sexta-feira, 31 de outubro de 2014

MPF pede revogação da prisão do cacique Elton Suruí

Elton Suruí, terceiro ao fundo e sem camisa, segue preso 
Elton Suruí, o terceiro de cocá azul, a quando da ocupação da BR-222



O Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça Federal de Marabá pedido de reconsideração para que seja revogada a prisão preventiva decretada contra o cacique Elton Jhon Suruí, 28 preso na última quarta-feira (29). Para o MPF, não estão presentes os requisitos mínimos que justifiquem a prisão preventiva. Nem o MPF, nem a Fundação Nacional do Índio (Funai) foram ouvidos pelo juiz federal Heitor Moura Gomes, que decretou a prisão.
O cacique Elton Suruí é importante liderança do povo Aikewara, também conhecidos como Suruí do Pará, e vem conduzindo, desde 2013, uma série de mobilizações reivindicando a solução de problemas no atendimento à saúde do povo indígena e a compensação pela construção da BR-153, que corta a terra indígena. Os protestos, por várias vezes, ocorreram com a presença de outras etnias, também prejudicadas pela precariedade do atendimento prestado pela Secretaria de Saúde Indígena, ligada ao Ministério da Saúde.
Por fatos supostamente ocorridos no dia 5 de agosto, a delegacia da Polícia Federal de Marabá abriu um inquérito, datado do último dia 22 de setembro. Em 2 de outubro passado, o delegado responsável pela investigação enviou pedido à Funai de Marabá para que o cacique Elton comparecesse à delegacia e agendou o depoimento para o dia 3 de fevereiro de 2015. “Duas semanas após designar para fevereiro a data da oitiva, a autoridade policial representou pela prisão preventiva, sem que qualquer fato novo se vislumbre nos autos”, relata o pedido de revogação do MPF.
De acordo com relatos da mídia local, o cacique compareceu à Funai ontem (29 de outubro) para se informar sobre o inquérito e foi abordado de surpresa por agentes da Polícia Federal, que cumpriram imediatamente o mandado de prisão preventiva. Logo em seguida, o cacique foi encaminhado para Belém, onde permanece.
“Se não há urgência em ouvir o investigado, se não há prova de comoção social, se não há indício nem mesmo relatado de coação a testemunha e se o investigado não indica intenção de ausentar-se do local dos fatos, qual o motivo determinante da necessidade de segregação cautelar?”, questiona o MPF, que lembra a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que só admite prisão preventiva após demonstração da gravidade concreta dos fatos e não apenas uma gravidade abstrata, suposta ou pressuposta.
Para o MPF, “não é razoável que, passados mais de sessenta dias dos fatos investigados, sem qualquer dado novo que aponte comoção social em decorrência deles, sem qualquer elemento que indique a coação a testemunhas ou a tentativa de fugir da aplicação da lei penal, se entenda presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva ao argumento de coibir atos futuros e incertos, cuja ocorrência se inferiu de investigações de atos passados”, conclui o MPF. O pedido de revogação da prisão repousa na mesa do juiz Heitor Moura deste a última quinta-feira e até o momento ainda não se pronunciou a respeito do assunto.

I Concurso de Carcaças Angus em São Paulo

Gado brasileiro é destaque no mercado mundial




Estão abertas as inscrições para a primeira edição do Concurso de Carcaças Angus SP – O Show de Qualidade no coração do Brasil, no dia 29 de novembro, no Frigorífico Frigol, em Lençóis Paulista (SP). Será distribuída premiação especial para os produtores que apresentarem as melhores carcaças. Os requisitos para participação no concurso são os mesmos do Programa Carne Angus Certificada.

De acordo com o gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, a realização desta primeira edição do concurso de carcaças Angus no Estado de São Paulo será de grande importância para a cadeia da carne bovina no estado. “Vamos reunir produtores, indústria e varejistas, com atividades paralelas de integração”, informa Medeiros.

Para Reynaldo Salvador, diretor do programa de fomento da Associação Brasileira de Angus, os números divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) - que apontam a raça como a que mais vendeu sêmen no País em 2013, com quase 3,4 milhões de doses – reiteram o crescimento do Angus para além do Sul do Brasil. “A carne brasileira está mudando sua imagem no exterior, passando de commodity para um produto de qualidade superior. Com o crescimento da demanda interna e possibilidade de aberturas de mercados externos para nossa carne de qualidade, o produtor tem valorizado cada vez mais a genética Angus”, explica Salvador.

“O Frigol é parceiro do Programa Carne Angus Certificada porque confia nas qualidades da raça e no fortalecimento da cadeia produtiva, com a bonificação dos pecuaristas que investem na genética Angus e, assim, fornecer animais prontos para o abate que geram carne apreciada pelos mais exigentes consumidores”, ressalta Luciano Pascon, diretor do Frigol.

As inscrições para o ‘I Concurso de Carcaças Angus SP – O Show de Qualidade no coração do Brasil podem ser realizadas na área de compra de gado do frigorífico Frigol, pelo telefone (14) 3269-3900, ramais 3901/3902, ou pelo email: luciana.guiglielmin@frigol.com.br.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vale investe US$ 4,2 bilhões no Pará este ano



É muito ou pouco dinheiro investido pela Vale este ano?



A mineradora Vale investiu US$ 4,2 bilhões no Pará de janeiro a setembro deste ano. Apenas no terceiro trimestre do ano foram investidos mais de US$ 1,5 bilhão no Estado, 40% acima do segundo trimestre, quando o valor foi de US$ 1,1 bilhão.

Os investimentos socioambientais acumulados nos nove primeiros meses do ano chegaram a US$ 114,3 milhões. Somente na área ambiental, os recursos totalizaram US$ 31,9 milhões no terceiro trimestre, um aumento de 63% em relação ao trimestre anterior, quando foram investidos US$ 19,6 milhões.

