sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Irmãos homicidas querem se livrar do cárcere



Repousa na mesa do juiz titular da 7ª Vara Penal e atualmente respondendo interinamente pela 9ª Vara e de Violência Doméstica, Geraldo Neves Leite um pedido de revogação da prisão preventiva dos irmãos: Silvio e Devânio Rodrigues da Silva.

Eles foram presos no último dia 12 de novembro em Marabá, ocasião em que deveriam ser submetidos a julgamento por conta da morte do empresário Célio Silvânio de Magalhães, assassinado a tiros no dia 20 de janeiro de 1995 em plena praça Nossa Senhora Conceição, Novo Horizonte.

Os irmãos alegaram que não tinham constituído advogados, no que foi interpretado pelo juiz Murilo Lemos Simão como uma tentativa de manobrar, ou manipular a Justiça e no futuro tentarem uma eventual prescrição do crime, e desta feita ficarem totalmente impunes.

O magistrado entendeu exatamente o contrário e após um arrazoado de motivos, rechaçou a tentativa de ambos e automaticamente decretou a prisão preventiva deles, que foram orientados acerca desta provável resultado, mas desconsideraram tal orientação.

Agora, tentam, por meio dos advogados Gilberto Alves e Américo Leal, convencer o magistrado Geraldo Leite que têm condições de responder ao crime em liberdade.

Nunca é demais lembrar que os dois irmãos, logo após cometerem o crime, em 1995, fugiram de Marabá, sendo que um foi capturado em Roraima e ou outro em Brasília. O temor de parentes da vítima é que caso seja revogada a prisão preventiva de ambos, podem fugir novamente. 




Caso “Barbudo”: crime praticamente esclarecido



A Polícia já conseguiu prender quatro acusados de ter matado o vanzeiro e autônomo, José Candido de Oliveira, o “Barbudo”, cujo corpo ainda não foi localizado. Os acusados estão presos em Confresa e Peixoto de Azevedo no Mato Grosso, muito embora tenham sido acusados de ter matado a vítima em Marabá, no dia 13 de setembro deste ano, na fazenda Alto Bonito em Murumuru.

Os quatro acusados presos são: Diego Richard Almeida dos Santos, Francisco Wesley das Mercês e Wanderson Silva Guimarães. O quarteto foi preso em duas situações distintas e em dias diferentes, contudo, a Polícia paraense acredita que eles podem ter matado a vítima, o “Barbudo”.

Pra se ter uma idéia, eles trafegavam num carro Sandeiro prata, o mesmo veículo visto por vizinhos da vítima no dia em que foi morto. O quarteto foi interceptado no dia 15 de setembro, na cidade de Confresa, no Mato Grosso, mas tinha como destino a cidade de Peixoto de Azevedo naquele estado.

Dentro do carro, os policiais do Mato Grosso localizaram diversos objetos suspeitos, além de um revólver calibre 38 e uma arma branca com vestígios de sangue. O revólver, em questão seria da vítima, segundo informou fontes seguras, inclusive a viúva do Barbudo teria reconhecido a arma, bem como um telefone celular, além de outros objetos que foram furtados do marido.

Os acusados foram presos quando pararam numa barreira policial montada em Confresa, sendo que os policiais acabaram se deparando com a arma. Naquela ocasião apenas o Diego foi autuado por porte ilegal de armas já que confessou ser deles as armas.

Alguns dias após a primeira prisão, a Polícia do Mato Grosso prendeu outros dois acusados, Francisco Wesley das Mercês e Ivanildo da Silva Feitosa, que à época se identificou como Wanderson Feitosa da Silva, estes foram indiciados e presos por tráfico de drogas.

Após estas duas prisões e como há uma espécie de intercâmbio entre as Polícias, além do fato de ter sido localizado um revólver uma faca com vestígios de sangue, a Polícia paraense manteve contato com a Polícia do Mato Grosso, até que se montou um intrincado labirinto onde todos os caminhos levam ao provável envolvimento deles na morte do “Barbudo”.

E, segundo as fontes, o último acusado preso, o Wanderson Silva Guimarães é filho de um dono de van que foi assassinado em Morada Nova, juntamente com o tio dele, no início deste ano.

Parentes das vítimas atribuíram o crime ao Barbudo, e tudo por conta de uma disputa de linhas e transportes de passageiros entre Marabá e Jacundá. Tão logo as vítimas foram assassinadas, praticamente todos os parentes deles foram embora para o Mato Grosso e podem ter se vingado do Barbudo.

Contudo, para ligar em definitivo o quarteto e saber, se de fato, o Wanderson Guimarães seria o mentor do crime, um exame de DNA na faca localizada dentro do carro Sandeiro deve comprovar, ou descartar, se os vestígios de sangue pertencem à vítima, o Barbudo.

Outras provas e indícios apontam para os acusados, já que vizinhos da vítima relataram à Polícia, que um carro Sandeiro prata circulou na estrada de acesso à fazenda Alto Bonito, onde o Barbudo foi assassinado, bem como o revólver dele que foi localizado com os acusados.

O caso tramita em segredo de Justiça, mas com absoluta exclusividade a reportagem conseguiu apurar que o crime está praticamente esclarecido pela Polícia e é questão de tempo para que todos os acusados sejam indiciados, ou por homicídio, ou por latrocínio, já que alguns objetos foram furtados da vítima.

