A Polícia Civil prendeu em Anapu, no sudoeste do Estado,
nesta terça-feira (27) o padre José Amaro, da Prelazia do Xingu em cumprimento
de mandado de prisão expedidos pela Comarca de Anapu. Além da prisão
preventiva, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do padre e
na sede da Paróquia de Anapu.
Nesses locais, foram apreendidos documentos diversos, que vão
passar por análise das equipes policiais. A operação foi iniciada por volta de
6 horas e foi resultado de oito meses de investigações.
Informações sobre a operação e prisão foram apresentadas, na
Delegacia-Geral, em Belém, pelo delegado-geral, Rilmar Firmino de Souza.
"A prisão de José Amaro é resultado de inquérito policial no qual o padre
foi indiciado pelos crimes de extorsão, ameaça, esbulho possessório e assédio
sexual", detalhou.
Após o cumprimento do mandado de prisão, o acusado foi
transferido de Anapu para Altamira, para ser ouvido, e depois ficará recolhido
no presídio local à disposição da Justiça.
O padre é apontado como responsável em arregimentar invasores
de terra e praticar extorsão contra donos de propriedades rurais, em Anapu,
para não promover invasões. Entre as vítimas que denunciaram o sacerdote existe
um homem que disse ter sido obrigado pelo padre a praticar ato sexual para não
ter a propriedade rural invadida por sem-terras.
Além dos relatos, foram obtidas, durante as investigações,
provas materiais dos crimes praticados, entre as quais comprovantes de
depósitos bancários em nome do padre e de outras pessoas ligadas a ele com os
valores depositados como extorsão.
As provas estão sendo mantidas sob segredo por determinação
da Justiça. Segundo o delegado-geral, tanto terras de terceiros quanto terras
públicas eram alvos das práticas criminosas, e acabavam, dessa forma,
invadidas, loteadas, para depois serem vendidas de forma ilegal.
As investigações indicam que os crimes ocorriam, de forma
reiterada, há cerca de cinco anos em Anapu. Com o cumprimento dos mandados
judiciais de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Civil terá dez dias para
concluir o inquérito e encaminhar os autos do procedimento investigativo à
Justiça. "Com a conclusão das investigações, outras pessoas poderão ser
indiciadas", ressalta Rilmar Firmino.
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