terça-feira, 15 de abril de 2014

NIP e GPE prendem matadores


Wagner Mota e Rodrigo Silva, acusados de matar advogado


Arma supostamente usada no crime foi encontrada com armeiro 



Policiais do Núcleo de Inteligência da Polícia (NIP) e Grupo de Pronto Emprego (GPE), prenderam dois acusados de ter matado a tiros o advogado George Antonio Machado e outros dois acusados de participação indireta. George Machado foi executado com três tiros quando estava em um popular “espetinho” da Folha 10, Nova Marabá.

A vítima foi morta em circunstâncias, que até o momento a Polícia ainda não esclareceu muito bem, contudo, até ontem quatro pessoas foram presas acusadas de participação direta e indireta.

Figuram como matadores, os acusados: Wagner Vieira Matos, 24 anos e Rodrigo Carvalho da Silva, 21 anos, enquanto o armeiro Raimundo Mariano, o “Almirante” e a jovem Paloma Morais Farias, foram presos por posse ilegal de armas.

Os dois primeiros acusados foram presos na Folha 6, Nova Marabá, nas respectivas casas deles, enquanto a jovem e o armeiro foram presos na Folha 16, também na Nova Marabá.

Teria sido na casa do armeiro, que os policiais localizaram um revólver calibre 38 que teria sido usada para matar o advogado e que teria sido deixada com o armeiro para que ele fizesse algumas modificações, entre elas, a troca de algumas peças e cromar a arma.

Esta arma, segundo o delegado Dauriedson Bentes da Silva, da Divisão de Homicídios de Belém e responsável pela investigação, deve ser periciada e os projéteis retirados do corpo do advogado devem ser comparados para verificar se, de fato, foi esta arma que disparou na vítima.

As prisões temporárias contra os acusados foram decretadas ainda no início da semana pela juíza Elaine Oliveira Neves, diretora do Fórum de Marabá, por entender que havia indícios fortes que apontam para a autoria delituosa.

Em verdade, o primeiro a ser preso, ainda na segunda-feira (7) foi o acusado Rodrigo Carvalho da Silva, capturado na casa dele, na Folha 6, Nova Marabá.

Para a Polícia, teria sido este acusado, que na verdade é instrutor de um centro educacional infantil de Marabá, teria pilotado a moto para que o acusado Wagner Matos executasse o advogado.

Inclusive, a moto, uma Fazer vinho, seminova, placa OTS-1491 teria sido identificada no palco do crime, já que a Folha 10 é próximo à Folha 6, onde moram. A quando da execução do crime, populares anotaram parte da placa da moto, que apontou em outra moto de São Geraldo do Araguaia.

Contudo, segundo o delegado Dauridson Bentes, tão logo a equipe chegou a Marabá, se verificou que não seria esta moto, e por fim, levantaram a verdadeira placa, bem como traçaram um perfil dos matadores.

De posse destas primeiras informações, ainda de acordo com o policial, a equipe continuou as buscas, a ponto de vararem a madrugada de sábado, até que no final de semana já tinham praticamente os nomes dos suspeitos, com os respectivos endereços.

Justiça agiu rápido e permitiu prisão


De posse desta juntada de informações, no final de semana, os mandados de prisões temporárias, busca e apreensão foram protocolados na Comarca de Marabá, à frente ajuíza plantonista, Elaine Oliveira Neves.

Esta magistrada, por sua vez, não titubeou em conceder tais mandados o que facilitou as respectivas prisões dos acusados que caíram como se num efeito dominó.


Instados a se defenderem, os acusados optaram pelo silêncio e entre as poucas palavras balbuciadas por eles, trataram de negar o crime e que não tinham nada contra o advogado.

A negativa dos acusados, contudo, para o delegado Dauridson Bentes, pouco tem importância, tendo em vista que há fortes indícios de participação deles na empreitada criminosa.

