terça-feira, 6 de setembro de 2016

Sem terra com medo de morrer






O trabalhador rural sem terra, Edinaldo Cardoso de Jesus Sousa, um dos coordenadores do Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST) se diz ameaçado de morte por conta de um conflito de terra no Assentamento Palmeira 7, em Itupiranga, sudeste do Pará.

Desde novembro de 2013, ele e mais 50 famílias estão despejadas daquele assentamento, que legalmente foi criado pelo Incra de Marabá, contudo o pecuarista José Iran de Sousa Lucena que pleiteia 58 lotes rurais naquela comunidade.

Desde o despejo abrupto, que os sem terra vivem desgarrados, sendo que Edinaldo de Jesus teve a casa totalmente queimada, mas que pretende retornar ao Assentamento e reaver o lote do qual é a única fonte de renda.

Praticamente todos os se terra despejados pensam em retornar para o assentamento, pois se dizem injustiçados e que temem haver um confronto armado naquela propriedade. Ele informou que há uma milícia armada na fazenda Nova Era, cujo grupo teria sido contratado pelo fazendeiro José Iran. A reportagem não conseguiu manter contato com este pecuarista a fim de permitir que ele se pronuncie a respeito das denúncias.

“Nós vamos pedir o apoio das autoridades para que possamos retornar para as nossas terras, não somos invasores, pois lá é um assentamento e o senhor José Iran está tentando grilar a terra, ganhar no grito, pois fomos assentamentos legalmente lá e agora ele se diz dono da terra, nós vamos voltar pra lá, cedo, ou tarde”, avisa.

Edinaldo de Jesus procurou a reportagem para contar que estava sendo ameaçado de morte a quando da ocupação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) à altura do Posto Ferroviário, em Marabá, onde sem terra da Frente Nacional de Luta (FNL) pleiteiam uma grande área dentro do Distrito Industrial a fim de que possa ser criado o Assentamento Nova Esperança. Esta luta data de mais de dez anos sendo eu os sem terra seguem sem ter nenhum indicativo em relação à criação deste assentamento. Enquanto aguardam, os sem terra pretendem manter a EFC ocupada por tempo indeterminado. 

DRCO investiga roubo à prossegur



Edinaldo Sousa - Reforço policial chegou em Marabá no final da tarde de segunda-feira (5) e tem como missão investigar o assalto à transportadora de valores Prosegur que tem sido alvo constante dos assaltantes de banco em nível nacional.

Em Marabá a quadrilha especializada em roubar banco, chegou na madrugada de segunda-feira, por volta de 1h40 e permaneceu por cerca de uma hora e dez minutos detonando o prédio e roubando uma vultuosa quantia em dinheiro.

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) tem como missão tentar identificar os integrantes deste perigoso e bem articulado bando armado e quem sabe tentar prendê-los. A investigação, por enquanto, compete aos delegados Tiago Barreto da Rocha Belieny e Evandro Moreira da Rocha Araújo. Eles informaram que devem permanecer na cidade por tempo indeterminado, ou até que consigam um resultado positivo quanto à prisão do bando.

Especula-se que mais de dez assaltantes, fortemente armados como fuzis e metralhadores, invadiram Marabá, atravessaram dois caminhões em cima da ponte do rio Itacaiúnas, sitiando e isolando metade da cidade, se deslocara em comboio até o prédio da Prossegur, localizado na avenida Itacaiúnas, entre as ruas rio Vermelho e rio Preto de onde roubaram o dinheiro.

O prédio foi reduzido a um amontoado de escombros. Casas vizinhas ao imóvel, também foram afetados, bem como a escola Francisco de Sousa Ramos e o prédio da Sespa. Durante mais de uma hora, os assaltantes atiraram para todos os lados para evitar qualquer aproximação de moradores a fim de que não filmassem a ação deles.

Fugiram em camionetes, sentido rodovia Transamazônica em direção ao município de Itupiranga e ainda no perímetro urbano de Marabá se depararam com uma guarnição do Grupo Tático Operacional (GTO), comandada pelo sargento Gilson Bezerra. Houve breve troca tiros, sendo que a soldado Débora foi atingida de raspão. Ela foi operada e aparentemente não corre risco de morte.

Os ladrões fugiram em uma potente lancha, cujo dono a Polícia não divulgou o nome, pelo rio Tocantins, em direção ao município de Nova Ipixuna. De lá, seguiram por estradas vicinais, até o município de Bom Jesus do Tocantins. Neste município, seguiram pela BR-222 e de lá pela estrada vicinal “Carne de Sol”, que dá acesso ao estado do Maranhão.  

Toda esta rota de fuga foi levantada pelo DRCO que acredita se tratar de um bando misto, sendo integrantes do Maranhão, Pará, Tocantins e até mesmo de São Paulo, uma vez que uma quadrilha atacou em Campinas como o mesmo modus operandis, porém não conseguiram roubar valores da Prossegur.

“Acreditamos que o bando é de outros estados, pois a maneira como atacaram aqui no Pará é a mesma”, acentua Thiago Araújo, que disse acreditar que num curto intervalo de tempo o bando deve ser preso. “Não podemos adiantar, mas temo algumas pistas”, conclui.