quinta-feira, 10 de julho de 2014

Adulto confessa morte de militar

Gongo: "matei sozinho"



Preso no Maranhão o indivíduo Gustavo confessou a morte do sargento Marinho, isentando o menor 





Não foi um adolescente que matou o sargento Manuel Marinho de Sousa Filho, que era lotado no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e foi assassinado no último sábado (5), com um tiro na testa. O crime na verdade foi praticado pelo indivíduo Gustavo Bezerra dos Santos, o “Gongo”, 20 anos. 
Ele estava escondido na cidade de Bacabal, no Maranhão, onde foi preso na segunda-feira. “Gongo” confessou e assumiu sozinho o assassinato, eximindo de responsabilidades o menor de 17 anos, que foi apreendido no mesmo dia do crime.
No entanto, o menor também assumiu o latrocínio inclusive em vídeo gravado pela polícia, onde confessa e dá detalhes de como matou o sargento. Mas uma fonte garante que o jovem foi “pressionado” para confessar. 
O adolescente já foi transferido para o Centro de Internação do Adolescente Masculino (CIAM), enquanto os outros dois acusados, Francisco Vieira de França, o “Quim”, e Ernandes Ferreira de Lima estão custodiados no Centro de Recuperação de Marabá (CRM). O juiz Emerson Benjamin Pereira de Carvalho, titular da 4ª Vara Penal de Marabá, manteve o flagrante de latrocínio contra eles.
O adolescente, por sua vez, deve ter o caso analisado pelo juiz Eduardo Antonio Martins Teixeira, titular da Vara da Infância e Juventude. Por enquanto ele segue internado no CIAM. Parentes do jovem alegam que ele confessou mediante tortura, e que ele não tem nada a ver com a morte do sargento Marinho.
Durante o processo, as respectivas participações de cada um dos envolvidos no crime de latrocínio devem ser definidas. A confissão de “Gongo” pode dar uma reviravolta no caso, tanto que ele foi atuado por homicídio, enquanto os outros três estão custodiados e autuados por latrocínio.
Wanderson dos Santos Pereira teria comprado a pistola calibre 380, cromada, furtada do sargento Marinho. A arma teria sido jogada dentro de um poço por “Gongo”, logo após este ter matado o militar.
Todos os envolvidos no assassinato conheciam o militar. Na tarde de sexta-feira (4), um dia antes do crime, sargento Marinho recebeu os três na casa dele para assistirem o jogo da Seleção Brasileira. Na madrugada de sábado, ele foi covardemente assassinado.
Ganância – O militar não vivia apenas do soldo. Tinha outras alternativas de renda e investiu inclusive em casas de aluguel e quitinetes. Gostava de usar joias caras, o que deve ter chamado a atenção de seus algozes. Como mantinha relações homoafetivas, não foi difícil para os criminosos armar uma “casinha” para a vítima.  
A quando da apresentação de “Gongo” na 21ª Seccional Urbana da Nova Marabá, o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Eduardo Pimentel comentou que militares se empenharam para prender os acusados, e que a Polícia Civil (PC) deve definir a participação de cada um deles no caso. 
Para o delegado Timóteo Oliveira Soares, responsável pelo inquérito policial, o crime está praticamente resolvido. Um quinto elemento pode ter participado indiretamente do crime, e pode ser preso em breve. O nome dele não foi divulgado para a Imprensa para não prejudicar as investigações.


Juiz relaxa flagrante mas mantém prisão do acusado 

Ao contrário do que foi noticiado no primeiro momento, dando conta que o sargento Manuel Marinho dos Santos Filho, 43 anos, foi vítima de latrocínio, aparentemente o caso pode tomar outro rumo. Gustavo Bezerra dos Santos, o “Gongo”, acabou sendo atuado apenas por homicídio.
O curioso neste caso é que o juiz titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar de Marabá, Murilo Lemos Simão, relaxou o flagrante formatado pelo delegado Timóteo, mas decretou a prisão preventiva do acusado em crime de homicídio.
A decisão, fundamentada nos artigos 310, I, do Código de Processo Penal (CPP), relaxou a prisão em flagrante, contudo o magistrado se amparou nos artigos 311, 312 e 313, do CPP, para decretar a prisão preventiva de Gustavo Bezerra dos Santos.
Para o magistrado, o flagrante foi eivado de falhas e erros, tanto que fez um apanhado geral da sequência de fatos que culminaram com a prisão do acusado, portanto declarou ser ilegal o flagrante lavrado vários dias após a prisão do paciente. O crime aconteceu dia 5 e o acusado foi preso no dia 8, em Bacabal, Maranhão.
“Embora não subsista a prisão em flagrante, cabe analisar se a custódia do indiciado é medida imperativa”, avalia o magistrado, para em seguida fazer novo apanhado jurídico de decretar a prisão preventiva do acusado.
“Ao que consta dos depoimentos colhidos pela autoridade policial, a vítima, que é policial militar, foi morta na própria casa com um tiro disparado pelo indiciado e, diante desse fato apurado pela autoridade policial, a prisão preventiva se fundamenta na garantia da ordem pública, pois a conduta imputada a ele, caso seja provada em juízo, poderá revelar a prática de um audacioso crime de homicídio”, salienta o magistrado.
“A morte violenta de um policial militar, cuja conduta profissional, pelo que se denota dos autos, não está marcada por nenhum desvio ou abuso, abala seriamente a ordem pública, haja vista a grande e negativa repercussão do fato na comunidade e a soltura do indiciado, após a morte violenta do ofendido, pode gerar uma perplexidade social suficiente para colocar em risco a paz na coletividade e a credibilidade dos órgãos encarregados da segurança pública e da aplicação da lei”, sintetiza o juiz Murilo Simão. 

