quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Justiça manda despejar oleiros


A juiza titular da 3ª Vara Cível de Marabá, Maria Aldecy de Souza Pissolati mandou despejar 30 famílias que residem na Folha 33, entre a rodovia Transamazônica e o Rio Itacaiúnas há mais de três décadas. A sentença foi promulgada na última segunda-feira (26). A área fica à direita da foto acima.

O curioso nesta sentença, segundo nota emitida pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) é que a área fica a menos de 500 metros da Comarca de Marabá e em nenhum momento do processo estas famílias foram intimadas para se pronunciarem no feito.

 Boa parte destes moradores vive da extração de argila para o fabrico de tijolos, na chamada área de olaria. Para a CPT, este é um caso típico de grilagem urbana.

Conforme consta no processo judicial, o Município de Marabá, por meio de título de aforamento expedido em 1964, autorizou a concessão de enfiteuse a Ireno dos Santos Filho. Durante 47 anos a enfiteuse nunca foi resgatada, estranhamente, no dia 3 de janeiro do ano passado o resgate foi feito e, dois meses após, a área foi vendida para o empresário Reinaldo Zucatelli.

Para a CPT, há fortes indícios, de que o processo de aquisição do imóvel tenha sido resultado de uma fraude imobiliária, envolvendo a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) e o empresário.

O imóvel que o empresário Zucatelli diz ser dono integrava a légua patrimonial de Marabá (4.356 hectares) doada pelo Estado do Pará ao Município de Marabá, no ano de 1927 e devidamente titulada no ano de 1943.

Entre os anos de 1959 a 1972, o município de Marabá expediu títulos de enfiteuse para inúmeras pessoas dentro dessa área. No entanto, no ano de 1973, o município de Marabá, por meio da Lei nº 96/73, doou à SUDAM cerca de 30% (1.621 há) do total do imóvel para a implantação do bairro da Nova Marabá. Ao receber o imóvel, a SUDAM se deparou com inúmeras pessoas que tinham recebido o direito de enfiteuse sobre essa área.

Visando então o controle total da área, o então presidente, Emílio Garrastazu Médici, no ano de 1973, editou o Decreto nº 72.254, autorizando a desapropriação de todos os detentores dos títulos expedidos pela Prefeitura na área dos 1.621 hectares. Todos e detentores de enfiteuse foram devidamente indenizados e, no mesmo ano, a Justiça Federal autorizou a SUDAM a tomar posse da totalidade do imóvel.

Portanto, se todos os títulos foram indenizados como poderia surgir um título expedido em 1964? Como alguém poderia resgatar algo que não mais existia 38 anos depois?

Outro fato apontado pelo CPT é com relação à quantidade territorial do imóvel. O Título de Aforamento expedido em 1964 pelo Município de Marabá, a Ireno dos Santos Filho, a área do imóvel era é de apenas 979 m². Estranhamente, quando efetuado o primeiro registro imobiliário sobre o imóvel não foi mencionada a área total indicada no título. Entretanto, a área objeto da pretensão do empresário no processo é de exatos 67.071,01 m², ou seja, 68 vezes maior do que previsto no título originário.

Outro ponto levantado pelo CPT diz respeito à idade de Ireno dos Santos Filho, que teria 58 anos de idade. Se caso a idade se confirmar, então o título de enfiteuse foi emitido para o nome dele quando tinha apenas 10 anos.

Por fim a entidade lembra que tais argumentos foram apresentados à magistrada durante o processo e com todos os indícios de fraude, a Juíza Maria Aldecy, autorizou o despejo das famílias sem ouvi-las, sem consultar o município de Marabá e sem nenhum parecer do Ministério Público, finaliza a entidade.

Líder comunitário assassinado




Raimundo Amadeu liderava ocupação urbana em Marabá

Na noite desta quarta-feira (28) o líder comunitário Raimundo Amadeu Araújo 54 anos foi assassinado.

A vítima estava sentada em frente a uma casa na rua 5 com a São João, bairro Vale do Itacaiúnas, Núcleo Cidade Nova.

Dois pistoleiros numa moto preta fan, cometeram o crime. Pelo menos sete projéteis acertaram a vítima.

A vítima presidia a Associação dos Moradores do bairro Filadélfia e liderava uma ocupação urbana de uma área contígua ao bairro e que margeia o rio Itacaiúnas.

