quarta-feira, 20 de junho de 2012

CPMI do Cachoeira; juiz sai do Brasil




Reportagens nas edições de terça-feira (19/6) dos jornais O Estado de S.Paulo e O Globo revelam que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, encarregado do processo original contra o bicheiro Carlos Cachoeira em Goiás, pediu afastamento do cargo e decidiu deixar o Brasil temporariamente. Sua família teria sofrido pressões por parte de policiais suspeitos de envolvimento com a quadrilha.
O magistrado, responsável pela Operação Monte Carlo, que colocou na cadeia o bicheiro e expôs suas relações com parlamentares e governadores, é autor das autorizações para a gravação de comunicações dos suspeitos, cuja validade foi contestada na Justiça Federal em Brasília.
Na mesma edição, os jornais informam que o Tribunal Regional de Brasília rejeitou por dois votos a um o pedido de anulação das provas contra Cachoeira, medida que era defendida pelo relator do processo, o desembargador Tourinho Neto. Além de votar pela anulação das provas, Tourinho Neto havia concedido habeas corpus para livrar o bicheiro da cadeia, mas os dois outros juízes do TRF votaram contra.



Papel dos jornais

A renúncia do juiz federal em Goiânia demonstra que a organização chefiada por Carlos Cachoeira contaminou amplamente as instituições públicas em toda a região Centro-Oeste, chegando a influenciar decisões na capital federal.
Em ofício enviado ao corregedor da 10ª Vara Federal em Goiânia, o juiz Moreira Lima informa claramente que toma a decisão de se afastar do cargo porque sua família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que queriam conversar sobre a Operação Monte Carlo, fato que ele considerou uma nítida ameaça.
O magistrado observa ainda que têm ocorrido crimes de homicídio, “provavelmente praticados a mando por réus do processo”, o que demonstra a periculosidade da quadrilha.
A contaminação do sistema judiciário e policial em Goiás por parte do crime organizado fica ainda mais evidente quando se noticia que o provável substituto do juiz Moreira Lima, Leão Aparecido Alves, terá que se declarar impedido, por ser notório amigo de um dos principais associados de Carlos Cachoeira, que também se encontra preso em Brasília.
Esse conjunto de notícias, publicado assim em meio ao relato mais ou menos burocrático das idas e vindas de processos, dissimula a real gravidade do contexto em que se desenrola o escândalo que tem entre seus personagens centrais o senador Demóstenes Torres.
O fato de um juiz federal se vir obrigado a deixar o cargo e viajar para fora do país, para salvaguardar a segurança de sua família, deveria mobilizar a imprensa no sentido de destrinchar de uma vez por todas a história do esquema montado pelo bicheiro Carlos Cachoeira a partir de Goiás.
Era o caso de os grandes jornais da região Sudeste montarem uma força-tarefa em Goiânia, para investigar e expor o esquema que começa com um bicheiro de província obcecado pela exploração de máquinas viciadas de jogo e termina influenciando a execução do orçamento federal.

A rotina das “chicanas”
Não é admissível, em qualquer hipótese, que o Brasil do século 21 continue permitindo que a ineficiência da Justiça estenda o tapete da impunidade que facilita a consolidação e a expansão de quadrilhas como essa, cujos integrantes são tão desqualificados que mal falam o próprio idioma.
Até nosso crime organizado é brega. As gravações das conversas entre os delinquentes, que o juiz Tourinho Neto pretendeu eliminar do processo, demonstram claramente que se trata de bandidinhos de quinta categoria, que foram alçados a padrão de mafiosos internacionais pela fragilidade do sistema judiciário – que por sua vez é manietado pela profusão de recursos legais à disposição dos criminosos.
O processo originado pela operação Monte Carlo tem nada menos do que 81 réus. Somente o chefe, Carlos Cachoeira, escalou oito advogados, que se revezam na tarefa de manter o juiz ocupado, com recursos e petições sem fim, para atrapalhar o julgamento.
Todo réu deve ter direito a ampla defesa, mas a rotina dos advogados nesse e em muitos casos em que os acusados têm amplos recursos é a da “chicana”, das iniciativas de má fé, da litigância maliciosa. E não sai uma linha sequer nos jornais sobre essa prática que na vida real anula a Justiça. E não sai um comentário sequer da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre tão ciosa em levantar suspeitas que apontem para longe de seu nicho corporativista.
O caso Cachoeira assusta não apenas pelo que revela sobre a fragilidade das instituições republicanas, mas principalmente pelo que esconde sobre a contaminação que coloca em risco a própria democracia. (Por Luciano Martins Costa)


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Salame é pré-candidato a prefeito

Salame está no párea para disputar prefeitura de Marabá





A chamada Terceira Via, composta pelos partidos PPS, PV, PDT, PMDB, e PT, lançou na noite da última sexta-feira (15) a pré-candidatura do deputado estadual João Salame Neto (PPS) a prefeito de Marabá em evento bastante concorrido na Câmara de Vereadores.

A noite foi marcada por discursos inflamados, sendo a maioria dos oradores exaltou a escolha do deputado João Salame como acertada para concorrer nas próximas eleições de Marabá.



