quinta-feira, 21 de março de 2013

Comandante transferido em meio a denúncias de corrupção

Denúncia pode prejudicar carreira de militar





Até recentemente o tenente coronel José Sebastião Valente Monteiro Júnior comandava o 4º Batalhão de Polícia Militar e o Comando do Policiamento Regional CPR-II, entretanto, o Boletim da Polícia Militar publicou nesta quarta-feira (20) a transferência do militar que está à disposição do comando geral em Belém.A transferência acontece em meio a uma enxovalhada de denúncias contra o militar envolve corrupção ativa, desvio de conduta e privilégio a comerciantes.
As denúncias constam numa carta, que foi distribuída para a imprensa e que vai assinada pelo cabo Da Silva, da Associação dos Cabos e Soldados do Estado do Pará Subseção Sudeste do Pará.
Entre outras queixas, o cabo informou que estariam havendo desvios de funções que os “praças” estariam sofrendo na região sudeste do Pará.
Informa que uma gratificação que era repassada pela Coomigasp – Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros de Serra Pelada, simplesmente não era repassada aos militares e que o dinheiro, no valor de R$ 45 mil por mês era dividido entre o coronel Monteiro e Roberto Coracy, este lotado em Parauapebas.
A quando da administração do tenente coronel Juniso, este, valor, segundo a denúncia, era depositado na conta do oficial, e, este, por sua vez rateava entre os militares que prestavam serviço em Serra Pelada.
“Precisamos tomar providências, pois em Marabá o tenente coronel Monteiro cobra todos os serviços públicos como o de escolta, policiamento a empresas no pagamento, além de exigir cota mensal em numerário aos comandantes do destacamento dos municípios de sua jurisdição”, reza trecho da denúncia.
O documento relata ainda que os policiais do Grupo Tático Operacional deveriam atuar em áreas de risco e saturação, contudo são escalados para permanecerem próximos a grandes comércios.
O documento menciona um supermercado da Folha 27, duas grandes lojas de autopeças da Transamazônica , uma rede de farmácia, locadoras e vendas de veículos, entre outros como casas noturnas.
Cita ainda o nome do capitão Ibsen Loureiro como o coordenador deste trabalho de distribuição da tropa nos comércios marabaenses.
A denúncia cita ainda que todos estes supostos desmandos estariam acontecendo com a anuência do capitão Fernando, atual corregedor militar, que inclusive é citado como uma pessoa que faz “bico” na Guarda Municipal de Marabá.
O documento termina com um pedido do cabo Da Silva: “Quero terminar solicitando uma investigação para afastar estes servidores públicos que utilizam suas funções para enriquecimento ilícito”, conclui pedindo que as denúncias fossem investigadas.
A carta denúncia foi redigida no dia 19 de dezembro do ano passado e o documento foi protocolado no dia 28 de Fevereiro deste ano no Ministério Público Federal, onde requer que a investigação fosse conduzida. O número do protocolo é: 5090/2013 e a investigação segue em segredo de Justiça, segundo uma fonte segura.
Por diversas tentamos contato com o tenente coronel Monteiro para permitir-lhe espaço para se defender, contudo ele não foi localizado via telefone.
Oficiosamente, fontes ligadas ao militar informaram que todas as denúncias não têm fundamento e que o cabo Da Silva estaria descontente devido a problemas pessoais com o então comandante.
Inclusive a carta denúncia foi lida pelo comandante Monteiro durante ordem unida no 4º Batalhão de Polícia Militar e que este, na verdade teria pedido para se afastar até que a investigação seja concluída.
Um inquérito militar deve ser aberto para apurar as investigações.



Nota de repudio



Em Nota distribuída à imprensa, assinada pelo cabo Rodrigo Lima da Silva, o Grêmio Representativo de Marabá da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Pará (ACSPMBMPA) esclarece e descarta qualquer participação desta entidade nas denúncias contra o tenente coronel Monteiro.
O assessor Jurídico da entidade, Odilon Vieira Neto refuta toda e qualquer denúncia desta entidade marabaense contra o oficial a quem tem como pessoa proba e correta. Abaixo a nota.
1. Não existe qualquer vínculo entre nosso grêmio Representativo e a Associação dos Cabos e Soldados do Estado do Pará/Sub-Seção Sudeste do Pará.

2. Não é de nosso conhecimento, qualquer conduta imputada ao Sr. Ten Cel QOPM JOSÉ SEBASTIÃO VALENTE MONTEIRO JÚNIOR, veiculada no Ofício Circular nº 007 (apócrifo).

3. Cumpre destacar que sempre houve uma relação republicana e harmoniosa entre o Grêmio Representativo e o Comando do 4º BPM.

4. A bem da verdade, o Ten Cel MONTEIRO demonstrou ser um oficial disciplinado e disciplinador, e desta forma angariou o respeito da tropa e da comunidade.

5. Por fim repudiamos o conteúdo do Ofício Circular nº 007 (apócrifo), pois esta Diretoria zela pela união, força e assistência jurídica de seus associados.


Vereador defende colega oficial


O coronel da reserva remunerada da Polícia e atual vereador, Antonio Ferreira Araújo defendeu o colega dele, Sebastião Valente Monteiro Júnior classificou a situação como uma afronta e uma forma de tentar desqualificar o colega.
“O que está acontecendo com o coronel Monteiro está sendo muito comum em Marabá, são cartas anônimas que acusam de coisas que ele não cometeu”, aposta.

Lembrou que o colega pediu afastamento das funções e foi pra Belém ontem onde pretende manter audiência com o comandante da Polícia Militar e só retorna na sexta para transmitir o comando do 4º BPM para o tenente coronel Barbosa.
“Dia 21 de abril ele concorre a uma vaga para coronel e pode ser prejudicado. Com certeza querem prejudicá-lo”, comenta Araújo, da tribuna da Câmara de Vereadores de Marabá.
“Conheço o coronel Monteiro e ele não fez estas coisas”, pois a carta é com data de dezembro e o Monteiro não era comandante do CPR-II, portanto não tem cabimento.
“A situação é preocupante, pois caso ele seja prejudicado por conta da promoção e no futuro se nada ficar provado contra ele o dano é irreparável”, conclui.






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