quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Brasil se prepara para suspendar vacinação contra a aftosa


Rebanho brasileiro ajuda elevar balança comercial


"A defesa sanitária não sofrerá cortes. Trata-se de uma área prioritária para o país e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem na sanidade um pilar do sucesso das exportações brasileiras de carnes". A afirmação é de Décio Coutinho, titular da Secretaria de Defesa Agropecuária, e foi feita em painel que discutiu a saúde animal na 8a Interconf, que acontece até amanhã, em Goiânia.

Especificamente em relação à febre aftosa, Coutinho disse que é preciso avançar ainda mais no controle da doença antes de pensar na suspensão da vacinação.

"Também não vejo como suspender a vacinação neste momento. O risco é muito grande para um procedimento comum e de custo baixo para o pecuarista", disse Eduardo Moura, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), entidade promotora da Interconf.

"É inconcebível que a defesa agropecuária seja afetada por cortes no orçamento", emendou Luiz Claudio Paranhos, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). "A história do país nos ensinou o tamanho do desafio sanitário e quanto essa área é importante para a cadeia da carne bovina e para a própria imagem do Brasil".

Mais informações sobre a 8a Interconf: www.interconf.org.br 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Corruptos, assaltantes e traficantes na mira da PF

Polícia Federal em  ação no  sul  e sudeste  do Pará





PF prendeu 42 nos últimos 2 anos





Seguindo orientação do Departamento de Polícia Federal (DPF) em nível nacional, cujas prioridades são o combate à corrupção, prisão de assaltantes e de traficantes, a Polícia Federal de Marabá expõe dados relevantes no combate a estes três eixos da criminalidade.
Em breve balanço dos quase dois anos em que está à frente da Delegacia Regional da Polícia, o delegado Antonio Carlos Cunha Sá apresentou alguns dados acerca das prisões. Em dois anos, PF prendeu 42 acusados, sendo 19 traficantes, 16 corruptos e 7 assaltantes e apreendeu 562 quilos de droga, sendo 410 quilos de maconha e mais 152 quilos de  cocaína.
As investigações e prisões foram coordenadas pelo delegado Antonio Carlos Cunha Sá, que evidentemente conta com uma equipe especializada de agentes que se reveza diuturnamente em diversas direções, visando, evidentemente identificar os esquemas fraudulentos das organizações criminosas.
A prisão mais recente aconteceu a quando da deflagração da operação “Desfecho”, no mês de agosto, em Parauapebas ocasião em que a PF prendeu sete acusados de envolvimento num esquema de desvio de recursos públicos destinados ao transporte escolar rural de Parauapebas. 
A PF apurou em inquérito, que o grupo de sete pessoas, sendo os empresários: Valdemar Pereira Dias, o Valdemar da Pavinorte, o dono da Canaã Transportes, Gilson Silva Pinheiro, além de cinco servidores da Prefeitura de Parauapebas, sendo a atual secretária de educação, Juliana Sousa Santos, a adjunta, Chirlean Rodrigues Costa, o tesoureiro Rui Amorim, o chefe do setor de transportes, Sebastião Luís de Assis e o presidente da Comissão de Licitação Ivan Viana Sobrinho. 

Eles estão sendo processados pelos crimes de associação criminosa, previsto no artigo 2º da Lei 12.850 de 2.013, fraude em licitação conforme versam os artigos 89 e 97, da lei 8.666 de 1.993, falsidade ideológica previsto no artigo 299, peculato, no caso dos servidores públicos, conforme preceitua o artigo 312 e apropriação indébita, previsto no artigo 168, todos do Código Penal.
Segundo a investigação, os acusados desviaram pelo menos R$ 7 milhões por meio de contratos fantasmas, licitações fraudulentas e itinerários que não existiam e que eram colocados nas planilhas de pagamento do transporte escolas com rotas legais, mas que não verdade eram fachadas para desviar o dinheiro público. 

Esta prisão foi fruto de um desdobramento da operação “Terra Prometida” desencadeada em setembro de 2014. A fraude identificada pela PF durou cerca de um ano, entre maio de 2013 a julho de 2014. O inquérito deve ser relatado ainda este mês. Bens dos acusados devem ser bloqueados a fim de garantir um eventual reembolso, caso sejam condenados.

Incra - O que dizer então da prisão de nove pessoas, no final de julho deste ano, acusadas de envolvimento num suposto esquema de cobrança de propina para regularizar terra dentro do Incra? E foi exatamente isto que a operação Terra Legítima mostrou.

A investigação da PF iniciou em setembro do ano passado e resultou na prisão de sete funcionários ligados ao Programa Terra Legal e dois advogados. Todos tiveram as prisões preventivas decretadas pelo juiz federal Marcelo Honorato.
À época foram presos: Marcelo Alves dos Santos, Alex Rawser Pereira de Matos, Antonio Morbach Neto, Gustavo Gruscoski de Paula, Jhonatan Oliveira de Sousa, Josivan Gonçalves Silva, Maurício Carvalho de Araújo, além dos advogados Juscelino Veras da Silva e Wirland Batista. Por conta das prisões, os funcionários foram demitidos no dia seguinte às prisões, no início do mês de agosto.

Rastreio – Outra prisão não menos importante aconteceu no início de fevereiro deste ano a quando da deflagração da operação Rastreio e que resultou na prisão de sete acusados de envolvimento numa quadrilha de roubo de cargas que atacava caminhões dos Correios no eixo da PA-150 às BR´s-010 e 222. 

O bando roubava as cargas e as escondia numa fazenda em Tailândia. A grande maioria dos acusados era daquele município. Foram presos a mando do juiz Marcelo Honorato a quando da deflagração “Rastreio”:  Valdson Carvalho de Sousa, o “Da Bomba” acusado de ser o líder do bando, a esposa dele, Núbia Helena Teixeira, Josiclei Sousa, o Cley do Celular, Velho, ou Barão, Elielson Ramalho e outros dois que não tiveram os nomes divulgados. 

