sexta-feira, 13 de abril de 2018

Joãozinho da Parabólica absolvido


Absolvido e advogados festejam resultado de julgamento




Uma agonia que durou 16 anos cessou na tarde desta sexta-feira 13 para o servidor publico estadual João Batista de Sousa, o Joãozinho da Parabólica. O julgamento aconteceu na Comarca de Marabá, à frente o juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Penal e de Violência Doméstica.

Ele foi absolvido por conta de uma acusação de ter intermediado a morte do líder garimpeiro Antonio Clênio Cunha Lemos, assassinado no dia 16 de novembro de 2002 em Curionópolis, sudeste paraense.

Esta foi a segunda vez em que é julgado num intervalo de sete ano, uma vez que no dia 25 de julho de 2011, Joãozinho da Parabólica foi absolvido em Curionópolis. Por conta deste crime ele chegou a ficar preso durante oito meses em Marabá.

No julgamento de ontem os advogados de defesa Odilon Vieira Neto e Arnaldo Ramos de Barros Júnior, Marcos Benedito Farias Rodrigues e a estagiária Pâmela Jadinjisk, exploraram a exaustão o fato de a acusação ter sido pautada em muito disse me disse, sem, que houve uma prova contundente.

Essa onda de boataria, segundo os advogados, se deu da seguinte forma: o acusado de ser pistoleiro Josivaldo Oliveira Barros, o “Nego Josa” (falecido) alegou em depoimento à Justiça que foi contratado pelo traficante Matias Rosa Passos, que por sua vez teria sido contratado pelo Joãozinho da Parabólica, sendo que o ex-prefeito de Curionópolis Sebastião Curió Rodrigues de Moura seria o principal interessado em mandar matar o líder garimpeiro.

“Então os senhores podem concluir que essa acusação não tem lógica, pois tem muito disse me disse muito boato, tanto que o Joãozinho foi julgado e absolvido na Comarca onde aconteceu o crime, e aqui não seria diferente”, comenta o advogado Arnaldo Ramos.

Joãozinho da Parabólica foi preso no dia 8 de fevereiro de 2007 e permaneceu oito meses recluso no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama) e após a promulgação do resultado confessou a amigos que agora se sente aliviado e que nunca teve envolvimento algum com nenhum tipo de crime.

A rigor, ele foi o único a ser julgado neste caso. “Nego Josa” foi misteriosamente assassinado anos após o crime. O traficante Matias Passos não se tem conhecimento se está vivo, ou morto. Quanto ao ex-prefeito Curió, apesar das diversas especulações, sequer foi denunciado, ou pronunciado.


Tais lacunas foram amplamente exploradas pelos advogados de acusação. Vale lembrar que o resultado desse julgamento, diferentemente de outros casos, já era praticamente previsível, pois diferentemente da época do crime, ocasião em que o caso ganhou ampla repercussão, agora a impressão geral dos expectadores é de que morde do líder garimpeiro não teve importância alguma, já que não houve clamor popular algum.

Nunca é demais lembrar que Antonio Clênio Cunha Lemos estava envolvido numa disputa pelo controle do garimpo de Serra Pelada na época e que havia vários grupos antagônicos e que um destes grupos poderia ter patrocinado a morte dele o que não ficou comprovado com a investigação policial. O fato é que com essa absolvição o caso morre.