sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A floresta chora

 Documentário produzido pela TV Aljazeera mostra a relação do casal de estrativistas, José Claudio e Maria do Espírito Santo, assassinados no dia 24 de maio deste ano no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira em Nova Ipixuna. Fomos o primeiro repórter a chegar no palco do crime. Participamos do documentário. Abaixo o link

The Crying Forest - Al Jazeera Correspondent - Al Jazeera English

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arma, aqui não!

A placa é clara, aviso para não andar armado


 
A placa é clara, arma aqui não! O aviso está afixado numa palmeira popularmente conhecida por pé de macaúba, à margem do rio Tocantins, por trás da Chácara Bandeirante.

Ou seja, quem se atrever a andar armado no local pode ter problema, que tal, tira um fino. Alô Polícia, não custa nada dá uma passada por lá, quem sabe encontra-se algum desobediente armado.

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Família de extrativistas suspeita de armação




 
Em nota que segue publicada abaixo, parente do casal de extrativistas, José Claudio e Maria do Espírito Santos suspeitam que acusação contra irmãos de José Claudio é armação. O casal foi assassinado no dia 24 de maio deste ano, na vicinal Maçaranduba, no Projeto de Assentamento Praia Alta Piranheira em Nova Ipixuna.
A polícia civil de Nova Ipixuna requereu ao Juiz Murilo Lemos da comarca de Marabá, a prisão preventiva de três irmãos de José Claudio, sob a acusação de que eles, em companhia de José Cláudio, teriam participado do assassinato do colono Odilon Ribeiro, conhecido por Pelado, crime ocorrido no interior do Assentamento no dia 18 de setembro de 2009.
Analisando as provas que a polícia conseguiu produzir em relação à acusação, chegou-se a conclusão de que há indícios fortes de se tratar de uma armação orquestrada por José Rodrigues, mandante da morte do casal extrativista, contra a família de José Cláudio. A suspeita se funda nos fatos seguintes:
O crime teve como testemunha Manoel Ribeiro irmão de Odilon. De acordo com entrevista dada, logo após o crime, publicada na edição de 19 a 21 de setembro de 2009 do Jornal Correio do Tocantins, Manoel afirmou que “ouviu um tiro e seguiu para o local do barraco onde estava o irmão. No meio do caminho, deu de cara com dois homens desconhecidos e fortemente armados, os quais ao perceberem sua presença, apontaram armas em sua direção e o questionaram se ele seria irmão de Pelado”.  Após essas informações prestadas pelo irmão da vítima, um ano e dois meses se passaram sem que a polícia de Nova Ipixuna fizesse qualquer tipo de investigação sobre a morte de Pelado.
No dia 16 de novembro de 2010, José Rodrigues Moreira (preso por seu um dos mandantes da morte de José Cláudio e Maria), procura a delegacia de polícia civil de Nova Ipixuna e acerta com os investigadores uma operação ilegal de retirada de três famílias que ocupam lotes no interior do assentamento, onde José Rodrigues diz agora ser dono.
Um dos ocupantes é Edvaldo, conhecido por Marabá, irmão de José Cláudio. As três famílias foram expulsas dos lotes e um dos barracos foi queimado por ordem de José Rodrigues. Dias depois as famílias retornam para os lotes apoiados por José Cláudio, o que irritou José Rodrigues.
No dia 10 de dezembro de 2010, José Rodrigues Moreira comparece na delegacia de polícia civil de Nova Ipixuna e prestada declaração acusando José Cláudio, Claudemir e Marabá, como sendo os autores da morte de Odilon.  Junto com José Rodrigues encontra-se a testemunha Manoel, irmão de Pelado, que também presta depoimento no mesmo dia e passa a contar outra versão do crime: que os autores do homicídio não seriam mais duas pessoas desconhecidas, mas seriam José Cláudio, Claudemir e Marabá, depoimento igual ao de José Rodrigues. Acrescenta ainda que quem apontou a armar para sua cabeça e o ameaçou para que nada dissesse foi Claudemir.
Depois da morte de José Cláudio a Polícia civil decidiu apurar o caso. Intimados a prestarem depoimento perante o delegado que presidiu o inquérito, todos os três irmãos de José Cláudio compareceram e dia e hora marcada. O delegado determinou que a testemunha Manoel fizesse o reconhecimento dos acusados.

O primeiro dos irmãos que compareceu para fazer o reconhecimento foi Claudemir, acusado de ser o principal responsável pela morte de Pelado. A testemunha Manoel não reconheceu Claudemir como sendo uma das pessoas que ele encontrou logo após o crime.

O segundo irmão a ser apresentado foi Claudenor que também não foi reconhecido pela testemunha. O terceiro a ser apresentado foi Marabá, esse ele reconheceu como sendo uma das pessoas que estava no local. Mas a pergunta que fica é: porque ele apontou apenas Marabá e disse que os outros dois não estavam no local do crime. A resposta parece óbvia. Edvaldo era o único que ele conhecia pessoalmente e disputava o lote com seu irmão. Tudo indicia que a testemunha Manoel foi orientada a apontar os irmãos de José Cláudio como os autores da morte. Como ele conhecia apenas Marabá só ele é que foi apontado. Caso a testemunha conhecesse os três, provavelmente, teria apontado os três como acusados da morte.
 
José Rodrigues se apresenta com a testemunha Manoel à polícia de Nova Ipixuna justamente no período em que ele tentava expulsar as três famílias dos lotes que tinha ilegalmente comprado e que José Cláudio impediu que ele se apossasse das terras. Os investigadores que participaram da operação ilegal juntamente com José Rodrigues estão sendo investigados pela corregedoria da polícia civil.

Esses indícios deixam claro que, pode ter havido uma armação planejada por José Rodrigues com o objetivo de desmoralizar a família de José Cláudio e passar uma versão de que a morte de José Cláudio e Maria teria sido por vingança dos familiares de Pelado. Versão inclusive divulgada pelo Jornal Opinião e setores da polícia civil no curso das investigações.
                           
Marabá, 26 de setembro de 2011
Familiares de José Cláudio Ribeiro da Silva e de Maria do Espírito Santo Silva