segunda-feira, 14 de julho de 2014

Marabá sedia primeiro julgamento militar

Farto material bélico foi apreendido com os acusados à época



Nos próximos dias 17 e 18 deste mês, o município de Marabá deve sediar o primeiro julgamento militar em evento que acontece na Comarca local. Durante este julgamento, nove acusados de invadir e roubar munições do 52º Batalhão de Infantaria de Selva (52º BIS) devem acertar as contas com a Justiça Militar. Boa parte dos acusados é ex-militar do Exército Brasileiro. Para este grande evento, devem estar reunidos nove advogados, um corpo de cinco juízes militares, um promotor e um escrivão. 

O furto de munição do 52º BIS,  aconteceu no final de abril de 2011. Logo após este audacioso furto, dez acusados foram presos, sendo que nove deles devem ajustar as contas com a Justiça Militar.

À época foram presos: José Roosevelt Araújo Carvalho, Weslei Rabelo Castelo Branco 22, Júlio César Silva o Bodão 36, Claudson Pereira de Sousa, 25, Fernando Marinho de Sousa 21 e Rafael Silva Carneiro, além de Khiriney Cabral Alccaihuaman, Francisco da Silva Mendes e Antonio Nascimento Barros, estes últimos eram militares.

Todos foram autuados por furto qualificado, com base no Código Penal Militar. Para o advogado de três acusados, Francisco Mendes, Fernando Marinho e Rafael Carneiro, Odilon Vieira Neto, “independentemente do resultado, todos devem ser libertados, pois a pena máxima é de dez anos, então já cumpriram a pena”, comenta o advogado.

Por outro lado ele lembra que o fato de os acusados estarem presos desde o crime, ocorreu uma ofensa ao princípio da inocência e já cumpriram a pena antecipada. 

“O julgamento vai ser sinônimo de liberdade, pois ficar três anos presos no regime fechado, seria talvez o que se cumpriria num homicídio simples, muito embora o direito penal militar é bem mais severo que o direito penal comum”, salienta.

Lembrou também que os clientes deles, agora são ex-militares e mesmo assim continuam sendo processados com base no Código Penal Militar. “Independentemente de estar, ou não na ativa, caso um civil cometer um crime contra uma autarquia, ou ao patrimônio do EB, ele responde com base no Código Penal Brasileiro, por isso que eles continuam sendo processados”, explica.

Este julgamento deve atrair os holofotes da imprensa, tendo em vista que a invasão ao quartel do Exército Brasileiro em Marabá causou um grande rebuliço a ponto de todos os militares ficarem aquartelados até que todos os acusados fossem presos.

Pra se ter uma idéia, o furto teve o envolvimento de militares e ex-militares, que na madrugada invadiram e furtaram diversas munições de calibre 7.62, e que fatalmente seria usada em rifles de assaltantes de banco.

À época da prisão, a inteligência do Exército Brasileiro (EB) e investigadores da Polícia Civil de Marabá prenderam todos os acusados e que devem acertar as contas com a Justiça. Um grande aparato militar deve ser montado a fim de dar segurança no Fórum de Marabá.

Tanto que o juiz diretor do Fórum de Marabá, Marcelo Andrei Simão Santos já foi comunicado acerca da realização deste julgamento e cedeu as instalações para este evento

O furto – Os ladrões entraram no quartel à noite e contaram com a participação direta dos soldados. Fernando Marinho de Sousa, o Marinho, é ex-militar do EB e seria um dos mentores do furto. 
O soldado Antonio Nascimento Barros estava de guarda numa guarita que fica distante do paiol, cerca de 200 metros e teria feito vista grossa.

Os gatunos cortaram dois cadeados e um lacre. Na saída, colocaram outros dois novos cadeados e puseram o lacre de segurança no lugar para tentar ocultar o furto.
Adotaram como rota de fuga uma mata, nos fundos da área do 52º BIS, que dá acesso ao Bairro Nossa Senhora Aparecida, conhecido por invasão da Coca-Cola. Quando chegaram nesta invasão, os acusados Bodão e Marinho foram resgatados por Weslei Castelo Branco.

Por sua vez o acusado Claudson de Sousa teria ajudado a transportar a munição que foi guardada na casa do Bodão para a casa da namorada do acusado Marinho, à época uma adolescente de 17 anos, que residia na invasão da Coca-cola.
Parte do material bélico foi escondida na casa do acusado José Roosevelt, onde os policiais encontraram um alicate de pressão que teria sido usado por Marinho para quebrar os cadeados.

Objetos apreendidos


1.740 Munições de 7.62
Quatro coldres
Sete cintos
Dois capuzes
Doze calças camufladas
Doze bermudas camufladas
Duas mochilas
Oito camisas
Quatro gandolas
Sete boinas
Dois pares de meias
Quatro pares de coturnos
Um colete à prova de balas
Uma rede camuflada
Um kit de sobrevivência
Uma tesoura de corte (alicate)
Um projétil de calibre 32
Quatro celulares
Um celta, placa gol NSJ-5442
Um gol, placa GML-3749




Golpe na praça 


Nem de longe as autoridades policiais demonstram dar conta de combater a infinidade de hacker que age no Brasil. Todos estamos vulneráveis às ações destes ladrões cibernéticos.

No site do Supremo Tribunal Militar há um comunicado onde a autarquia alerta para o fato de que não liga para eventuais pessoas processadas para oferecer vantagens no tocante a processos que estão tramitando naquele tribunal. Abaixo o conteúdo do comunicado. 

O STM e as Auditorias Militares não fazem contato para oferecer indenizações ou qualquer outro tipo de ganho financeiro relacionado a causas judiciais.
Se o senhor (a) receber alguma ligação telefônica sobre esse assunto, como se fosse do Superior Tribunal Militar, desconsidere o telefonema e denuncie à autoridade policial.

Telefones do Disque Denúncia: 181 ou (61) 3323-8855.

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