quinta-feira, 12 de abril de 2012

Caso extrativistas: diálogos comprometem acusados

Previsto para acontecer ainda este ano o julgamento dos três acusados de matar o casal de extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, mortos no dia 24 de maio do ano passado na vicinal Maçaranduba, no assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna.
Os acusados, José Rodrigues Moreira (mandante), o irmão dele, Lindonjhonson Silva Rocha e Alberto Lopes Teixeira do Nascimento, o “Neguinho” (pistoleiros) negam o crime, porém com absoluta exclusividade, a reportagem teve acesso a interceptações telefônicas dos irmãos onde conversam sobre o crime.

José Rodrigues, por exemplo, um dia após o duplo assassinato, pergunta para o irmão dele, Lindonjhonson Rocha onde este teria escondido a arma do crime, sendo que este retruca informando que jogou numa lagoa no assentamento Tuerê em Novo Repartimento.
Ambos foram presos neste assentamento no dia 21 de setembro do ano passado e de fato, três revólveres e mais uma espingarda cartucheira foram localizados na lagoa indicada por Lindonjhonson Rocha.

Outra constatação da investigação seria que o alvo, na verdade, seria apenas o extrativista José Claudio, porém a esposa dele, Maria do Espírito trafegava na moto e recebeu uma descarga de balins.
O crime, segundo a investigação foi meticulosamente planejado, inclusive os dois acusados de ter matado o casal, estiveram dias antes no assentamento e levantaram qual seria a melhor rota de fuga, que aconteceu via rio Tocantins.

Quando estiveram em um bar próximo de onde montariam a campana, Lindonjhonson Rocha em determinado trecho de um diálogo, deixou escapar que sofreu um acidente de trânsito numa moto Bros vermelha, a mesma que teria sido usada no crime.
De posse desse detalhe, a Polícia montou um quebra cabeça, já que testemunhas descreveram os dois suspeitos, até que descobriram quem seria esse irmão de José Rodrigues, que àquela altura da investigação era suspeito e estava sendo investigado.

José Rodrigues e José Claudio se estranhavam por conta da compra de três lotes rurais no assentamento, sendo que o extrativista teria mandado três famílias morar nos lotes, pois discordava da venda das terras, acedendo assim o estopim de uma contenda que terminaria em morte.
 

Outros indícios apontam para acusados

Além das interceptações telefônicas, diversos outros indícios apontam para o provável envolvimento dos acusados.
Um deles diz respeito a uma mascara de mergulhador que foi encontrado às proximidades da ponte onde serviu de tocaia, uma vez que um equipamento de mergulho foi encontrado na casa do José Rodrigues.

A abrupto desaparecimento dos irmãos do Projeto de Assentamento Praialta Piranheira despertou a curiosidade dos policiais que participaram da investigação.

José Rodrigues, contudo, foi visto dois dias após o crime, inclusive passou no mesmo local onde aconteceu a tocaia e foi apontado por moradores como sendo um dos suspeitos do duplo homicídio.
A tocaia – Os dois acusados, segundo a Polícia, levantaram todo o itinerário que José Claudio deveria passar e por volta das 7h30 da manhã, de fato o casal passou numa precária ponte, onde José Claudio, praticamente teve de parar para ultrapassar a ponte.

Ele não sabia, contudo que seria a última parada dele, pois logo em seguida recebeu uma descarga de chumbo que lhe atingiu o tórax e causou 43 perfurações e 17 em Maria do Espírito. José Claudio teve a orelha direita cortada como se fosse uma prova que o acusado estaria morto.
Tais indícios serviram para auxiliar no convencimento do juiz Murilo Lemos Simão Santos que assim decretou a prisão preventiva dos acusados.

A prisão – Para prendê-los, a Polícia usou de diversos recursos, sobretudo a infiltração. Porem a presença dos policiais em Novo Repartimento não passou desapercebida aos olhos dos parentes dos acusados, que a todo instante diziam que havia movimentação suspeita e excessiva de camionetes rondando a cidade.
Os parentes mantinham contato com os dois irmãos, José e Rodrigues e Lindonjhonson Rocha via telefone celular e a Polícia, em tempo real monitoravam tais diálogos.

