sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ministro promete empenho na investigação


Forte aparato policial durante permanência de ministro em Marabá

24 agentes da Força Nacional auxiliam permanecem em Marabá

Maria do Rosário: "Violência é inaceitável"

Integrantes da Fetagri, minutos antes de entregar pauta à ministro


 

Durante visita à Marabá nesta quinta-feira (9), o ministro José Eduardo Cardozo anunciou empenho do Estado na investigação do caso do duplo homicídio ocorrido no dia 24 de maio, no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira em Nova Ipixuna. O casal de extrativista, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.

O outro anúncio do ministro, diz respeito a um grande mutirão judiciário que deve ser realizado a fim de desengavetar cercar de 1,7 mil inquéritos envolvendo homicídios no campo.
Pra se ter uma idéia, somente no Pará há tramitação de 76 processos de homicídios decorrentes de conflitos agrários. Esse mutirão deve acontecer envolvendo todos os entes do estado.

Esse trabalho, segundo o ministro deve acontecer em caráter sigiloso. “Quem descreve as ações, favorece o infrator, portanto temos um plano que para obter êxito o sigilo é importante”, comentou o ministro.

Quanto à proteção aos líderes envolvidos, efetivamente, àqueles que estão mais ameaçados devem receber proteção, garantiu o ministro.

Respeitar a autonomia dos estados, tudo é feito de comum acordo entre os entes federativos, assim descartou a possibilidade de intervenção.
A ação de combate à violência no campo no Pará deve envolver todas as forças armadas, segundo garantia do Ministério da Defesa. “Vamos enfrentar o problema pontual e permanente”, sentencia.

A ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes classificou que é inaceitável a violência e disse que o Estado está preocupado e desenvolvendo uma série de ações de governo de forma integrada.

“Do ponto de vista dos Direitos Humanos, a sociedade está unida e cobra segurança”, afirma lembrando que as ações de governo visam minimizar os conflitos no campo.


Sem terra forçam mudança de reunião




Por conta de comentários dando conta que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fetragri e Fetraf, a comitiva do o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo mudou o local da reunião em Marabá, que inicialmente estava marcada para acontecer no Fórum de Marabá, porém acabou ocorrendo na residência oficial da Infraero, no aeroporto de Marabá.

Havia rumores de que os sem terra, acampados na Agrópolis Incra há quase um mês, poderiam interditar a rodovia Transamazônica em sinal de protesto. Pela manhã, estes sem terra bloquearam a ponte do rio Itacaiúnas, por mais de duas horas e causou um grande engarrafamento.

Integram a comitiva a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, o presidente da Fundação Nacional do Índio, Marcio Meira e o Diretor Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. 

De última hora, foi convidado o coordenado da Comissão Pastoral da Terra de Marabá (CPT), José Batista Gonçalves Afonso, que chegou na residência oficial por volta das 18 horas.

Meia hora depois, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegam ao local da reunião, entre eles, Raimundo Moura e Ulisses Manaças.

Eles entregaram uma pauta conjunta dos movimentos de trabalhadores ao ministro José Eduardo onde, entre outras coisas, cobram o assentamento imediato de 8 mil famílias, o fim da violência e impunidade no campo, prisão dos assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais.

O líder do MST, Raimundo Moura, ou Tito Moura, lembrou que os “companheiros” previam uma recepção à altura ao ministro José Eduardo Cardozo, porém negou que pretendessem interditar novamente a ponte do rio Itacaiúnas, ou qualquer outro tipo de ação mais contundente.

“Como estamos acampados próximo ao Fórum, claro que os companheiros iriam até lá para receber o ministro, mas não iríamos fazer nenhum tipo de ato de vandalismo”, descarta.



Inquérito tramita em segredo de Justiça



A investigação da morte do casal de extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva Cardozo, desde esta quinta-feira tramita em segredo de justiça. A orientação, segundo fonte segura, partiu do juiz Murilo Lemos Simão.

Evidentemente que esta orientação foi dada após rumores de que a Polícia Civil havia pedido a prisão preventiva do pecuarista José Rodrigues, que teriam mandado matar o casal.

A matéria desta notícia foi veiculada no Estado de São Paulo, edição de terça-feira e causou um grande mal estar na Polícia Civil a ponto de a instituição ter emitido uma nota a respeito do assunto.

De certo é que a investigação, segundo uma fonte segura está praticamente fechada, restando apenas a Polícia identificar quem são e onde estão os dois acusados de ter matado o casal. O retrato falado dos dois acusados foi divulgado na quarta-feira. 

O delegado Rilmar Firmino de Souza, à frente do caso, adiantou, porém que é questão de tempo para que a Polícia prenda os envolvidos. “A pressão nesse caso é grande, mas pode ter certeza, vamos chegar aos envolvidos.



Pauta dos colonos


Consta na pauta apresentada o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo algumas reivindicações que visam minimizar os conflitos no campo.
Participaram da audiência com o ministro, o advogado José Batista Gonçalves Afonso, (CPT), Ulisses Manaças, Raimundo Moura, Charles Costa (MST), Francisco Carvalho (Fetraf), Francisco de Assis Solidade da Costa, Carlos Augusto Santos SIlva e Maria Joel Dias da Costa (Fetagri). Abaixo alguns destas demandas.

Assentamento de 8 mil famílias acampadas em área ocupadas
Estrada nos 503 assentamentos
Construir 3 mil quilômetros em 2011
Recuperação de 10 mil quilômetros em 2011
Energia elétrica para 18 mil famílias no sul e sudeste
Licenciamento ambiental para todos os assentamentos do sul e sudeste
Este ano, licenciar 103 assentamentos
Garantir a universalização da assistência técnica
Garantia de segurança aos ameaçados de morte
Prisão dos assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais
Fim da violência e impunidade no campo
Fim da grilagem das nossas terras.



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