quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Crama: paraíso para os assaltantes




Por anos a fio a imprensa marabaense denuncia o entra e sai de presos do regime semiaberto que cumprem pena no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama). Saem quando bem entendem daquele presídio, comentem crimes diversos em Marabá e depois retornam para se esconder no presídio.


Uma destas fugas aconteceu no final da semana passada, ocasião em que o detento Rafael Moraes Portácio foi preso por uma guarnição da Polícia Militar comandada pelo sargento Nailson.

Rafael Portácio estava pilotando uma moto Biz, placa NSX-7854 juntamente com um comparsa, um adolescente que conseguiu fugir. Ambos foram vistos circulando nesta moto no bairro Nossa Senhora Aparecida e foram perseguidos até a Folha 29, Nova Marabá.

A dupla de assaltantes ainda chegou a trocar tiros com os policiais. Na refrega uma adolescente de 17 anos foi baleada à altura do pescoço. Aparentemente a jovem não corre risco de morte.

Assim que o preso foi apresentado ao delegado plantonista Luiz Otávio Ernesto de Barros foi detectado que se tratava de um foragido já que o agente prisional do Crama, Hercules Cardoso Mont Mor registrou ocorrência no dia 23 onde relatou a fuga do assaltante.

Esta fuga, provavelmente aconteceu no dia 21 deste mês. Rafael Portácio, segundo uma fonte segura fugiu logo após ter sido realizada a conferência dos presos, que geralmente este procedimento é feito por volta das 18 horas.

Outras – A rigor, as fugas daquela casa pena, geralmente acontecem por meio do regime semiaberto e exatamente quando ocorre a troca da guarda de uma guarita que dá acesso a este pavilhão. 

No dia 23 de agosto o detento Francisco Célio Pereira da Silva fugiu da área de solário do regime semiaberto. Ele aproveitou o momento em que havia muita movimentação naquela casa penal, pois era dia de visita e saltou o muro rumo à liberdade.


Esta fuga, segundo uma fonte segura, os detentos ajudaram ao foragido a saltar o muro. É durante as visitas aos detentos que surge o momento ideal, pois há muita movimentação e todos os agentes se envolvem nas revistas a objetos que os parentes dos detentos levam até aquela casa penal e termina afrouxando um pouco a vigilância por absoluta falta de agentes prisionais. 

Ousado – Outro caso registrado oficialmente pela Polícia consta a apresentação de um detento que ostentava dinheiro e arma em um telefone celular.

Ele seria detento do regime semiaberto, saia do Crama quando bem entendia, cometia roubos em Marabá e retornava para aquela casa penal como se nada tivesse cometido de mal, entretanto ele tirou fotos do dinheiro e da arama usada nos assaltos e publicou em redes sociais.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e o detento, que está foragido, pode ser preso a qualquer momento.

As confusões e atritos dentro do Crama não param. O que dizer de uma grande briga, envolvendo várias detentas que estavam embriagadas e por muito pouco não termina em morte.

E foi exatamente isto o que aconteceu no dia 22 de agosto, ocasião em que a detenta Simone Pereira do Vale teria protagonizado a briga com outras quatro internas.

Segundo o relato de um agente prisional do Crama, todas as detentas estavam com visíveis sintomas de embriaguez, sendo que Simone do Vale ameaçava de morte as demais detentas com um estoque.

A confusão começou por volta das 16 horas e só cessou por volta das 19 horas. Neste intervalo teve de tudo pouco, de agentes prisionais femininas feitas reféns até mesmo socos e pontapés.

A detenta Simone do Vale apresentava muita alteração e foram necessários pelo menos quatro agentes prisionais para detê-la. Naquele dia, a direção do Crama pediu apoio do Grupo Tático Operacional (GTO), entretanto, naquele dia não houve o envio das tropas por falta de contingentes.

Contudo, somente após a intervenção dos agentes prisionais é que a detenta Simone do Vale foi dominada e teve se transferida até uma cela do Centro de Recuperação Feminino (CRF) já que ela corria risco de morte caso retornasse ao Crama.

É neste caldeirão de problemas que pelo menos 400 detentos cumprem penas por crimes diversos e vira e mexe o Crama reflete uma dura realidade de presídios no Pará, superlotação carcerária, falta de infraestrutura e tudo bem longe da ordem de prioridades do sistema prisional paraense. 

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