quarta-feira, 11 de maio de 2016

“Em momentos de crise aumenta a discriminação contra as mulheres nos meios de comunicação”



Jornalistas de 27 países reuniram-se em Barcelona para fomentar uma comunicação sem padrões patriarcais. Eles denunciaram os maus tratos informativos, machistas e humilhantes, sofridos pela presidenta Dilma Rousseff. A situação das mulheres refugiadas.

A reportagem é de Sonia Santoro e publicada por Página/12, 08-05-2016. A tradução é de André Langer.



“Fazemos um apelo às empresas jornalísticas e de comunicação para agirem contra as informações de caráter sexista e com padrões patriarcais, além de reverem os manuais de estilo para que reforcem a informação e comunicação com perspectiva de gênero e sobre os direitos das mulheres”. Assim se pronunciou o VI Encontro da Rede Internacional de Jornalistas com Visão de Gênero, que reuniu, em Barcelona, 157 jornalistas de 27 países. Além disso, reclamou maior cobertura informativa da situação das mulheres refugiadas e repudiou os “maus tratos informativos, enviesados, machistas e humilhantes de que tem sido vítima a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, nos meios de comunicação massivos de seu país”.

No primeiro dia do encontro esteve presente a prefeita de Barcelona, Ada Colau, primeira mulher e feminista a ocupar esse posto. Seguiram-se dois dias de debate em que foram propostos temas específicos das diferentes realidades dos continentes participantes: América Latina e Caribe, Europa, Ásia e África. Assim como problemas e desafios comuns.

Entre outros, o Encontro deu conta da “discriminação e das violências sofridas pelas jornalistas e comunicadoras no mundo” e reclamou “uma representação não estereotipada das mulheres nos conteúdos informativos, dando voz às mulheres e refletindo toda a sua diversidade”.

Diante do descumprimento do parágrafo J dos Acordos da Conferência de Mulheres realizada em Pequim em 1995, que se refere ao papel dos meios de comunicação para alcançar a igualdade entre mulheres e varões, “solicitamos a criação de programas feministas e em defesa dos direitos das mulheres nos meios de comunicação, especialmente públicos, assim como o patrocínio efetivo para os que existem e surgirem”, diz o pronunciamento final.

O problema dos refugiados e refugiadas teve forte presença com a participação inclusive de algumas refugiadas, como Rawan al Bash, jornalista palestina da Síria e que vive atualmente na Espanha. “Quando se é palestina tem-se muitas coisas para explicar. Quando se é síria mais ainda, porque há uma guerra e as pessoas saem da Síria devido à violência do governo e do Estado Islâmico”, começou seu relato. Rawan contou que teve que deixar a Síria porque o governo a perseguia pelo fato de ser ativista.

Neste sentido, o Encontro manifestou que “rejeitamos as guerras que forçam o deslocamento das pessoas que buscam refúgio e pedimos a abertura de fronteiras, uma vez que emigrar é um direito humano reconhecido”. Além disso, exigiu “uma maior cobertura informativa da situação das mulheres refugiadas que as mostre como protagonistas e torne visíveis as violências às quais são submetidas. A comunicação praticamente nula das instituições europeias sobre a situação das refugiadas representa uma informação enviesada”.

Denunciou-se também o aumento da intimidação cibernética e as ameaças sofridas pelas mulheres jornalistas, pelo simples fato de serem mulheres no exercício da profissão.

Em momentos de crise “sempre se questiona o poder sobre a mulher e aumenta a violência contra as mulheres”, disseram as coordenadoras em fim de mandato. Entre elas, Liliana Hendel, pela Rede Internacional de Jornalistas com Visão de Gênero na Argentina, disse que “no mundo aumentaram espontaneamente os projetos voluntários em pequenas rádios e na internet, mas a ausência de jornalistas feministas (salvo casos isolados e muito raros) e de programas com enfoque de gênero nos meios audiovisuais massivos é flagrante”. “O maior problema é que nos convenceram de que já chegamos e que somos iguais. Cuidado com este discurso, porque é mentira”, disse também. Pela rede participaram, além disso, Miriam Bobadilla, Silvina Molina e esta cronista.

