quinta-feira, 29 de março de 2018

Arremedo de Caim




Quarta-feira, dia 21 de março, uma data que uma família jamais vai esquecer. Bom seria se fosse por um bom motivo, porém a data marca uma tragédia sem precedente, afinal, um irmão, transtornado, atira no outro.

Era por volta das 17h30, quando o irmão agressor, Carlos Antonio Alves Pereira, o Picolé, atirou no irmão dele, Valter Alves Pereira. O desentendimento, segundo fontes ligadas aos dois irmãos, se deu por conta de uma partilha de bens referentes a uma sociedade dos dois irmãos.

Por décadas, os dois administraram uma loja de revenda de peças de carros, na rodovia Transamazônica. Com o fim da sociedade, os dois irmãos seguiram as vidas em separado, porém alguns bens remanescentes da sociedade ficaram sob responsabilidade do Picolé como um caminhão e uma chácara, às proximidades da Vila Brejo do Meio, zona rural de Marabá.

Tais bens foram vendidos, sendo que sistematicamente, “Valtinho”, o baleado, costumava reclamar para o irmão, “Picolé”, que gostaria de receber o dinheiro dele destas vendas, já que os bens foram adquiridos quando os dois eram sócios.

Por conta desta situação no que gerou o descontentamento, “Valtinho” vociferou e xingou o irmão dele a ponto de chamá-lo de ladrão durante uma rodada de conversava com amigos do agressor.

Naquela ocasião, “Picolé” teria dito que “Valtinho” ia engolir as palavras. Alguns dias após, novas cobranças e agressões mútuas, até que no dia 21, armado com um revólver calibre 38, “Pícolé” foi até a oficina do “Valtinho”, situada na rua Ademir Martins, entre as avenidas Paraíso e Itacaiúnas, e novamente, mais desentendimento, que terminou no baleamento.

“Valtinho” foi alvejado duas vezes no abdômen e quando estava caído, mais um tiro, desta vez, na cabeça. Amigos e funcionários que estavam na oficina se encarregaram de prestar os primeiros socorros à vítima, que em princípio foi atendido no Hospital Municipal de Marabá (HMM), porém devido a gravidade, foi encaminhado para o Hospital Regional onde está internado e o quadro clínico dele é grave e corre sério risco de vida.

Por sua vez, o “Picolé”, se apresentou na Seccional Urbana da Nova Marabá acompanhado do advogado criminalista Arnaldo Ramos onde depôs diante da delegada titular da Divisão de Homicídios de Marabá (DHM), Raissa Maria Soares Beleboni.

Entre outras coisas, disse que por mais de um ano estava sendo atacado pelo irmão dele o chamava, insistentemente de ladrão e que a chácara vendeu de forma pré datada e que ainda não tinha condições de repassar a parte do irmão dele, mesmo assim sofreu as humilhações publicas e que acabou perdendo o controle.

A decisão intempestiva dele, de atirar no irmão, atingiu, por tabela, toda a família. Tanto que a única irmã deles hipotecou apoio ao irmão agressor, o “Picolé”. O comportamento dela despertou a fúria da cunhada e sobrinhas, filhos e esposada do “Valtinho”.
Muito embora se diga arrependido, à luz da lei, “Picolé”, em princípio, deve ser processado e indiciado por tentativa de homicídio, a menos, claro que consiga provar em juízo que atirou para se defender, ou sob forte emoção que não lhe permitiu outra opção.

CPC celebra parceria com FBI



Uma parceria inédita foi fechada entre as perícias criminal do Pará e dos Estados Unidos. Na última semana, o Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” e o Federal Bureau of Investigation – FBI (em português: Gabinete Federal de Investigação) celebraram acordo de intercâmbio. Com isso, os peritos paraenses receberão aperfeiçoamento em diferentes áreas nos laboratórios da polícia americana. Além disso, um treinamento será ministrado por agentes do FBI em Belém.

Durante visita ao Centro de Perícias, o agente do FBI e adido policial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, David Brassanini, esteve reunido com a direção geral do órgão estadual e apresentou um pouco do trabalho da polícia americana aos peritos criminais.

Dez peritos poderão se inscrever no intercâmbio, que tem previsão para iniciar em julho deste ano. Nos Estados Unidos serão trabalhadas as seguintes especialidades: Local de Crime; Impressão Digital; Desastres em Massa; Exames Físicos, Químicos e Biológicos; Balística Forense; Documentoscopia e Informática Forense.

