quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pistoleiros torturam sem terra

Famílias foram espancadas e expulsas, recentemente, do assentamento colônia verde, antiga fazenda 3 Palmeiras em Santana do Araguaia


Aproximadamente dez pistoleiros, encapuzados, armados de carabinas, espingardas, revólveres, a mando do fazendeiro João Alves Moreira expulsaram trabalhadores rurais que estavam no Projeto de Assentamento Colônia Verde Brasileira, Fazenda 03 Palmeiras, no município de Santana do Araguaia.
Os pistoleiros, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) estavam acompanhados do genro do fazendeiro de prenome Elson, e expulsaram violentamente as 27 famílias que trabalhavam e moravam acampadas no local.
O fazendeiro João Alves Moreira, possui ilegalmente a fazenda 03 palmeiras dentro do assentamento Colônia Verde Brasileira, já que se trata de terra pública da União, o que é proibido pela lei, devendo a terra ser destinada à reforma agrária. O INCRA já ingressou com processo contra João Alves Moreira para retirá-lo das terras publicas e o processo segue tramitando na Justiça Federal de Marabá.
Os pistoleiros obrigaram todas as famílias deitarem no chão de bruços, por mais de três horas os homens, debaixo do sol, sem comida ou bebida, sendo espancados e torturados física e psicologicamente. Os pistoleiros rodeavam as pessoas deitadas, chamando as mulheres de prostitutas, os homens bandidos, e atiravam perto de suas cabeças.
Ainda de acordo co a entidade, os pistoleiros ameaçaram estuprar as estuprar as mulheres e as adolescentes, causando um verdadeiro cenário de terror.
Os pistoleiros torturaram especialmente o acampado conhecido por “Baiano”, pisando e chutando a sua cabeça até a ponto dele desmaiar e vomitar sangue. Eles o obrigaram a gritar “sou bandido”, “sou vagabundo”. Quando batiam no acampado Leoncio, ameaçavam de estuprar a esposa dele.
Após três horas de tortura os pistoleiros obrigaram as famílias a entrarem em caminhões boiadeiros e deixaram as pessoas no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santana do Araguaia.
Este foi o segundo despejo dos trabalhadores. No dia
10 de outubro de 2010, o mesmo fazendeiro João Moreira, acompanhado do genro e de pistoleiros encapuzados realizaram ação semelhante e expulsaram violentamente as famílias.

Naquela ocasião a tortura foi denunciada na Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), contudo, mais de dois anos após, não houve nenhuma punição aos acusados, segundo informou a CPT.

Nesta mesma fazenda 3 Palmeiras, ainda segundo a entidade, no dia 8 de agosto de 2012, o fazendeiro João Moreira foi flagrado com 4 armas de fogo e mantinha 10 trabalhadores rurais em condição análoga a de escravos.
Ele foi obrigado a pagar indenização aos trabalhadores o valor de R$ 147.512, 82, além de responder na Justiça pelo crime cometido.
Por fim a CPT exige  entidade lig
Diante desses graves crimes praticados, que nos dá a impressão de estar vivendo em uma verdadeira terra sem lei, exigimos:

A rápida apuração pela DECA do crime de tortura;  conclusão imediata do Inquérito que apura a tortura em agosto de 2010.
Além da condenação dos envolvidos em tais crimes, bem como a atuação da Procuradoria Federal Especializada do INCRA de Marabá e o reassentamento das famílias na fazenda 03 Palmeiras, por se tratar de terra pública da União.