Entre as apresentações de temáticas pontuais, a mais mobilizante foi a de Carolina Escudero, argentina que mora em Barcelona e que comparou o roubo de bebês realizado durante a última ditadura na Argentina, com o que aconteceu durante o franquismo. “De acordo com dados, há 30 mil crianças roubadas; segundo os familiares, 100 mil”, disse. A presença de vários familiares que continuam procurando seus filhos e filhas comoveu todo o auditório da Universidade Pompeu Fabra.

Sara Mas, correspondente do Serviço de Notícias da Mulher da América Latina e do Caribe (SemLac) Cuba, falou sobre o trabalho jornalístico que estão fazendo para mostrar o impacto que as mudanças econômicas que estão se produzindo em seu país têm sobre as mulheres. “A maioria dos empregos não demanda altos níveis de educação, quando a maioria das pessoas formadas são mulheres”, disse. Os novos trabalhos “surgem com enunciados sexistas, pensados para mulheres e para varões”. “O desafio, como jornalistas, segue sendo inserir a reflexão e incidir em políticas públicas para mulheres”, disse.

Daniela Fuentes Moncada, do Equador, criticou os meios de comunicação pelo fato de abordarem a questão indígena como um todo homogêneo. “No meu país convivemos muitíssimas nacionalidades e etnias diferentes. É heterogêneo”, disse.

A pedido da brasileira Rachel Moreno, que denunciou um “retrocesso absoluto em todos os direitos alcançados” noBrasil durante os últimos anos, o Encontro fez um pronunciamento de apoio a Dilma Rousseff e de repúdio às tentativas de golpe. “Denunciamos e repudiamos os maus tratos informativos, enviesados, machistas e humilhantes de que foi vítima a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, nos meios de comunicações de massa de seu país”, disse o comunicado. “Exigimos que se respeite a ordem institucional derivada do cumprimento do mandato da eleição presidencial de Dilma Rousseff”, prossegue. E, finalmente, rejeita “qualquer tentativa de golpe de Estado”.

No final do encontro, decidiu-se que o Brasil será a sede do próximo Encontro da Rede Internacional de Jornalistas com Visão de Gênero, em 2018.

Montserrat Minobis, presidenta da Rede Internacional de Mulheres Jornalistas e Comunicadoras da Catalunha, declarou que “saímos mais fortalecidas e com o objetivo de levar adiante projetos comuns e, como diz o manifesto, continuar a luta global contra a violência e a defesa dos direitos das mulheres, especialmente quanto à cultura da paz e a defesa das mulheres migradas e refugiadas”.

Meios de comunicação, estereótipos, precarização, violência, redes, jornalistas, gênero, refugiadas, migrantes, indígenas... palavras, categorias que foram nomeadas e debatidas durante três dias em Barcelona. Problemas e soluções que cada uma levou para o seu país de origem para tentar converter em leis, práticas, políticas com perspectiva de gênero.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Traficante zebrado flagrado com droga






Droga estava camuflada em caixas de papelão



Ogeis Almeida acabou preso

Delegados comemoram prisão de traficante

A apreensão da droga foi a maior deste ano 

Polícia realiza operação em barreira, prende traficante, e apreende pelo menos 70 tabletes de maconha; droga seria vendida em Marabá e Parauapebas.



Edinaldo Sousa - União de esforços, aliado à inteligência policial resultou na prisão de acusado de ser traficante no final da manhã desta segunda-feira (9). Trata-se de Ogeis Moura Almeida 38 anos.

Ele foi flagrado quando transitava dentro de um ônibus que seguia pela rodovia Transamazônica à altura do posto desativado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Marabá. Além da bagagem normal, trazia consigo três caixas contendo maconha.


A operação policial foi coordenada pelos delegados Marcelo Delgado, Leandro Vilas Boas, Marcio Brasil Maio, todos de Marabá, e Gabriel Henrique Alves Costa, de Parauapebas, além de uma infinidade de investigadores dos dois municípios.

Evidentemente que a prisão é fruto de intensa investigação e inteligência, sendo que o acusado já estava sendo monitorado, muito embora a Polícia não fale abertamente a respeito da investigação.

De certo é que neste final de semana, conforme informou o delegado Gabriel Costa. “Recebemos uma ligação de um colaborador de Goiânia e fomos informados que o acusado seguia daquela capital pra Marabá com a droga”, relata.

A partir desta preciosa ligação, os policiais civis montaram uma barreira onde vários ônibus foram parados, sendo que em um deles o acusado seguia com a droga e os objetos pessoais.