Este é o segundo atentado que acontece nesta área. Recentemente o micro empresário Júnior Cabeleireiro foi baleado e aparentemente não corre risco de morte.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

O espetáculo da morte


Quem cobre a crônica policial em Marabá se depara com uma situação incômoda nas cenas criminosas: a grande presença de curiosos em volta de um corpo.
Na grande maioria dos casos, estas pessoas, estão alheias ao que de fato motivou o crime, e demonstram mais preocupação com a forma que a vítima foi morta, se por muitos, ou poucos tiros, ou facadas.
A dor fica mesmo para os parentes, que choram a morte do ente querido, sendo que estes mesmos curiosos poderiam ajudar a Polícia a descobrir quem e porque aquela pessoa foi assassinada.
Pelo contrário, estes curiosos especulam os motivos da morte. E, se a vítima teve o passado nebuloso, ou foi envolvida em crimes, a morte dele soa como um sossego para a sociedade.
É muito comum sermos indagados: Morreu com quantos tiros? A vítima era pessoa de bem? Ou senão: Neste final de semana teve quantas mortes?
Tais perguntas revelam o quanto a morte está banalizada. Um homicídio significa para muitos um espetáculo da morte.
Outro dia ouvi a colega Leydiane Silva (TV Fox) soltar a seguinte frase: “Estou cansada de fazer matéria só de um lado, a Polícia não prende ninguém”.
O desabafo da colega tem sentido, pois enquanto os “anjos da morte” agem à vontade, pouco, por parte da Polícia, ou Justiça é feito para pelo menos tentar prender os autores de tais crimes. Se a Polícia indica, a Justiça não decreta a prisão.
E os curiosos, que se aglomeram em volta dos corpos alegam que não ajudam a Polícia, pois temem serem os próximos alvos.
Ou quando algum acusado de homicídio é preso, logo é solto pela Justiça, ou fogem das frágeis cadeias de Marabá e neste triste contexto vivemos nós, alvos móveis, pois poderemos tombar a qualquer momento pelos ágeis dedos leves que atuam em Marabá diariamente.

Filho de sargento é fuzilado na madrugada


Os “anjos da morte” deram as caras neste final de semana em Marabá e fizeram novas vítimas. Um dos alvos foi Washington da Silva Carvalho, 28, filho do sargento Domingos Carvalho, preso no início do mês após se envolver numa tentativa de homicídio contra um empresário da Vila Santa Fé, zona rural de Marabá.

Washington Carvalho foi assassinado na madrugada do último sábado (24), com pelo menos 15 tiros de pistola 0.40 em crime que reúne todas as características de se tratar de uma execução sumária. Ele foi morto na madrugada do último sábado (24) quando chegava próximo da casa dele, na Folha 5, Nova Marabá.
A Polícia tem poucas informações a respeito deste crime. A reportagem levantou que a vítima discutiu com algumas pessoas que estavam em um bar, no canteiro da VP-8 em frente a um supermercado da Nova Marabá e logo em seguida foi embora para a Folha 5, Nova Marabá, porém horas mais tarde foi alvejado mortalmente.

Ainda de acordo com as informações levantadas pela reportagem, a vítima seguia numa moto Bros e foi alcançado por dois pistoleiros que estavam em outra moto.

O curioso neste caso é que Washington Carvalho carregava na garupa da moto um amigo, que saiu ileso do atentado, dando a entender que os matadores queriam executar apenas um alvo.

Fontes da inteligência da Polícia Civil confirmam que a vítima tinha envolvimento com assaltos a bancos e outros crimes. O passado dele pode ter provocado tal desfecho.

O caso está sendo investigado pelo delegado plantonista Rayrton Carneiro, que tem poucos detalhes acerca do crime, salvo as informações básicas dando conta que a dupla da moto executou mais um em Marabá e que a vítima foi morta com 15 tiros, sendo a maioria na face.



Esfaqueado e morto na Santa Rosa



Outro crime que movimentou o plantão da 21ª Seccional Urbana da Nov Marabá aconteceu na madrugada do último sábado e teve como vítima o usuário de drogas Cleisson Gonçalves da Silva, 21 anos.

A vítima foi esfaqueada duas vezes e correu até cair numa casa na avenida Pará, bairro Santa Rosa, Marabá Pioneira.

Pelo menos neste caso a Polícia já tem um suspeito, que foi identificado pela alcunha “Grande” e que seria ex-presidiário.

Este crime teria como pano de fundo uma desavença, ou rixa antiga, uma vez que a vítima teria batido no avô do “Grande”.

Este, por sua vez, confidenciou a amigos que iria acertar as contas com o desafeto o que de fato aconteceu no sábado.



Capoerista assassinado com uma facada





Outro crime que também aconteceu no sábado (24) tendo como vítima o capoeirista Francimar Pereira da Silva, o Vovô, 27 anos.

A vítima foi morta com um golpe de arma branca que lhe atingiu o abdome, próximo à virilha.

A vítima teria desafiado uma pessoa que ser bastante franzina se negou a brigar, porém partiu pra cima do capoeirista com uma faca e desferiu um golpe mortal na vítima.

Outros – Neste final se semana o Instituto Medico Legal (IML) necropsiou ainda o corpo do braçal José Vieira de Araújo, 58 anos. O corpo dele foi localizado na praia do macaco, em Itupiranga e pode ter morrido vítima de enforcamento.
Vítima de choque elétrico faleceu o jovem André Silva Mendes, de apenas 13 anos. O acidente doméstico aconteceu em Nova Ipixuna.
Em Morada Nova, na rua Tocantins, faleceu uma criança de apenas cinco anos. De acordo com as poucas informações deste caso, os pais dessa criança teriam dormido por cima dela que acabou morta asfixiada.