sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Detenta denuncia assédio sexual no Crama




A detenta Dejanira Feitosa dos Santos, que cumpre pena no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama) denunciou que estava sendo vítima de assédio sexual por parte de um agente prisional de prenome Décio e que atualmente é o chefe da segurança.

O depoimento aconteceu na Sétima Vara de Execuções Penais de Marabá, na manhã da última terça-feira (19) e foi testemunhado pelos advogados: Wandergleisson Fernandes Silva, Arnaldo Barros, promotora Alexandra Muniz Mardegan e do juiz Jonas da Conceição Silva.

Na verdade a detenta prestava depoimento a respeito de um suposto telefone celular que Dejanira dos Santos estaria usando no pavilhão feminino do regime semiaberto, motivo pelo qual sofreu punição e atualmente está custodiada no regime fechado.

De início, Dejanira dos Santos informou que o agente Décio “possui problemas com ela e que não possuía nenhum celular” e que o aparelho foi colocado pelo agente entre os seios dela.

Contou ainda no final do ano passado, participou de uma entrevista na Rádio Itacaiúnas e estava sem escolta feminina.

No retorno ao Crama, o agente prisional pagou um almoço para a detenta e uma colega dela de prenome Francilene.

O almoço aconteceu numa tradicional churrascaria localizada no bairro Cidade Nova, próxima ao aeroporto de Marabá.

Ainda de acordo com Dejanira dos Santos, foi durante este almoço que o agente prisional Décio disse que se ela cedesse aos apelos sexuais dele, poderia receber ajuda na penitenciária.

Em outra oportunidade, ainda de acordo com a detenta, o agente Décio lhe assediou quando estava no refeitório feminino e perguntou o que ela tinha resolvido em relação à proposta dele.

Contou ainda que foi assediada por outros agentes prisionais, entre eles um de prenome Valdir e que recusou todos os assédios, inclusive o de Décio.

Quanto à acusação do uso do telefone celular, reforçou dizendo que o agente prisional Décio, colocou um aparelho entre os seios dela e, que imediatamente apanhou o aparelho e perguntou o que era aquilo.

Incontinenti, o agente disse que era um celular e ela retrucou dizendo que celular não era seu e que o agente rebateu: “agora é seu”, e em seguida foi chamada por outros agentes e aprisionada na cela 5, fato que aconteceu no dia 31 de janeiro deste ano.

Após dez dias em que estava trancafiada, Dejanira dos Santos denunciou o caso a um dos vices diretores do Crama e este respondeu que não poderia fazer nada a respeito do assunto.

Por sua vez a promotora, informou ontem pela manhã que deve instaurar procedimento de investigação para apurar as denúncias e ouvir todas as detentas do Crama.

Além dos assédios sexuais, Dejanira dos Santos contou que revistas são feitas por agentes prisionais quando as mulheres estão domingos, ou seja, bastante tarde da noite.

São estas e outras situações contadas por Dejanira dos Santos que a promotora pretende esclarecer.

“Namoro entre agente prisional e detenta é ilegal, contudo aceitável, pois se trata de uma relação consensual, entretanto quando o assunto é assédio, tentativa de estupro isto é crime e viola os direitos humanos”, comenta.

As oitivas, ou interrogatórios das detentas devem acontecer na próxima semana, uma vez que o Ministério Público Estadual (MPE) está de luto em função da morte do ex-governador Almir Gabriel.

Uma fonte informou que a Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também deve entrar no caso e exigir uma rigorosa apuração dos fatos narrados pela detenta.

O juiz Jonas Silva ficou de comunicar a direção desta casa penal a fim de que possa se pronunciar a respeito da denúncia.

O magistrado anulou a medida disciplinar que a detenta sofreu e atualmente Dejanira dos Santos retornou para o pavilhão do regime semiaberto até que o caso seja totalmente esclarecido.



Pistoleiro pega pena máxima







Tiago de Andrade á acusado de matar mais de vinte no Pará 

Gruchenhka Freire explorou escutas para convencer jurados

Wilson Aguiar (pistoleiro) ajudou a condenar o comparsa

Henrique Sauma, tentou, mas não conseguiu inocentar cliente

Yan Serrão, também se esforçou, mas não conseguiu livrar cliente 

Gabriel Costa Ribeiro diz que julgamento foi isento 








Em júri presidido pelo juiz titular da Comarca de Rondon do Pará, Gabriel Costa Ribeiro, o acusado de ser pistoleiro, Tiago Bizarrias de Andrade, 28, foi condenado a 59 anos de prisão em regime fechado.

O julgamento aconteceu na última terça-feira (19) e durou mais de 15 horas, sendo a sentença prolatada por volta das zero hora de quarta-feira (20). Sete homens compuseram o Conselho de Sentença, que por maioria dos votos, condenou o acusado.

Tiago de Andrade matou a tiros Rubem Araújo Lopes e Sérgio Moreira Figueiredo e baleou um terceiro, Joel Sousa Oliveira. Este último não compareceu ao julgamento.

Considerado de alta periculosidade, o acusado foi apontado pela Polícia como sendo um integrante de uma rede de pistolagem que atuava no sul e sudeste do Pará.

Durante o julgamento, a promotora de justiça Gruchenhka Oliveira Baptista Freire, explorou escutas telefônicas onde duas tias do acusado conversavam sobre os crimes que o sobrinho cometeu em Rondon do Pará.

Além das escutas, o depoimento do também acusado de ser pistoleiro, Wilson Costa Aguiar, que confirmou ter matado, junto com Tiago, algumas pessoas.

Uma delas foi o acusado de ser traficante, Abisair Alves Ferreira, assassinado no dia 18 de junho de 2010 em São Geraldo do Araguaia.

Esta vítima foi baleada dentro do carro dela, quando circulava pela praça de São Geraldo e ainda chegou a atirar no pistoleiro, que seria Tiago de Andrade.

Ainda de acordo com Wilson Aguiar, a vítima, mesmo baleada, dirigiu o próprio carro até ser socorrido, contudo foi colocado dentro de uma ambulância e quando estava sendo transferido para Marabá pela BR-163 foi baleado.

Desta vez Bibica foi alvejado com dois tiros de pistola calibre 45 que seria de Wilson. A arma teria sido comprada por R$ 900,00 em Jacundá.

Neste crime, figuram pelo menos duas pessoas ligadas à segurança pública e um poderoso figurão do meio político de São Geraldo do Araguaia.

Diante desta leitura deste depoimento e de outros relatos dando conta que os dois, Wilson e Tiago, teriam matado pelo menos quatro pessoas em Bom Jesus do Tocantins, pode ter ajudado no convencimento dos jurados.

A defesa foi patrocinada pelos advogados: Carlos Henrique Sauma Lopes e Yan Ayres Aragão Serrão, que tentaram a tese negativa de autoria para tentar inocentar o cliente dele, mas todos os esforços foram em vão.

Tanto Tiago de Andrade, quanto Wilson Costa Aguiar foram transferido para um presídio de Americano onde devem cumprir pena no regime fechado.

Estes dois acusados ainda devem ser julgados pelos crimes que pode ter cometido em Bom Jesus do Tocantins e em São Geraldo do Araguaia.