Previsto para acontecer julgamento dos três acusados de cometer a chacina em
Ourilândia do Norte, sul do Pará. O júri acontece em Marabá, na próxima terça-feira, dia 25, à frente o juiz Caio Marco Berardo.
O crime aconteceu no dia 8 de outubro
de 2015, na fazenda Alana. As vítimas foram mortas com armas de fogo. Entre
elas o pecuarista Jadson Michel Pesconi, filho do ex-prefeito daquele município,
Aparecido Pesconi, o médico veterinário Manoel de Paulo Ribeiro Filho, além dos
vaqueiros: Samuel Santiago de Oliveira e Josué Francisco de Assis Sousa.
Já os acusados são o pecuarista José
Vieira da Mata, César Duarte Santiago e Osvaldo Antonio de Oliveira, este
vaqueiro e funcionário de José da Mata. Praticamente todos os réus devem
apresentar como tese de defesa negativa de autoria e ausência de provas.
Segundo consta nos autos desse
processo, as mortes aconteceram como se num efeito cascata, tendo em vista que
os acusados pretendiam seqüestrar o pecuarista Jadson Pesconi e cobrar um
resgate milionário, uma vez que a vítima teria recebido uma grande quantia em
dinheiro fruto da venda de uma fazenda em Ourilândia.
Para tanto, os acusados usaram de um
ardil nada convencional. Em princípio chegaram na fazenda e renderam os dois
vaqueiros. Em seguida ordenaram que estes ligassem para o pecuarista e
dissessem que bois estavam morrendo e que ele se dirigisse até a fazenda para
constatar o caso.
De posse dessa informação, Jadson
Pesconi, que no momento da ligação telefônica estava numa casa veterinária, exatamente
comprando produtos para a sanidade animal, e ao lado dele, o médico veterinário
Manoel Filho, que foi convidado e aceitou acompanhar o pecuarista até a fazenda
para verificar a suposta mortandade dos bois.
O final desse trafica história é que
todas as quatro vítimas foram mortas com tiros na cabeça, num claro sinal de
execução e assim o plano inicial do seqüestro, aparentemente falhou no que
resultou na chacina.
O caso é bastante complexo, tanto que
resultou num processo de cinco volumes e pelo menos 500 páginas. Outros dois
acusados: Natanael e Moisés Rosa de Matos estão indiciados, porém só devem ser
julgados em Belém, onde seguem presos.
Cada um dos acusados tem uma
participação definida. A reportagem manteve contato com o defensor público
Alysson George Alves de Castro. Ele defende os interesses do acusado Cesar
Duarte Santiago, que se disse inocente e que nada teve a ver com o crime. A tese
de defesa deve ser a negativa de autora e ausência de provas.
Outros dois advogados criminalistas,
Arnaldo Ramos e Raphael Lemes Braz defendem os interesses do acusado Osvaldo
Antonio de Oliveira. Eles disseram que o réu é inocente e que nada tem a ver
com o crime. Ambos, também devem adotar a tese de negativa de autoria.