Produção

A Vale produziu 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro no terceiro trimestre de 2014, a melhor performance de sua história, com ganhos em todos os sistemas na comparação com o segundo trimestre.

Carajás (Parauapebas) alcançou um nível histórico de produção de 32,2 milhões de toneladas no terceiro trimestre, um aumento de 9,8% em relação ao trimestre anterior e de 7,9% na comparação com o mesmo período de 2013.

O bom desempenho se deve ao início da fase de testes da Planta 2, em Carajás, e de Serra Leste, em Curionópolis. Também localizada em Carajás, a mina de manganês do Azul aumentou em 30,2% a produção em relação ao trimestre anterior, atingindo 481 mil toneladas no período.

O volume de cobre contido em concentrado produzido pela empresa no trimestre foi de 104,8 mil toneladas, superando em 29,3% o segundo trimestre deste ano e em 10,8% o terceiro trimestre do ano passado, outro marco histórico de produção.

A mina do Salobo (Marabá) alcançou novo recorde para a operação, atingindo 25,9 mil toneladas com o início da fase de testes de Salobo II. Já na mina do Sossego (Canaã dos Carajás) foram produzidas 30,4 mil toneladas de cobre contido em concentrado.

Onça Puma (Ourilândia do Norte) atingiu 93% de sua capacidade nominal, produzindo 5,8 mil toneladas de níquel contido em ferro níquel, 11,3% acima do segundo trimestre.



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cacique Suruí preso em Marabá



Elton Suruí; lutou por direito à saúde e acabou preso


Quando chegava na sede da Funai de Marabá, na manhã de hoje, o jovem cacique Elton Jhon Suruí 28 anos acabou preso por agentes da Polícia Federal que aguardavam pacientemente pela chegada do sílvicola.

Contra o índio pesam várias acusação de crimes diversos, entre eles, cárcere privado, roubo de viaturas da Funai, extorsão a motoristas de vans, cárcere privado, interdição de rodovias entre outros.

Líder da Aldeia Itahy Suruí, em São Geraldo do Araguaia, o cacique coordenou a ocupação da BR-153, naquele município, bem como da BR-222 em Bom Jesus do Tocantins, assim como a ocupação da Secretaria Especial de Saúde Indígena em fevereiro deste ano.

Nestas ocupações teriam ocorridos os tais crimes citados em inquérito policial presidido pelo delegado Antonio Carlos Cunha Sá, que por sua vez, pediu e o juiz federal da 2ª Vara de Marabá, Heitor Moura Gomes decretou a prisão preventiva contra o índio.

Tão logo o mandado de prisão foi cumprido, no prédio da Funai em Marabá, o cacique foi conduzido até a Polícia Federal do município e  em seguida, por medida de segurança, transferido para Belém. Até o momento não foi possível conversar com representantes do cacique. 





terça-feira, 28 de outubro de 2014

Líder de sem-teto morta em via pública




Edinalva executada a tiros, a maioria na cabeça


Histórico indica que vítima tinha conquistado um rol de inimigos por diversos motivos, inclusive venda de lotes  


A Divisão de Homicídios (DH) da 21ª Seccional Urbana da Nova Marabá, que tem a frente o delegado Álvaro Beltrão Ikeda, ainda não sabe quem matou a líder de moradores sem-teto Edinalva Rodrigues Araújo, 56 anos. Ela foi assassinada no final da manhã do último sábado (25) quando seguia em direção ao bairro da Paz, conhecido por Invasão da Lucinha, no Núcleo Cidade Nova.

O trabalho de investigação está em fase preliminar e as informações são bastante escassas em torno do caso. O pouco que a Polícia repassou dá conta que o crime, com características de execução sumária, foi cometido por uma dupla da moto preta, provavelmente uma Bros antiga.

O crime seguiu o mesmo roteiro de outros que aconteceram em Marabá nos últimos anos. O pistoleiro da garupa desce da moto, efetua os disparos enquanto o piloto segue acelerando e, em seguida fogem tão rápido quanto chegaram no palco crime.

Ainda segundo informações da Polícia, Edinalva Araújo foi alvejada com vários tiros, sobretudo na cabeça. Ela estava sentada no banco do carro, do lado do carona, e não teve a menor chance de se defender. O marido dela, Mozaniel de Alencar Coelho estava dirigindo o veículo e foi atingido no abdome por provável bala perdida. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde foi medicado e aparentemente não corre risco de morte. 

Disputa – Edinalva Araújo estava no centro de uma disputa pelo controle da Associação de Moradores do Bairro Araguaia. O ex-marido dela, Luiz Vieira Rodrigues, é quem dirige a entidade. Essa disputa pode ser uma das prováveis possibilidades para traçar uma linha de investigação em torno do crime. Mas também não está descartada a possibilidade do assassinato estar relacionado com a venda de lotes dentro do bairro Araguaia. No início deste ano a vítima já tinha sido atacada por moradores desse bairro, por conta de ter vendido lotes e não ter repassado os terrenos aos compradores.

Não há informações de a líder sem-teto vinha sendo ameaçada de morte. As duas filhas dela quase nada informaram a respeito da rotina da mãe delas, uma vez que as jovens não moravam com Edinalva.

Numa rápida pesquisa no site do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) do Pará, a reportagem levantou que a vítima respondia um processo por homicídio ocorrido em agosto de 2005, em Parauapebas, sudeste do Pará. Neste mesmo processo figuram outras onze pessoas que têm contra si, prisões preventivas decretadas desde o mês de maio deste ano, inclusive o ex-marido, Luiz Vieira Rodrigues.