terça-feira, 8 de novembro de 2011

Deca investiga destruição na fazenda Bandeirante


 

Victor Leal à frente da investigação para identificar depredadores


A Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca) instaurou inquérito policial para identificar os responsáveis pela destruição parcial da fazenda Bandeirante, em Itupiranga, sudeste do Pará.


A destruição, provavelmente foi patrocinada por uma grupo de sem terra armados, que invadiu a sede da fazenda e promoveu momentos de terror e pânico para os moradores.

Deixaram pra trás um rastro de destruição, pois atearam fogo na sede, em pastos e num trator de esteira. Segundo cálculos do proprietário, coronel da reserva José Ricardo Barbosa Sobrinho, o prejuízo é de aproximadamente R$ 500 mil.

Não é de hoje que a fazenda Bandeirante é palco de conflitos. Desde de 2008 que a acontecem constantes confrontos. O proprietário, a fim de manter o patrimônio, chegou a contratar segurança particular, porém de nada adiantou, pois os sem terra continuaram rondando a área.

José Ricardo conta que desde 1982 vem tentando manter a propriedade preservada. Pra se ter uma idéia, a fazenda Bandeirante é praticamente a última reserva de mata virgem naquela região.

Dos quase 4,2 mil hectares, há pelo menos 80% preservados. José Ricardo conta que 2005 foi criada a reserva “Pedro da Mata” e tanto ele quanto o amigo militar Antonio Francisco de Oliveira plantaram quase vinte mil mudas de cupuaçu numa área onde existem pelo menos mil pés de castanha do Pará e 400 mil pés de açaí.

Porém, nos últimos cinco anos a propriedade foi invadida três vezes. Para José Ricardo, as constantes invasões têm a conivência do Incra de Marabá.

“São grileiros que estão de olho na mata e tem o apoio do Incra de Marabá”, denuncia em correspondência enviada ao Jornal Opinião onde relata diversas atrocidades praticadas pelos sem terra durante a onda de ataques.

José Ricardo vai mais além e diz que um funcionário do Incra, cujo nome não soube dizer, pernoitou no dia 19 de outubro, no acampamento dos sem terra onde foi com a missão de levar cestas básicas.

Essa pessoa, ainda de acordo com José Ricardo, seria genro de uma sem terra e teria ido até o acampamento dirigindo uma camionete do Incra com o final 1442. Com a palavra o Incra.

Por fim o militar lembrou que vai fazer chegar até a presidente Dilma Rousseff o relato da destruição da fazenda dele a fim de que alguma providência seja tomada.

Vale lembrar que estes sem terra foram despejados nos dias 3 e 4 de dezembro de 2008, por determinação do então juiz federal da subseção judiciária federal de Marabá, Carlos Borlido Hadad, mas retornaram logo em seguida para a fazenda.

Atualmente a fazenda está em contenda judicial entre o coronel José Ricardo e o Incra. Há uma ação em Brasília onde se pretende corrigir o valor da propriedade, estimada em cerca de R$ 5 milhões a título de desapropriação.

Enquanto não se chega a um consenso quanto ao futuro da fazenda Bandeirante, que seria terras da União os conflitos tendem a se acirrar.

De sua parte o delegado Victor Costa Lima Leal, titular da Deca confirmou que de fato há o inquérito policial e que pelo menos quatro pessoas foram citadas como os autores da destruição.

Sob o argumento de que iria prejudicar o trabalho policial ele não revelou os nomes dos sem terra que podem ser presos a qualquer momento.


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