Tanto que o acusado Wanderson Guimaraes foi preso por ordem do juiz titular da 5ª Vara Penal de Marabá, Marcelo Andrei Simão Santos. Caso seja comprovada, ou os indícios apontarem para os acusados, todos devem ser transferidos para Marabá, onde devem responder ao processo. 



Soldado pode ser expulso da PM



Continua o ‘cabo de guerra’ entre o comando da Polícia Militar do 4º Batalhão de Polícia Militar e os praças da corporação e no início desta semana aconteceu mais um capítulo deste tensionamento desta contenda que se acirrou desde a greve dos policiais em abril do ano passado.

Desta vez o alvo dos oficiais foi o soldado Claudivan Costa Martins. O comandante da Polícia Militar no Pará Daniel Borges Mendes publicou decisão Boletim Geral da PM no dia 20 de novembro deste ano, onde praticamente expulsa o militar.

Tudo por conta de um eventual envolvimento do militar na incitação, ou convocação de 17 colegas de farda para uma suposta greve da Polícia Militar, cuja articulação teria ocorrido em fevereiro e março de 2013, contudo o soldado Martins, como é conhecido, é categórico que em momento algum participou de tal articulação, tampouco comentou nada a respeito do assunto em nenhuma rede social.


Contra ele, foi aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), onde ele teria publicado um comentário na rede social Facebook fazendo a tal incitação e convocação. 

“Não publiquei nada”, garante o militar que já recorreu da decisão e continua na ativa até que haja uma sentença transitada e julgada. Martins se julga injustiçado e perseguido e pretende buscar reparação na Justiça.

Acredita que o coronel Daniel Mendes pode ter sido induzido a erro quando o exonerou a bem da disciplina, tendo em vista que no PAD aberto no 4º Batalhão de Polícia Militar de Marabá e conduzido pelo major Marcio Raiol da Silva este o inocentou.

O oficial, após analisar as poucas provas que lhe foi apresentada descartou que o soldado Martins teria postado o tal comentário. 

“As redes sociais não são seguras e é muito comum a criação de “Fakes” (perfil falso na Internet) para as pessoas se manterem no anonimato”, relata o oficial informando também que a suposta participação do soldado na articulação da greve só seria provada se houvesse uma análise, tanto em computadores do militar, quanto no celular, o que não ocorreu.

Outro fato não menos relevante que o coronel Daniel Mendes deixou de observar na decisão foi o completo atropelo à Lei da Anistia, promulgada no dia 21 de maio deste ano pela Assembleia Legislativa do Pará.

Esta lei, em seu parágrafo único é clara: “Os efeitos da anistia alcançam àqueles que, em data anterior ao período mencionado no caput, tenham praticado alguma iniciativa dentre aquelas consideradas embrionárias ao movimento sobre a política de remuneração, ocorrido no período de 1º a 8 de abril de 2014”.

Mesmo com falhas gritantes o policial foi exonerado administrativamente. O primeiro passo do militar deve ser enviar um pedido de reconsideração de ato ao comandante geral da Polícia Militar Daniel Mendes.

Caso não consiga obter êxito, o caminho a seguir deve entrar com uma ação na Justiça a fim de garantir que continue nas fileiras da PM e que o processo seja arquivo.

A reportagem levantou que o militar disponibiliza tanto o sigilo telefônico quanto eletrônico para que as devidas perícias sejam realizadas e de um vez por todas provar que ele não teve nada a ver com a dita arregimentação dos militares e que a malfadada publicação trata-se de um ‘fake’, portanto não deveria ser punido.

Greve - Nunca é demais lembrar que os ‘praças’ paraenses fizeram greve, este ano em protesto ao aumento de 100% somente aos oficiais, no inicio do ano em detrimento de zero por cento à categoria ao norte.
Somente depois de muita pressão é que estes militares conseguiram um reajuste de 20% e nem assim os ânimos se contiveram e desde o encerramento da greve há uma espécie de ‘operação tartaruga’ nos quarteis paraenses, onde somente o básico é desenvolvido. 

Oficiais – Enquanto o soldado foi punido administrativamente, não se tem informação a respeito da denúncia feita pelo Ministério Publico Militar que recentemente denunciou os coronéis João Paulo Vieira, Luis Cláudio Ruffeil e Augusto Cardoso Leitão - todos ex-comandantes-gerais da Polícia Militar paraense que teriam se envolvido num esquema fraudulento de desvio de viaturas para uma quadrilha interestadual que vendia tais veículos.

O esquema, segundo a denúncia é antigo tendo em vista que em 2012 a Polícia Civil deflagrou a operação “Rosa vermelha” e prendeu várias pessoas inclusive a coronel Ruth Léa Costa Guimarães além de um civil  Nicanor Joaquim da Silva, assassinado a tiros no dia 1º de outubro do ano passado durante um assalto suspeito na Alça Viária. Ele seria o responsável em vender as viaturas para terceiros.

Fontes garantem que tal crime tem ligação com o esquema e Nicanor da Silva pode ter sido morto em queima de arquivo, muito embora não tenha dado maiores detalhes acerca do esquema a quando da prisão dele.

Diante de tais fatos, muitos praças interpelados pela reportagem e que de algum modo participou da greve se dizem perseguidos e injustiçados. 

Assim como aconteceu com o soldado Martins, eles também podem ser expulsos, destacados, ou transferidos, numa clara demonstração de que não devem protestar, ou entrar em greve por melhorias salariais e até mesmo de melhores condições de trabalho. 




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