quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Caso Dezinho: Dois acusados julgados



Finalmente, após quase treze anos da morte do sindicalista José Dutra da Costa, o “Dezinho”, assassinado no dia 21 de novembro de 2000 em Rondon do Pará, dois acusados deste crime deve ser julgados hoje em Belém.

Sentam no banco dos réus, o pecuarista Lourival de Sousa Costa, o Perrucha, acusado de ser um dos mandantes e Domício de Sousa Neto, acusado de ser um dos intermediários.

Perrucha ocupava ilegalmente a Fazenda Santa Mônica, uma área pública federal, que à época, foi ocupada por sem-terra lideradas por Dezinho. 

Domício era o então gerente da fazenda e, de acordo com as investigações policiais, forneceu a arma que foi usada no crime.

O pistoleiro Wellington de Jesus foi julgado e condenado a 30 anos de prisão em 2006, mas foi autorizado pela Justiça a passar o final daquele ano em casa e nunca mais retornou para cumprir a pena. 

Dois outros acusados de serem intermediários do crime tiveram as prisões preventivas decretadas, mas nunca foram presos.

O fazendeiro Décio Barroso Nunes, o “Delsão”, também acusado de ser mandante, aguarda em liberdade e deverá ir a julgamento em 2014.

“O processo que apurou o assassinato do sindicalista foi marcado por uma péssima atuação das polícias civil e federal e do Ministério Público na fase de investigação e instrução, dificultando a produção de provas, que pudesse responsabilizar todos os acusados pelo crime.”

A afirmação acima está contida em nota assinada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (FETAGRI), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Ainda de acordo com o mesmo documento, a omissão do Estado brasileiro quanto à proteção do sindicalista Dezinho das ameaças que recebia em função de sua atuação e o descaso no processo de apuração do crime resultou em uma ação contra o Estado Brasileiro perante a Comissão Interamericana da OEA.


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