terça-feira, 10 de março de 2015

O avesso do avesso: Fazendeiros ocupam rodovia no sudeste do Pará


Protesto interdita rodovia desde a madrugada desta terça-feira
Polícia Militar intervém e negocia pacientemente com pecuaristas 

Fila enorme se formou nos dois sentidos

Cidadão teve de seguir à pé por conta do protesto dos fazendeiros





Comumente são os trabalhadores rurais sem terra que ocupam rodovias Brasil a afora em protesto contra eventuais injustiças que lhes são cometidas, mas na madrugada desta terça-feira, pecuaristas assumiram este papel e ocuparam a PA-275, entre os municípios de Curionópolis e Parauapebas.

O protesto, segundo fontes se dá por conta de possíveis roubos de gados e destruição de cercas da fazenda A Fazendinha em Curionópolis, propriedade que está ocupada há mais de cinco anos por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Os fazendeiros de vários municípios se uniram neste protesto é liderado pelo pecuarista Darlan Lopes Gonçalves Ferreira, que se intitula dono da fazenda, cuja família reside na propriedade há pelo menos vinte anos.

Ocorre que esta propriedade seria terra da União, motivo pelo qual o MST ocupou a área e alegou na Justiça Federal tal possibilidade.

Por sua vez o juiz Ricardo Beckerat da Silva Leitão, numa decisão histórica e corajosa, determinou que em três decisões seguidas, dias 24 de julho, 18 de agosto e 10 de outubro de 2014 ele determinou que o Incra fosse imitido na posse da fazenda, em outras palavras, mandou que o Incra iniciasse a criação do Projeto de Assentamento.

Evidentemente, que tal decisão contrariou interesses dos pecuaristas que se dizem dono da fazenda Darlan Lopes Gonçalves Ferreira e Kênia de Freitas Ferreira Barreto, que por sua vez recorreram ao Supremo Tribunal Federal da decisão.

Enquanto a Justiça ainda não se pronuncio a respeito do assunto, o clima é de tensão na região, de um lado, fazendeiros supostamente armados e do outros camponeses maltrapilhos e famintos que lutam pela posse da terra e pelo direito de um dia, quem sabe ter o direito de viver decentemente e se alimentar. 



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