Como os acusados sabiam da presença da Polícia na região, os delegados envolvidos na missão orquestraram uma estratégia de infiltração e se passaram por compradores de gado até que conseguiram se aproximar do lote onde os dois acusados estavam.
Quando pensaram em fugir era tarde, pois todo o perímetro estava cercado. Pelo menos 60 policiais ajudaram no cerco e evitaram que os acusados fugissem.

Os delegados, investigadores e escrivães que participaram dessa investigação complexa, foram condecorados com a “Medalha Evanovich de Investigação Policial”, considerada a Top da Polícia Civil em solenidade realizada na terça-feira, na Delegacia Geral em Belém, por ocasião do dia do Policial Civil.

Abaixo a relação dos homenageados

Medalha do Mérito Policial Civil
Vice-Governador do Estado, Helenilson Cunha Pontes
Juiz de Direito da Comarca de Rondon do Pará, Gabriel Costa Ribeiro
Comandante-Geral da Polícia Militar do Pará, Coronel QOPM Daniel Mendes Borges
Delegada da Polícia Civil, Maria do Perpétuo Socorro do Amaral Maciel
Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, Coronel QOBM Hegésipo Donato Teixeira Júnior
Diretor-Geral do Departamento de Trânsito do Pará, Álvaro Ayres de Oliveira Júnior
Superintendente do Sistema Penitenciário do Pará, Tenente Coronel André de Almeida e Cunha
Comandante do 4º Distrito Naval, Vice-Almirante Ademir Sobrinho
Comandante da 8ª Região Militar e 8ª Divisão do Estado, General de Divisão Carlos Roberto de Sousa Peixoto
Comandante do I Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro do Ar Odil Martuchelli Ferreira

- Medalha Evanovich de Investigação Policial
Delegado de Polícia Civil Luiz Guilherme Navarro Xavier
Escrivão de Polícia Civil Amarildo Leite dos Santos
Investigador de Polícia Civil Herlon Wiveens Pereira Gomes
Investigador de Polícia Civil Domingos Gonzaga Costa
Investigador de Polícia Civil Antônio Carlos da Silva Monteiro
Delegado de Polícia Civil José Humberto de Melo Júnior
Delegado de Polícia Civil Álvaro Luís Beltrão Ikeda
Escrivão de Polícia Civil Marco Antônio de Melo Barroso
Investigador de Polícia Civil Lucey Lima Costa Barros
Investigador de Polícia Civil Roberto Carlos Pimenta de Sousa
Investigador de Polícia Civil Marcelo Araújo Malato

- Diploma Amigo da Polícia
Desembargador do Tribunal de Justiça do Pará, Roberto Gonçalves de Moura
Juíza Titular da Vara do Juizado Especial Criminal do Meio Ambiente, Maria Vitória Torres do Carmo
Deputado Estado – Líder do PSDB – José Megale Filho
Diretor do Instituto de Ensino de Segurança do Pará (IESP), Tenente Coronel QOPM Carlos Emílio de Sousa Ferreira
Juiz de Direito da Comarca de Maracanã, Francisco Roberto Macedo de Souza
Juiz de Direito da Vara Distrital de Mosqueiro, José Torquato Araújo de Alencar
Secretário Adjunto de Gestão Administrativa da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Cláudio Jorge da Costa Lima
Secretário Adjunto de Inteligência e Análise Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Antônio Cláudio Fernandes Farias
Proprietário do Centro Recreativo e Esportivo “Campo do Kasa”, Satoshi Sato
Empresária do Município de Cachoeira do Piriá, Maria Bernadete do Nascimento.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mudanças no MPF e MPE



Desde a última quarta-feira, dia 4, o Ministério Público Federal no Pará tem nova chefia administrativa. O Procurador-Chefe passou a ser Bruno Araújo Soares Valente, tendo como seu substituto Daniel César Azeredo Avelino.

O Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, fica na função por mais um biênio, assim como seu substituto, Bruno Araújo Soares Valente.

O comando da área eleitoral também mudou. Agora o Procurador Regional Eleitoral é Igor Nery Figueiredo, que tem como substituto André Sampaio Viana.