terça-feira, 15 de abril de 2014

Acusados tentaram álibi perfeito



A prisão de dois acusados de ter matado o advogado George Antonio Machado, assassinado no último dia 3 de abril, num espetinho da Folha 10, Nova Marabá, pode revelar mais uma faceta da pistolagem no município: a dissimulação e desfaçatez dos acusados.

Neste caso, dois acusados foram presos acusados diretamente deste crime. O autônomo Wagner Vieira Matos, 24 anos e o funcionário publico municipal Rodrigo Carvalho da Silva 21, presos entre os dias 8 e 9 de abril.

Esta prisão aconteceu se comparar outros casos de homicídios no Pará, em tempo recorde, pois a cada dez homicídios, apenas um caso é resolvido.

Outro detalhe não menos importante diz respeito ao chamado clamor popular, pois quando a população se mobiliza para cobrar apuração célere, o Estado responde à altura.

No caso da morte do advogado George Antonio Machado, que atualmente era dono de uma cozinha industrial em Parauapebas, houve uma grande mobilização nacional e desta feita uma verdadeira força tarefa foi formada para investigar o crime.

Em princípio, a Polícia trabalha com a hipótese de a vítima ter sido morta em execução, embora os acusados tenham se esforçado para simular um assalto, tanto que anunciaram o assalto e em seguida partiram para cima da vítima e efetuaram vários tiros. Três projeteis acertaram a vítima, um no pescoço, tórax e face.

No dia seguinte ao crime, um dos acusados, o Wagner Mota, assistia ao telejornal local com a jovem esposa dele, uma adolescente de 17 anos e quando ouviu a notícia fez o seguinte comentário: “Viu nega mataram um advogado”.

Ele não contava, porém que pelo menos cinco testemunhas o descreveram à equipe do delegado Dauriedson Silva Bentes, da Divisão de Homicídios de Belém, que desembarcou em Marabá com a missão de investigar o crime.

Este acusado, em 2011, teria sido preso acusado de tráfico de drogas e teria contratado o advogado George Machado para defendê-lo e teria pagado R$ 7 mil por este serviço, contudo não teria ficado contente com a atuação do causídico e permaneceu preso até o final de 2013 e teria prometido matar o advogado.

Entre as cinco testemunhas, há duas que são essenciais e que contaram vários detalhes de como os dois acusados chegaram no “espetinho” e executaram o crime.

Inclusive, teria sido o acusado Rodrigo da Silva teria sido o autor dos disparos e não o Wagner como foi mencionado anteriormente na imprensa, embora este acusado tivesse a suporta querela com o advogado.

Quem confirma esta nova versão é o delegado Dauridson Bentes, que embasado no depoimento de uma testemunha chave que confirmou: os dois pistoleiros simularam um assalto e sem seguida atiraram no advogado e não levaram absolutamente nada das outras vítimas que estavam no “espetinho”.

Esta testemunha, segundo o delegado, já integra o Programa de Proteção à Testemunha e já foi transferida do Estado do Pará.

Para o delegado, Dauriedson Bentes, a investigação segue no sentido de esclarecer, se de fato, o advogado foi vítima de mais um crime, banal, ou de pistolagem. 

Os dois acusados, a quando da prisão deles, se mantiveram em silêncio. Entre as poucas palavras balbuciadas, negaram o crime. 

Contudo, a arma supostamente usada por eles, um revolver calibre 38 foi apreendida e deve ser periciada a fim de ser feita a micro comparação balística com os projéteis retirados do corpo do delegado.

Outros indícios apontam para os acusados, como o fato de o artefato ter sido entregue para o armeiro Raimundo Mariano, o Almirante, para que este fizesse algumas modificações e desta forma os acusados poderiam criar um álibi perfeito.

Por enquanto, eles estão presos numa cela do Centro de Recuperação de Marabá (CRM) e aguardam pronunciamento da Justiça, já que a prisão temporária de ambos foi decretada. 

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