Aproximadamente 150 famílias de sem terra ligados à União
Nacional Camponesa (UNC) integram a ocupação, que aconteceu na madrugada da
última dia 10 de janeiro.
A partir deste evento, considerado histórico, tendo em vista
que inaugura a gestão do presidente Jair Bolsonaro, ocorreram diversas
informações desencontradas.
Uma delas apontava para a possibilidade de os sem terra ter
mantido funcionários da fazenda em cárcere privado na sede da fazenda, o que
foi confirmado pelo delegado titular da Delegacia de Conflitos Agrário, Waney
França Alexandre.
Porém o cárcere durou um breve período de tempo, uma vez que
os sem terra seguiram para um retiro, nos fundos da propriedade, onde montaram
o acampamento.
Entre diversas outras notícias truncadas, policiais da Deca
foram até a propriedade e conseguiram flagrar dois homens circulando dentro de
um carro, sendo que um deles, Francisco Garcia de Moura foi autuado por porte
ilegal de armas. O segundo homem, nome não fornecido, deve responder a um Termo
Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por esbulho possessório.
A ocupação foi denunciada pelo pecuarista Augusto Urias da
Cruz ao delegado Waney Alexandre. Ainda no final de semana, os agentes da Deca
fizeram o deslocamento até a propriedade onde constataram a ocupação. Os sem
terra reivindicam a fazenda para fins de reforma agrária. A reportagem não
conseguiu falar como pecuarista.
Despejo depende
de ordem judicial
Cleiderson Torra Costa, major e comandante da Companhia
Independente de Missões Especiais, confirmou que tomou conhecimento da ocupação
da fazenda, porém alegou que só pode fazer um deslocamento até a propriedade
para qualquer verificação, mediante autorização do comando geral da Polícia
Militar e até mesmo de uma ordem judicial.
De forma bastante sucinta, o oficial deixou claro que a CIME
não está à disposição de nenhum dos lados do conflito e que todas as missões da
tropa deve ser precedida de cautela, prudência, e, sobretudo de um meticuloso
planejamento prévio a fim de minimizar possíveis incidentes, ou falhas.
Torres como é conhecido o oficial, milita nesta área agrária
desde quando era tenente e que ao comandar a CIME entende que é um setor
bastante nevrálgico, portanto toda ação tem que ser bastante planejada a fim de
evitar eventuais excessos e por conseguinte processos judiciais.
Nunca é demais lembrar que a fazenda Mundo Novo não tem
histórico de invasão, no que implica dizer que os proprietários devem pleitear
na Vara Agrária Regional a reintegração de posse do imóvel.
Oficiosamente, a reportagem levantou que a propriedade não
consta em nenhuma lista de desapropriação por parte da superintendência
regional do Incra, com sede em Marabá.
De outra parte, o secretário especial de Regulação Fundiária
do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, entrou em contato com o governador
do Pará, Helder Barbalho, para discutir a invasão da fazenda.
“A fazenda, que é produtiva, não foi ocupada, foi invadida
por uma organização criminosa. Movimento social não anda armado, não invade,
não destrói. Isso é organização criminosa e não vai ter reforma agrária para
esse tipo de gente. Para eles, vai ter é rigor da lei”, acrescentou.
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