“Há pelo menos quatro depoimentos de pessoas que os identificaram”, acrescenta o policial reforçando ainda que no dia seguinte ao crime, o acusado Wagner Matos levou o revólver calibre 38 para ser alterado.

Outro indício que a Polícia se apegar para incriminar o acusado seria uma suposta quebra de contrato, entre ele e o advogado, uma execução e até mesmo latrocínio, já que um telefone celular da vítima teria sido roubado pelos acusados.

No caso da quebra de contrato, em 2011, o advogado George Machado teria defendido o acusado Wagner Matos num processo de tráfico de drogas e teria recebido R$ 7 mil para fazer tal defesa.

Ocorre que o acusado, Wagner Matos teria ficado insatisfeito com a atuação do causídico e amargou cadeia até o final do ano passado e teria jurado vingança.

Contudo há vários amigos advogados da vítima que acreditam tratar se de uma execução, entre eles, Haroldo Gaia, que aposta na continuidade da investigação para finalmente o caso ser totalmente esclarecido.

O inquérito policial deve ser concluído em trinta dias, prorrogáveis por mais trinta dias e até lá, segundo o delegado Dauriedson Bentes, todas as dúvidas em torno do caso devem ser dirimidas.

Por enquanto o policial se contenta em dar uma pronta resposta ao clamor popular, uma vez que a morte do advogado George Machado ganhou repercussão mundial e projetou negativamente o nome do Pará, como terra sem lei.

“Não é bem assim a nossa Polícia paraense está aparelhada para realizar as mais complexas investigações e o nosso diretor, Claudio Galeno não mediu esforços para esclarecer este crime”, comentou.

Para o delegado Ricardo do Rosário, o caso está parcialmente fechado, mas restam algumas outras diligências e perícias que vão contribuir para o completo esclarecimento deste homicídio.

“Desde o começo não medimos esforços para apoiar a investigação e acompanhar este caso e estamos prontos eventuais casos como estes”, salienta.

Os dois acusados de matar o advogado ficaram de ser ouvidos formalmente ainda na madrugada desta quinta-feira (10) e depois devem ser transferidos para uma cela do Centro de Recuperação de Marabá (CRM), enquanto o armeiro, enquanto o armeiro “Almirante” e a jovem Paloma Farias ficaram de ser soltos, tão logo pagassem fiança, já que foram indiciados por posse ilegal de armas. (E.S.)


Mulher teria tentado vender revólver



Entre as descobertas feitas pela Polícia, consta uma tentativa frustrada da acusada, Paloma Farias teria ido até a casa do Almirante, na Folha 16 e dito para ele vender o revólver calibre 38, o mais breve possível, tendo em vista poderia incriminar ao marido dela, o acusado o Rodrigo da Silva.

A tentativa de nada adiantou, pois a Polícia não só conseguiu descobrir onde estava a arma, bem como descobriram quem seria o armeiro, que acabou preso.

Vale lembrar que a investigação foi cercada de todos os cuidados possíveis e praticamente toda a estrutura da Polícia Civil foi disponibilizada para elucidar o caso.

Como o caso ganhou repercussão nacional, diversas declarações foram feitas, inclusive, com um suposto pedido de impeachment por parte do advogado Haroldo Gaia, mas pelo visto não vai ser mais preciso.

“Em momento algum paramos, desde que fomos informados do caso, foi montada uma força tarefa que culminou com as prisões”, saliente Dauriedson Bentes. (E.S.)

Presos:

Rodrigo Carvalho da Silva – acusado de pilotar moto.

Wagner Vieira Matos – acusado de atirar e matar advogado.

Paloma Morais Farias – tentou se acobertar o marido, o Rodrigo.

Raimundo Mariano, o “Almirante”, armeiro.


Moto apreendida

Fazer vinho, placa OTS-1491, pertence ao Rodrigo.

Revólver calibre 38, com diversos cartuchos. Arma deve ser periciada.

Nenhum comentário: