terça-feira, 20 de março de 2018

Votorantim vai usar caroço de açaí como fonte de energia



A Votorantim vai substituir sua matriz energética (coque de petróleo, não renovável) pela queima de caroços de açaí como fonte de energia em sua fábrica de cimento no município de Primavera (Nordeste do Pará). A empresa recebe o apoio do governo do Estado, via secretarias de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), que concedeu Selo de Prioridade ao projeto por meio de Protocolo de Intenções assinado no dia 14 passado.
Com este Selo, todos os trâmites de implantação terão prioridade em órgãos do governo, como a própria Semmas e o Corpo de Bombeiros. A intenção é garantir as vantagens da nova fonte energética o mais rápido possível.
“O caroço de açaí é uma fonte renovável e hoje é um problema ambiental, mas assim se transforma em solução” explica o titular da Sedeme, Adnan Demachki. “Haverá uma diminuição significativa na emissão de C02 e a não-emissão de dióxido de enxofre, além de gerar alternativas novas de renda em municípios de baixo IDH e para famílias praticamente sem renda.”
A previsão é de que a Votorantim ira consumir, por ano, mais de cem mil toneladas de caroços de açaí.
A experiência já começou.
A Votorantim está comprando os caroços secos (no máximo, 10% de umidade) da fábrica Ecobiomassa, de Igarapé-Miri, que por sua vez adquire os caroços “brutos” pela região (Abaetetuba, Mocajuba, Barcarena, Igarapé-Miri). Este ano, já foram transportados, em caminhões, 2,5 toneladas de caroços para Primavera.
“Este projeto piloto foi exitoso e a expectativa agora é fornecer numa escala maior”, informa o dono da Ecobiomassa, Marcos Tadeu Bragatto. “Isto resolverá o problema dos resíduos gerados pela grande quantidade de caroços em Igarapé Miri e região e também será uma fonte a mais de renda para pequenos produtores.”
BELÉM
Como a Votorantim é uma gigante, espera-se que este tipo de solução seja seguido por outras empresas, até para resolver também um problema sério em Belém: 50% dos resíduos sólidos produzidos na capital são caroços de açaí (130 mil toneladas/ano).
Em Igarapé-Miri e região, o recolhimento dos caroços se dá por meio de bags (recipientes de plástico que se parecem sacos gigantes) que são colocados por um munch num caminhão e substituídos por outros vazios.
“A Política Estadual do Açaí, implementada pelo governo do Pará, vai tornar este fruto numa coqueluche mundial”, garante Adnan Demachki. “A partir de ações da Sedeme, doze empresas já ampliaram e estão ampliando suas instalações ou implementam novas indústrias, com vistas a verticalizar a cadeia em produtos com valor agregado.”
Com isto, a produção de caroços de açaí vai crescer exponencialmente e “precisamos transformar este fato, em vez de num problema, em fonte de renda: quem se interessar, pode procurar a Sedeme que apoiaremos os projetos”, conclui Adnan.
Pelo Protocolo de Intenções assinado com o governo do Estado, a Votorantim se compromete também a apoiar a implementação de cooperativa de secagem de caroço de açaí; participar dos estudos de viabilidade de plantação e produção de capim-elefante para produção de biomassa; e estimular a produção de açaí na região de atuação da indústria.


segunda-feira, 19 de março de 2018

Fazenda Cedro ocupada novamente




As fazendas do grupo Agro SB têm sido alvos de constantes ataques por parte de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Há pelo menos uma década que tais ataques se sucedem.

Um deles aconteceu neste final de semana, em Marabá, ocasião em que a fazenda Cedro, localizada na zona rural de Marabá, foi, mais uma vez ocupada.

Os sem terra ocupam locais estratégicos da propriedade e aparentemente evitam conflito com trabalhadores da AgroSB.

A empresa, que detém o maior projeto de criação de bovinos a pasto no Pará nos cinco complexos de fazenda, no sul e sudeste. Nestas propriedades são gerados pelos menos mil empregos diretos e outros vinte mil indiretamente.

Nesta nova ocupação da Cedro, a Agro SB não se posicionou oficialmente, para um dos colaboradores da empresa, que preferiu não se identificar, negou que a empresa tivesse borrifado veneno nas plantações dos sem terra.

Vale lembrar que a Cedro foi reintegrada à Agro SB no dia 27 de novembro do ano passado atendendo ordem do juiz titular da Vara Agrária Regional, Amarildo José Mazutti.

A rigor, este magistrado, participou de uma reunião, semana passada com o comandante do Comando de Missões Especiais (CME) onde, novamente cobrou a implantação de uma unidade do CME o que deve acontecer ainda este ano.

É esta força policial quem auxilia a Vara Agrária Regional no cumprimento das reintegrações de posse. Esta é uma antiga reivindicação de pecuaristas e advogados que militam na área do direito agrário e que visa dar celeridade no cumprimento das liminares.