terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sem terra baleado totalmente recuperado







O trabalhador rural sem terra Nelson Joaquim dos Santos, o “Neguinho”, 50 anos não corre risco de morte. Ele foi baleado no final de janeiro deste ano durante refrega com seguranças da fazenda Astúria, em Abel Figueiredo e aparentemente está totalmente recuperado.

Por conta desta refrega ele saiu baleado, provavelmente nas costas, contudo ainda não foi submetido a exame pericial no IML de Marabá para constatar, se de fato foi baleado e se o tiro foi dado pelas costas.

Mesmo sem este exame, o sem terra informou ao delegado Victor Costa Lima Leal que foi baleado nas costas quando tentava fugir dos tiros disparados por seguranças de uma empresa de vigilância e segurança patrimonial.

O confronto, apesar de toda a repercussão, ainda não houve o pronunciamento formal da empresa dona da fazenda, a Siderúrgica Ibérica, sediada em Marabá, mas com escritório em São Paulo.

O caso continua sendo investigado pela Delegacia de Conflitos Agrários, à frente o delegado Victor Costa Lima Leal, que abriu inquérito para apurar as circunstâncias desta refrega e saber se houve excesso por parte dos seguranças da fazenda.

Contudo o fato de o sem terra ainda não ter sido submetido a exame pericial técnico pode comprometer o inquérito policial, uma vez que se uma prova técnica o delegado Victor Leal disse que é praticamente impossível provar o baleamento.

Disputa – Os sem terra e seguranças da fazenda Aspúria estão se engalfinhando há cerca de dez meses, por conta da ocupação dos fundos da fazenda, onde os sem terra montaram o acampamento Jesus Vive.

Além da disputa pela posse da terra, os sem terra lutam para ter acesso ao acampamento por uma estrada vicinal que permite o acesso com mais facilidade no que estavam sendo impedidos pelos seguranças.

Somente após a refrega, a empresa permitiu que os sem terra passassem por essa estrada vicinal. Persiste, porém a luta pela posse da terra, onde o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Abel Figueiredo alega tratar-se de terra pública, portanto passível de desapropriação para fins de reforma agrária.

Assim como não se pronunciou a respeito da refrega, a empresa Ibérica, também não se manifestou a respeito das alegações dos sem terra. Na propriedade há uma grande plantação de eucalipto, que futuramente deve ser transformado em carvão para alimentar os autos fornos da siderúrgica em Marabá.

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