Sem terra sitiam a fazenda Cedro desde a semana passada |
Gado está vulnerável e pode ser abatido a qualquer instante |
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promete novas manifestações caso a negociação com o Incra não evoluir no que diz respeito à desapropriação da fazenda Cedro, Zona Rural de Marabá.
Foi nesta fazenda, na quinta-feira da semana passada que aconteceu um confronto entre sem terra e seguranças armados da empresa Atalaia. Doze sem terra foram baleados.
As ações podem ser estender para outras fazendas pertencentes à Agropecuária Santa Bárbara. O MST possui 5 acampamentos nas regiões sul e sudeste do Pará onde estão acampadas 1.300 famílias.
Para o MST, a solução para o impasse o Incra precisa enfrentar três grupos mais poderosos da região: Vale, a Agropecuária Santa Bárbara e o grupo Quagliato. Os acampamentos do MST em área de interesse da Vale e do grupo Quagliato poderão seguir o mesmo exemplo adotado em relação ao grupo Santa Bárbara.
Estas famílias também aguardam o cumprimento de acordos não cumpridos entre o Incra e os referidos grupos econômicos para a liberação de fazendas para assentamentos rurais.
Nos últimos dois anos, o MST manteve as famílias acampadas e participou de mais de uma dezena de audiências na Vara Agrária e com a Ouvidoria Agrária Nacional, sem, contudo houve um desfecho favorável aos trabalhadores acampados.
Diante desta situação o MST permanecerá na sede da Fazenda Cedro, que consideram uma propriedade emblemática e pelo menos 90% dos 19 mil hectares foram desmatados.
“O caso da Fazenda Cedro é um exemplo desse desmando, 90% da floresta da propriedade foi derrubada. O antigo castanhal existente ali foi totalmente destruído e metade da propriedade pode ser terra pública”, salienta o MST em nota enviada à imprensa.
Por fim o documento afirma que nos últimos três anos, 38 trabalhadores rurais sem terra foram baleados e outro assassinado.
“Por essas e por outras razões é que não esperaremos mais e não daremos mais um passo atrás sobre a Fazenda Cedro e as demais fazendas onde as 1.300 famílias do MST terão que ser assentadas. Não aceitaremos despejos em nossas áreas, intimidações e prisões, bem como a criminalização das lideranças e do movimento”, finaliza a nota.
Santa Bárbara repudia invasões e cobra providências
O documento alerta que há a possibilidade de novas ocupações e que os funcionários da Cedro estão amedrontados com a possibilidade de um novo ataque.
“O MST tenta nova invasão na Fazenda Cedro, em Marabá (PA). As ameaças aos funcionários se intensificam e há risco de mais violência”, afiança o documento.
Informa ainda que a quantidade de sem terra está aumentando rapidamente e há pelo menos 500 sem terra em frente à sede da Cedro.
A área está bastante tensa, sendo que as vias de acesso à fazenda Cedro estão interditadas e carros de som incita os sem terra para se manterem no acampamento.
Nesta quinta-feira, ainda de acordo com a nota, sem terra tentaram ocupara pastos da propriedade, porém foram contidos por policiais militares do Comando de Missões Especiais (CME), que se mantém na propriedade desde confronto na semana passada.
A Agro Santa Bárbara, por fim comenta que há a ameaça de invasão das centrais de produções de bois e caso aconteça o prejuízo será incauculável.
Diversos documentos foram enviados às autoridades do Estado do Pará onde cobram punição aos sem terra que ameaçam ocupar por completo as fazendas da empresa.
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