Quarta-feira,
dia 21 de março, uma data que uma família jamais vai esquecer. Bom seria se
fosse por um bom motivo, porém a data marca uma tragédia sem precedente,
afinal, um irmão, transtornado, atira no outro.
Era por
volta das 17h30, quando o irmão agressor, Carlos Antonio Alves Pereira, o Picolé, atirou no irmão dele, Valter Alves
Pereira. O desentendimento, segundo fontes ligadas aos dois irmãos, se deu por
conta de uma partilha de bens referentes a uma sociedade dos dois irmãos.
Por décadas,
os dois administraram uma loja de revenda de peças de carros, na rodovia
Transamazônica. Com o fim da sociedade, os dois irmãos seguiram as vidas em
separado, porém alguns bens remanescentes da sociedade ficaram sob responsabilidade
do Picolé como um caminhão e uma chácara, às proximidades da Vila Brejo do
Meio, zona rural de Marabá.
Tais bens
foram vendidos, sendo que sistematicamente, “Valtinho”, o baleado, costumava
reclamar para o irmão, “Picolé”, que gostaria de receber o dinheiro dele destas
vendas, já que os bens foram adquiridos quando os dois eram sócios.
Por conta
desta situação no que gerou o descontentamento, “Valtinho” vociferou e xingou o
irmão dele a ponto de chamá-lo de ladrão durante uma rodada de conversava com
amigos do agressor.
Naquela
ocasião, “Picolé” teria dito que “Valtinho” ia engolir as palavras. Alguns dias
após, novas cobranças e agressões mútuas, até que no dia 21, armado com um
revólver calibre 38, “Pícolé” foi até a oficina do “Valtinho”, situada na rua
Ademir Martins, entre as avenidas Paraíso e Itacaiúnas, e novamente, mais
desentendimento, que terminou no baleamento.
“Valtinho”
foi alvejado duas vezes no abdômen e quando estava caído, mais um tiro, desta
vez, na cabeça. Amigos e funcionários que estavam na oficina se encarregaram de
prestar os primeiros socorros à vítima, que em princípio foi atendido no
Hospital Municipal de Marabá (HMM), porém devido a gravidade, foi encaminhado
para o Hospital Regional onde está internado e o quadro clínico dele é grave e
corre sério risco de vida.
Por sua vez,
o “Picolé”, se apresentou na Seccional Urbana da Nova Marabá acompanhado do
advogado criminalista Arnaldo Ramos onde depôs diante da delegada titular da
Divisão de Homicídios de Marabá (DHM), Raissa Maria Soares Beleboni.
Entre outras
coisas, disse que por mais de um ano estava sendo atacado pelo irmão dele o
chamava, insistentemente de ladrão e que a chácara vendeu de forma pré datada e
que ainda não tinha condições de repassar a parte do irmão dele, mesmo assim
sofreu as humilhações publicas e que acabou perdendo o controle.
A decisão
intempestiva dele, de atirar no irmão, atingiu, por tabela, toda a família.
Tanto que a única irmã deles hipotecou apoio ao irmão agressor, o “Picolé”. O
comportamento dela despertou a fúria da cunhada e sobrinhas, filhos e esposada
do “Valtinho”.
Muito embora
se diga arrependido, à luz da lei, “Picolé”, em princípio, deve ser processado
e indiciado por tentativa de homicídio, a menos, claro que consiga provar em juízo
que atirou para se defender, ou sob forte emoção que não lhe permitiu outra
opção.