Já o treinamento na capital paraense está previsto para setembro. Mais de 30 peritos criminais terão a oportunidade de se aperfeiçoar e conhecer os protocolos adotados pelo FBI, uma das forças de inteligência mais importantes do mundo.

Para o diretor geral do Centro de Perícias Científicas, José Edmilson Lobato Junior, o trabalho conjunto será um momento de renovação de conhecimentos para a perícia paraense. “Estamos firmando esta parceria para que os peritos criminais possam ter a oportunidade de qualificar ainda mais seu trabalho”, enfatizou.

Já o agente David Brassanini destacou que esta troca de conhecimentos será muito importante para o FBI. “A importância desta parceria é o interesse mútuo a respeito da perícia. Ela, para nós americanos, é essencial, pois aprendemos que não temos respostas para tudo, mas com a colaboração de outras agências, outros países que possuem diferentes conhecimentos, podemos achar uma resposta”, afirmou o americano.

terça-feira, 27 de março de 2018

Preso em Anapu padre acusado de extorsão





A Polícia Civil prendeu em Anapu, no sudoeste do Estado, nesta terça-feira (27) o padre José Amaro, da Prelazia do Xingu em cumprimento de mandado de prisão expedidos pela Comarca de Anapu. Além da prisão preventiva, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do padre e na sede da Paróquia de Anapu.

Nesses locais, foram apreendidos documentos diversos, que vão passar por análise das equipes policiais. A operação foi iniciada por volta de 6 horas e foi resultado de oito meses de investigações.

Informações sobre a operação e prisão foram apresentadas, na Delegacia-Geral, em Belém, pelo delegado-geral, Rilmar Firmino de Souza. "A prisão de José Amaro é resultado de inquérito policial no qual o padre foi indiciado pelos crimes de extorsão, ameaça, esbulho possessório e assédio sexual", detalhou.

Após o cumprimento do mandado de prisão, o acusado foi transferido de Anapu para Altamira, para ser ouvido, e depois ficará recolhido no presídio local à disposição da Justiça.

O padre é apontado como responsável em arregimentar invasores de terra e praticar extorsão contra donos de propriedades rurais, em Anapu, para não promover invasões. Entre as vítimas que denunciaram o sacerdote existe um homem que disse ter sido obrigado pelo padre a praticar ato sexual para não ter a propriedade rural invadida por sem-terras.
Além dos relatos, foram obtidas, durante as investigações, provas materiais dos crimes praticados, entre as quais comprovantes de depósitos bancários em nome do padre e de outras pessoas ligadas a ele com os valores depositados como extorsão.

As provas estão sendo mantidas sob segredo por determinação da Justiça. Segundo o delegado-geral, tanto terras de terceiros quanto terras públicas eram alvos das práticas criminosas, e acabavam, dessa forma, invadidas, loteadas, para depois serem vendidas de forma ilegal.

As investigações indicam que os crimes ocorriam, de forma reiterada, há cerca de cinco anos em Anapu. Com o cumprimento dos mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Civil terá dez dias para concluir o inquérito e encaminhar os autos do procedimento investigativo à Justiça. "Com a conclusão das investigações, outras pessoas poderão ser indiciadas", ressalta Rilmar Firmino.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Audiência define destino de sem terra




Acontece nesta terça-feira (27) audiência de instrução e julgamento da fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás na Vara Agrária Regional em Marabá. A fazenda está ocupada por sem terra ligados ao MST desde o dia 25 de julho de 2008.

Compete ao juiz Amarildo José Mazutti conduzir a audiência que pode definir o destino das 500 famílias que estão no imóvel e pleiteiam a propriedade para fins de reforma agrária. A Maria Bonita integra o maior projeto de pecuária a pasto tocado pela Agropecuária Santa Barbara.

Em dez anos de ocupação, aconteceram diversos conflitos, entre tiroteios, depredação,  matança de gado e diversas trocas de acusações mútuas. Mais recentemente, o MST acusa a Agrosb de pulverizar pesticida em plantações dos lavradores, entretanto a empresa nega.

Nesta audiência, o juiz deve ouvir as duas partes e caso haja necessidade, deve organizar uma inspeção judicial, que na prática, significa dizer que o magistrado deve fazer uma vistoria in loco na fazenda para passar à limpo as versões dos sem terra quanto dos proprietários da fazenda e posteriormente deve definir o destino dos sem terra.

Por enquanto, a  fazenda consta de uma lista de propriedades pertencentes à Agrosb e que está em compasso de espera para o cumprimento de uma liminar de reintegração de posse, concedida pela juiza Maria Aldecy de Souza Pissolati em agosto de 2008.