Dupla recebe voz de prisão dentro do Fórum

Quando os acusados de ser assaltante e traficante, Juscelino Marinho Ramos, o “Piché”, e Edilson Valente de Jesus foram até o Fórum de Marabá, na manhã desta quarta-feira (9), jamais imaginariam que seriam presos.
Foi exatamente o que aconteceu. Eles, que ainda estavam atordoados com a derrota da Seleção Brasileira, ficaram ainda mais desnorteados com o anúncio de que seriam presos, tendo em vista que estavam com prisões preventivas decretadas.
“Piché”, segundo o sargento José Augusto, responde processo por furto e roubo na 5ª Vara Penal e desfrutava da prerrogativa de responder ao crime em livramento condicional, mas deixou de cumprir alguns protocolos perante a Justiça e acabou sendo preso. Um dos protocolos seria comparecer mensalmente na secretaria da 5ª Vara para assinar o chamado livro de frequência. Como não seguiu esse compromisso, acabou voltando pra cadeia.
Já Edilson Valente de Jesus, preso em maio de 2011 e condenado em abril de 2012, por tráfico de drogas, estava foragido. Quando ele foi verificar a situação do processo que tramita na 4ª Vara Penal de Marabá, acabou recebendo voz de prisão. 
Ambos foram apresentados ao delegado plantonista da Seccional Urbana da Nova Marabá e devem ser encaminhados ao Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), já que são considerados presos de Justiça.




Três corpos necropsiados em 24 horas

Nas últimas 24 horas o Instituto Médico Legal (IML) necropsiou três corpos, sendo dois de Marabá. O caso mais emblemático envolve a morte da jovem Emilly Rocha Brandão, 17 anos, vítima de acidente de trânsito e que gerou diversos questionamentos por parte de parentes dela. Os familiares estão acusando que a jovem morreu por conta de provável erro médico.
Esses parentes, cujas identidades não foram repassadas para a reportagem, contaram ao delegado Rayrton Carneiro que a estudante sofreu fratura exposta na perna esquerda em consequência de um acidente. Levada para o Hospital Municipal de Marabá (HMM) ela teve a perna engessada.
O acidente ocorreu no início do mês de julho, sendo que a jovem morreu na terça-feira. Para tirar dúvidas em torno do caso, Rayrton Carneiro recomendou, em ofício remetido ao IML, que a remoção e necropsia fossem feitos de forma criteriosa e com o maior cuidado possível. “Pede-se especial atenção pelo fato de que a jovem foi vítima de acidente de trânsito, teve fratura na perna esquerda, foi submetida a internação por aproximadamente seis dias no HMM, lá foi engessada estando a perna com ferimento o que pode ter provocado a necrose e infecção que gerou a perda do membro,  posteriormente a morte por infecção generalizada”, reza trecho do ofício.
Vale lembrar, porém, que Emilly morreu no Hospital Regional Público do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso. A direção desta casa de saúde, por meio da Assessoria de Comunicação, informou que todos os procedimentos exigidos foram adotados para salvar a vida da jovem, que deu entrada naquele hospital com a perna engessada. Quando foi internada, diz ainda a assessoria, ela já apresentava quadro de infecção generalizada, o que causou a morte.
Outro que passou pelo IML foi o adolescente Anderson Alves dos Santos, de apenas 13 anos, que também foi vítima de acidente de trânsito, na estrada do Rio Preto, zona rural de Marabá. Por fim foi necropsiado o corpo da dona de casa Maria Valdelice Gomes do Nascimento, 47 anos, cuja morte, de provável causa natural, ocorreu em Itupiranga. 


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