O bando agia há pelo menos dois anos e estava tão à vontade que vendia os produtos roubados no próprio comércio de Tailândia, segundo informou o delegado Antonio Sá. 

Vale lembrar que essa investigação começou tão logo aconteceu um roubo a um caminhão de cargas dos Correios, sendo que dentro do caminhão foi localizado um convite de um batizado que iria acontecer em Tailândia.

O que seria um simples documento ser transformou numa importante pista, pois foi exatamente este convite que levou os agentes até um dos acusados e sucessivamente aos outros integrantes do bando e finalmente à prisão do bando todo.



Traficantes presos antes de entregar a droga



Outra linha de atuação da Polícia Federal na região, não menos importante é o combate ao tráfico internacional de drogas. Evidentemente que pela quantidade de traficantes, atuam pelo menos cem nas regiões sul e sudeste, as prisões acontecem de forma esporádica.

Contudo, nem sempre os grandes traficantes são presos, afinal, não têm acesso às drogas, pois contam com um leque enorme de ‘mulas’ contratadas para fazer o transporte, manuseio e até mesmo a entrega nas pequenas ‘bocas’, portanto sobram para estes intermediários as prisões e processos.

Entre eles o trio: Valter Magno Soares Luiz, Valdete Prates Luiz e Amauri Rodrigues da Silva, presos em agosto de 2014 quando seguia pela BR-155 à altura do município de Sapucaia quando seguiam em uma camionete Triton e na caçamba transportava um compressor e dentro continha 46 quilos de pasta base de cocaína, que também seria entregue em Marabá.

Dois acusados de ser traficantes, Benedito Machado da Cruz e Célio Pereira da Silva foram presos em outubro de 2014, transportando 400 quilos de maconha prensada, divididos em 547 tabletes dentro de um micrônibus. O veículo foi interceptado à altura do Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e dentro continha a droga, que seria entregue em Marabá. 

Outro preso, Ludison Ribeiro da Silva, preso em fevereiro deste ano quando trafegava em um ônibus que faz linha entre Minas Gerais até Altamira, porém foi preso em Marabá.

Ludison da Silva carregava uma mala, e dentro, além de roupas e outros objetos, dez tabletes de maconha prensada que seriam entregues em Marabá. Evidentemente que ele não forneceu o nome do traficante que iria receber a droga, mas acabou sendo autuado por tráfico de drogas.

Segundo o delegado Cunha Sá outra prisão importante também aconteceu em março deste ano, ocasião em que os agentes da PF prenderam Charles Moura Cruz e Alessandro Alves da Silva. 

Este último acusado foi flagrado dentro de um ônibus que faz a linha entre Goiânia à Marabá. Ele transportava na bagagem um quilo de pasta base de cocaína. A droga seria entregue em Marabá ao acusado Charles Cruz. Ambos foram autuados em flagrante por tráfico.

Igualmente preso, Wagner Silva Costa 24 anos. Ele foi flagrado transportando 4,7 quilos de cocaína pura dentro de uma caixa de som quando seguia dentro de um ônibus, pela BR-155 à altura da Polícia Rodoviária Federal.

O acusado é natural da cidade de Pontes e Lacerda, no Mato Grosso, mas morava em Santana do Araguaia de onde saiu, em março deste ano, para fazer o ‘frete’ e receberia R$ 2 mil pelo serviço, mas acabou sendo preso antes de entregar a droga.

Já o acusado Elivaldo Muniz Martins foi preso em maio deste ano na BR-230, à altura do posto desativado da PRF. Ele dirigia um utilitário e transportava 100 tabletes de cocaína.

Quadrilha – O crime organizado se amolda e ganha estruturas cada vez mais notáveis, mas vira e mexe são presos.

Foi o caso dos oito acusados de integrar uma quadrilha internacional de traficantes com base em Jacundá e que estavam sendo monitorados pela PF.

Roberto Carlos Pires de Andrade, que seria um dos mentores do bando foi preso juntamente com Carlos Edgar Oliveira e Breno Morais Viana quando seguiam pela BR-155 em direção à Marabá no final do mês de abril deste ano. O trio transportava apenas um quilo de cocaína dentro de um carro de luxo.

Logo após esta prisão, a PF deflagrou a operação Colabit, em junho deste ano e que resultou na prisão de outros seis acusados, sendo Cibele Andrade, Osmayelle Alves de Oliveira, Alisson Pereira da Silva, Cristiano Oliveira Martins além de dois soldados militares, que à época eram lotados no 4º Batalhão da Polícia Militar. Ambos foram processados e acabaram expulsos da corporação.

Esta quadrilha, segundo informou o delegado é comandada pelo advogado Marcos Balcaçar, marido de Cibele Andrade e que está preso na Venezuela por tráfico de drogas. E mesmo à distância, consegue comandar o esquema, numa clara demonstração de extrema organização criminosa.

Nunca é demais lembrar que a PF de Marabá funciona precariamente (em se tratando de estrutura)  e mesmo assim é responsável por abranger 22 municípios. Diuturnamente trabalham cinco agentes que se alternam nas mais diversas atividades investigativas e mesmo com essas dificuldades que são latentes em todo o sistema de segurança, consegue identificar e prender criminosos diversos.

“Estamos trabalhando e aos poucos prendendo os corruptos, assaltantes e traficantes e continuamos firmes”, conclui o delegado, sem evidentemente entrar em maiores detalhes acerca dos métodos usados para alcançar estas quadrilhas criminosas. A sociedade agradece.