“Assim que paramos o ônibus sentimos o cheiro forte da droga e após revistar todos os passageiros identificamos que as caixas estavam etiquetadas com o nome dele”, acrescenta o delegado Marcelo Delgado.

Ainda de acordo com o policial, a droga estava acondicionada em tabletes, pelo menos 70, dentro das três caixas bem como café em pó, que seria para ocultar o odor forte da erva, mas todo esse cuidado de nada adiantou, uma vez que os policiais perceberam que o acusado estava bastante nervoso.


Mesmo vendo o mundo desmoronar sobre a cabeça, o acusado negou ser o dono da droga e disse que estava vendendo cintos e outras bugigangas. “Mas não adianta negar, uma vez que as caixas estavam, etiquetadas com o nome dele, e por isso deve ser autuado por tráfico de drogas”, acrescenta Marcelo Delgado.


Droga seria vendida na região


Para a Polícia Civil a droga seria entregue em Marabá e Parauapebas, porém acusado, Ogeis Moura Almeida deve passar uma boa temporada atrás das grades, uma vez que o delegado plantonista Álvaro Luís Beltrão Ikeda ficou de autuá-lo por tráfico de drogas. 

A droga seria comercializada em Marabá e Parauapebas e renderia um bom dinheiro ao traficante, contudo o montante não foi repassado à imprensa.

Evidentemente que os passos do acusado já estavam sendo monitorados. Ele, na verdade, foi contratado para transportar a droga, mas alegou aos policiais que não tinha conhecimento do que estava carregando.

Alegações à parte, segundo o delegado Marcelo Delgado, Ogeis Almeida acabou se encalacrando todo com a Justiça. “Na verdade ele sabia sim o que estava fazendo, bem como iria receber dinheiro pelo transporte, mas acabou sendo preso”, comenta Marcelo Delgado.

Para policial, a prisão significou um duro baque no tráfico de drogas. “Com certeza ele teve um grande prejuízo”, afiança ressaltando que o combate ao tráfico de drogas é meta numero zero da Polícia Civil do sul e sudeste do Pará.

“Vamos continuar combatendo o tráfico de drogas, cujo crime enseja vários outros em Marabá e região”, conclui dizendo que a sociedade pode colaborar com a Polícia repassando informações seguras a respeito da atuação dos traficantes em Marabá e região. 


Para a imprensa, o acusado se fechou em copas e preferiu o silêncio. Nas pouquíssimas palavras que ele pronunciou alegou inocência e que a droga não seria dele. Ele ficou de ser transferido ainda nesta segunda-feira a uma cela da Central de Triagem de Marabá (CTM).

Furto de energia termina em prisão





Neste final de semana, policiais militares, perito do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e eletricistas da Celpa, flagraram um posto de combustíveis que aparentemente estava com um ‘gato’ para desviar energia elétrica.

O dono, ou gerente do imóvel Marcelo Santos do Couto acabou sendo preso e autuado por furto qualificado pelo delegado Marcio Brasil Maio. Ainda na sexta-feira à tarde ele foi solto mediante pagamento de fiança de dez salários mínimos e deve responder ao crime em liberdade.

Uma fonte da Celpa informou que o perito Marcio Willie Pereira Moreira, após perícia no imóvel, situado na rua Floriano Peixoto, bairro São Félix, constatou que havia um dispositivo que fraudava o medidor elétrico e por conseguinte, furtava energia elétrica.

A Unidade Consumidor registrada em nome do empresário, 105874707 consta a suposta fraude. A prisão de Marcelo do Couto causou um grande rebuliço na Seccional Urbana da Nova, inclusive de pessoas influentes, todos questionando a ação policial e dos eletricistas da Celpa, entretanto tal movimentação em nada alterou o caso, uma vez que o acusado acabou sendo autuado por furto.

Não é de hoje que a equipe da Celpa está em Marabá fiscalizando e detectando a presença dos chamados ‘gatos’, que são maneiras escusas usadas para desviar energia elétrica. Vira e mexe, um fraudador é preso e processado.

Vale lembrar, porém que àquele que é flagrado com tais subterfúgios é preso, processado e no final, se condenado reembolsa a empresa concessionária de energia elétrica.

E enquanto não é flagrado o infrator, quem paga a conta, seguramente, são os outros consumidores, segundo adiantou outra fonte da Celpa, uma vez que toda a energia distribuída é cobrada, de um jeito, ou de outro.