Num intervalo de um ano, pelo menos trinta quilos de drogas e duas armas uma pistola e um revolver, desapareceram misteriosamente do IML de Marabá.
A direção local deste órgão percebeu que algo estava errado, quanto ao procurar um volume de 1,2 quilogramas de maconha, não o localizou. Durante a primeira busca a direção percebeu que outros dois volumes desapareceram, sendo 1,2 quilos e outro volume de pelo menos 30 quilos.
O sumiço da droga, no caso o primeiro volume de 1,2 quilograma, oriundo de Rondon do Pará só foi descoberto por conta da necessidade de se acostar no inquérito policial o laudo definitivo. Durante tentativa de se descobrir que fim levou este primeiro volume, a direção detectou o desaparecimento do restante da droga, bem como das duas armas.
O caso está sendo investigado pelo delegado Victor Costa Lima Leal, que desde o início do ano manteve o caso no mais completo sigilo, bem como a direção do IML de Marabá, mas a reportagem apurou as sequencias dos desaparecimentos ao levantar informações com fontes seguras, tendo em vista que se algum funcionário repassasse alguma informação a respeito do assunto poderia seria demitido.
Porém o delegado Victor Leal confirmou que de fato investiga os furtos misteriosos. O policial ouviu pelo menos trinta funcionários, bem como todos os peritos que estavam de plantão a quando dos desaparecimentos da droga.
Uma constatação óbvia do policial fica por conta do fato de não ter havido rompimento dos cadeados da porta onde a droga e as armas estavam guardadas.
O caso é tão complexo que o delegado Victor Leal requereu à Justiça, na semana passada, mais tempo para concluir o inquérito policial, uma vez que os depoimentos não foram suficientes para que o policial conclua o caso com o mínimo de suspeitos possíveis, e quem sabe indiciar o autor de tais furtos.
Entre as medidas cautelares, constam interceptações telefônicas e quem sabe até a quebra de sigilo fiscal e telefônicos dos eventuais suspeitos.
Se faltam provas, sobram especulações e conjecturas, uma delas aponta para o rumo óbvio de que o suspeito tinha acesso amplo e irrestrito ás chaves dos cômodos onde drogas e armas estavam guardados, uma vez que não houve arrombamento dos cadeados.
“Estamos apurando o caso que é bastante complexo, vários funcionários foram ouvidos, mas ainda não temos suspeitos, por isso estou pedindo mais tempo à Justiça para continuarmos a investigação”, comenta o delegado Victor Leal.
Independentemente de haver, ou não suspeitos, o fato o autor do crime atacou um prédio publico que integra o sistema de segurança pública do Estado do Pará, além de demonstrar, audácia, desprezo ao Estado, e de completo desdém à Justiça.
Diretor do CPC denunciou
furtos
O diretor do Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves, perito criminal José Augusto Barbosa de Andrade, denunciou os
furtos de drogas e armas que aconteceram na instituição em Marabá entre o final
de 2015 e início deste ano.
Tal medida, segundo ele, é
por não concordar com o desvio de conduta e de caráter do autor de tais crimes.
“Denunciei o caso à Polícia e estamos colaborando com o trabalho policial, pois
não aceitamos e não importa quem cometeu, tem de responder pelo crime”,
garante.
Por conta destes furtos e
de outras situações de sucateamento do CPC de Marabá, José Augusto pediu pra
sair da direção do órgão desde fevereiro deste ano. O pedido repousa na mesa do
diretor do CPC, Orlando Salgado, porém não há nenhuma decisão a respeito do
assunto.
“Pedi pra sair, pois não
concordamos com o que aconteceu”, acrescenta informando que recebeu duas ameaças
de morte por se opor à eventuais desvios de conduta de
servidores.
“Administrar um órgão em
que a cada ano diminui a quantidade de servidores, há muitas indicações e
não posso colocar pessoas da minha confiança, então é complicado”, arremata.
Entretanto,
independentemente da precariedade do CPC de Marabá, José Augusto acredita que num
curto espaço de tempo a Polícia deve dar uma resposta acerca dos furtos que
aconteceram no órgão.
Por sua vez, o episódio
joga um facho de luz numa situação que persiste: o excesso de tempo em que
permanecem drogas e armas no prédio do CPC, uma vez que tais instrumentos, por força de lei, só podem
ser destruídos, ou incinerados quando houver uma sentença transitada e julgada
em tais processos, o que demora, em média, dois anos.
Muitas autoridades
policiais defendem que essa destruição deve ser feita imediatamente, ou a
quando da manutenção do flagrante contra o acusado e não se aguardar uma
sentença em definitivo.
Atualmente, a custódia de tais objetos ilícitos fica sob cautela do CPC, ou da autoridade policial, no que acarreta uma série de percalços, entre eles furto, como aconteceu em Marabá.
Atualmente, a custódia de tais objetos ilícitos fica sob cautela do CPC, ou da autoridade policial, no que acarreta uma série de percalços, entre eles furto, como aconteceu em Marabá.