçando ainda que no dia seguinte ao crime, o acusado Wagner Matos levou o revólver calibre 38 para ser alterado.

Outro indício que a Polícia se apegar para incriminar o acusado seria uma suposta quebra de contrato, entre ele e o advogado, uma execução e até mesmo latrocínio, já que um telefone celular da vítima teria sido roubado pelos acusados.

No caso da quebra de contrato, em 2011, o advogado George Machado teria defendido o acusado Wagner Matos num processo de tráfico de drogas e teria recebido R$ 7 mil para fazer tal defesa.

Ocorre que o acusado, Wagner Matos teria ficado insatisfeito com a atuação do causídico e amargou cadeia até o final do ano passado e teria jurado vingança.

Contudo há vários amigos advogados da vítima que acreditam tratar se de uma execução, entre eles, Haroldo Gaia, que aposta na continuidade da investigação para finalmente o caso ser totalmente esclarecido.

O inquérito policial deve ser concluído em trinta dias, prorrogáveis por mais trinta dias e até lá, segundo o delegado Dauriedson Bentes, todas as dúvidas em torno do caso devem ser dirimidas.

Por enquanto o policial se contenta em dar uma pronta resposta ao clamor popular, uma vez que a morte do advogado George Machado ganhou repercussão mundial e projetou negativamente o nome do Pará, como terra sem lei.

“Não é bem assim a nossa Polícia paraense está aparelhada para realizar as mais complexas investigações e o nosso diretor, Claudio Galeno não mediu esforços para esclarecer este crime”, comentou.

Para o delegado Ricardo do Rosário, o caso está parcialmente fechado, mas restam algumas outras diligências e perícias que vão contribuir para o completo esclarecimento deste homicídio.

“Desde o começo não medimos esforços para apoiar a investigação e acompanhar este caso e estamos prontos eventuais casos como estes”, salienta.

Os dois acusados de matar o advogado ficaram de ser ouvidos formalmente ainda na madrugada desta quinta-feira (10) e depois devem ser transferidos para uma cela do Centro de Recuperação de Marabá (CRM), enquanto o armeiro, enquanto o armeiro “Almirante” e a jovem Paloma Farias ficaram de ser soltos, tão logo pagassem fiança, já que foram indiciados por posse ilegal de armas. (E.S.)


Mulher teria tentado vender revólver



Entre as descobertas feitas pela Polícia, consta uma tentativa frustrada da acusada, Paloma Farias teria ido até a casa do Almirante, na Folha 16 e dito para ele vender o revólver calibre 38, o mais breve possível, tendo em vista poderia incriminar ao marido dela, o acusado o Rodrigo da Silva.

A tentativa de nada adiantou, pois a Polícia não só conseguiu descobrir onde estava a arma, bem como descobriram quem seria o armeiro, que acabou preso.

Vale lembrar que a investigação foi cercada de todos os cuidados possíveis e praticamente toda a estrutura da Polícia Civil foi disponibilizada para elucidar o caso.

Como o caso ganhou repercussão nacional, diversas declarações foram feitas, inclusive, com um suposto pedido de impeachment por parte do advogado Haroldo Gaia, mas pelo visto não vai ser mais preciso.

“Em momento algum paramos, desde que fomos informados do caso, foi montada uma força tarefa que culminou com as prisões”, saliente Dauriedson Bentes. (E.S.)

Presos:

Rodrigo Carvalho da Silva – acusado de pilotar moto.

Wagner Vieira Matos – acusado de atirar e matar advogado.

Paloma Morais Farias – tentou se acobertar o marido, o Rodrigo.

Raimundo Mariano, o “Almirante”, armeiro.


Moto apreendida

Fazer vinho, placa OTS-1491, pertence ao Rodrigo.

Revólver calibre 38, com diversos cartuchos. Arma deve ser periciada.