O presidente da Câmara de Vereadores, Nagib Mutran Neto (PMDB) classificou de um dia histórico para Marabá e significou de amadurecimento da classe política a união partidária.

Para ele é um projeto macro de desenvolvimento e deve projetar Marabá em nível estadual e nacional.“Sem dúvida alguma que o coletivo elevará a cidade à condição de cidade polo”,sentenciou.



Em seguida cutucou adversários que pare ele não têm compromisso com o município. “Seguem olhando apenas para os interesses pessoais ao contrário do Salame que dá provas incontestes de ser o melhor nome para Marabá”, assegura.

A luta pela criação do estado do Carajás, sendo que pelo menos 95% da população marabaense votou pelo sim foi lembrada por Nagib Mutran, que destacou a atuação de João Salame nesta empreitada.



“Ele não se escondeu, mostrou que é articulado e competente e é capaz de governar Marabá em parceria com o grupo partidário”,garante.



Por sua vez o deputado estadual Parsifal de Jesus Pontes (PMDB) deixou claro que o partido dele irá apoiar de todas as formas possíveis a provável candidatura de Salame.

A deputada petista Bernadete ten Caten, entre outras informações disse que quem ama Marabá “não suporta mais viver governado por ditador e que não ouve a sociedade”,sentenciou.



Ela citou diversos problemas entre eles a saúde local e sugeriu a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

“Vamos derrotar o atraso e projetar a cidade para um futuro melhor, temos de derrotar o candidato do Jatene e governar com participação popular”, conclama.



O deputado federal Miriquinho Batista (PT) acredita que João Salame, se eleito, terá totais condições de administrar bem Marabá e lembrou que essa administração deve ser de forma coletiva, tal qual aconteceu no lançamento da pré-candidatura.

Anunciou que em breve deve ser implantada a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, cujo projeto ele é relator e tem previsão da obra iniciar em 2013. “Você (João Salame) vai começar bem a sua administração”, prevê.



Igualmente animado está o deputado Beto Faro (PT).“Vamos continuar firmes no dia a dia da campanha, o salame conta com o apoio de dez deputados federais, um senador e vamos ganhar a eleição e governar bem, unidos pelo bem comum de Marabá”,argumenta.

O experiente deputado federal Giovanni Queiroz (PDT) lembrou que a luta pela criação do Estado de Carajás teve como esteio João Salame.



“Vamos continuar unidos nesta luta, portanto é importante termos um prefeito eleito de Marabá comprometido com esta importante causa”, comentou.

Em seguida acrescentou: “O Salame reuniu, agregou liderou a luta e mostrou que é capaz de governar esta cidade que é referência estadual ao contrário daquele que se escondeu debaixo da cama e da ‘asa’ do governador”.



“Vamos à vitória se Deus quiser”, conclama.

Zé Geraldo (PT) parabenizou o partido porque pretendia lançar uma candidatura própria. “Unimos forças em torno de um nome com densidade eleitoral que é o João Salame”,acentua.



“Se dividíssemos daríamos combustível para candidaturas adversárias, portanto nos unimos num ideal de ganharmos a eleição e desenvolvermos uma administração popular, participativa e voltada para o desenvolvimento de Marabá”, comentou o deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB).“Ele é corajoso, independente e competente”,acentua e vai contar com o nosso apoio.

“Conte conosco e com o povo de Marabá juntos venceremos”, arremata.



O prefeito de Ananindeua Helder Barbalho (PMDB) foi mais enfático e deixou claro que o projeto do partido dele é impessoal e que as lideranças políticas tiveram a maturidade e inteligência para abrir mão da pré-candidatura do empresário Ítalo Ipojucan em favor de João Salame.



Segundo ele, a postura do deputado João Salame na luta pelo estado do Carajás contribuiu para o convencimento das demais lideranças da Terceira Via.

Senador - O discurso mais esperado da noite foi do senador Jader Barbalho (PMDB), que depois de fazer um breve histórico da carreira política dele deixou claro que estava em Marabá para hipotecar apoio inconteste à candidatura de João Salame.



"Agora acabaram as especulações, estarei firme na campanha e estou convicto que temos condições de sermos vencedores”, comentou.

Agradeceu ao empresário Ítalo Ipojucan, que abriu mão da candidatura em favor do deputado João Salame. “Foi uma demonstração de sabedoria e inteligência e maturidade”,reconheceu.



Barbalho se disse convencido que eleitoralmente João Salame é a melhor opção para Marabá. “Não tenho dúvida alguma esta é a melhor escolha, o melhor para Marabá e para o povo, estamos juntos e vamos enfrentar mais esse desafio”, garante.

A oratória foi encerrada pelo deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Marabá João Salame Neto (PPS), que entre outras coisas deixou claro que um dos eixos da futura campanha é a luta pela criação do Estado do Carajás a quem acredita que não deve cessar nunca.



“Portanto caso sejamos eleitos, a nossa luta continuará e vamos trabalhar pra mudar a lei permitir que apenas a população interessada na emancipação vote. Não vamos nos amofinar lutar sempre”, garante.





Salame está no páreo para concorrer à prefeito de Marabá