terça-feira, 27 de março de 2018

Preso em Anapu padre acusado de extorsão





A Polícia Civil prendeu em Anapu, no sudoeste do Estado, nesta terça-feira (27) o padre José Amaro, da Prelazia do Xingu em cumprimento de mandado de prisão expedidos pela Comarca de Anapu. Além da prisão preventiva, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do padre e na sede da Paróquia de Anapu.

Nesses locais, foram apreendidos documentos diversos, que vão passar por análise das equipes policiais. A operação foi iniciada por volta de 6 horas e foi resultado de oito meses de investigações.

Informações sobre a operação e prisão foram apresentadas, na Delegacia-Geral, em Belém, pelo delegado-geral, Rilmar Firmino de Souza. "A prisão de José Amaro é resultado de inquérito policial no qual o padre foi indiciado pelos crimes de extorsão, ameaça, esbulho possessório e assédio sexual", detalhou.

Após o cumprimento do mandado de prisão, o acusado foi transferido de Anapu para Altamira, para ser ouvido, e depois ficará recolhido no presídio local à disposição da Justiça.

O padre é apontado como responsável em arregimentar invasores de terra e praticar extorsão contra donos de propriedades rurais, em Anapu, para não promover invasões. Entre as vítimas que denunciaram o sacerdote existe um homem que disse ter sido obrigado pelo padre a praticar ato sexual para não ter a propriedade rural invadida por sem-terras.
Além dos relatos, foram obtidas, durante as investigações, provas materiais dos crimes praticados, entre as quais comprovantes de depósitos bancários em nome do padre e de outras pessoas ligadas a ele com os valores depositados como extorsão.

As provas estão sendo mantidas sob segredo por determinação da Justiça. Segundo o delegado-geral, tanto terras de terceiros quanto terras públicas eram alvos das práticas criminosas, e acabavam, dessa forma, invadidas, loteadas, para depois serem vendidas de forma ilegal.

As investigações indicam que os crimes ocorriam, de forma reiterada, há cerca de cinco anos em Anapu. Com o cumprimento dos mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Civil terá dez dias para concluir o inquérito e encaminhar os autos do procedimento investigativo à Justiça. "Com a conclusão das investigações, outras pessoas poderão ser indiciadas", ressalta Rilmar Firmino.

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