Caso Ana Karina
Família não desiste das buscas
Edinaldo Sousa - “Deus não deixa obra inacabada”, dessa forma se pronunciou a dona de casa, Maria Íris Matos Guimarães, mãe da comerciária Ana Karina Matos Guimarães, morta no dia 10 de maio deste ano em Parauapebas.
O corpo de Ana Karina pode ter sido colocado dentro de um tambor com pedras e arremessado de cima de uma ponte do rio Itacaiúnas, divisa de Marabá com Parauapebas no mesmo dia em que saiu da casa.
O principal acusado de ter matado a jovem é o pecuarista Alessandro Camilo de Lima, o “Macarrão”, que segundo informações da Polícia de Parauapebas mantinha um relacionamento extraconjugal com a jovem, que por sua vez estaria grávida no nono mês.
Para esconder tal relacionamento e para não assumir a paternidade, Macarrão teria cometido o crime. Para tanto ele contou com a ajuda do ex-funcionário dele, Francisco de Assis Dias, o “Magrão” e de um amigo, Florentino de Sousa Rodrigues o “Minego”.
Desde o desaparecimento da jovem que os familiares dela tentam localizar o corpo. Militares do Corpo de Bombeiros de Parauapebas, Marabá e Belém, permaneceram no rio Itacaiúnas durante 16 dias no mês de maio e não conseguiram localizar o corpo.
Nas últimas três semanas a família de Ana Karina mantém quatro mergulhadores, um pescador, um motorista que literalmente estão acampados na beira do rio Itacaiúnas e vasculham um raio de pelo menos 20 quilômetros partindo da ponte, rio abaixo e até ontem ainda não tinham localizado o tambor com o corpo da comerciária.
Essas novas buscas estão sendo feitas por mergulhadores que participaram das buscas aos corpos dos irmãos Ubiraci e Uiraquitan Novelino, assassinados em abril de 2007. Estes mergulhadores localizaram os corpos em maio daquele mesmo ano, na baía do Guajará.
Apesar da frustração a mãe da comerciária se mantém firme e disse que não desistirá de tentar localizar os restos mortais da filha. “O mal nunca vence o bem e tenho esperanças que o corpo da minha filha será localizado”, comenta.
Neste inquérito policial estão indiciados: Alessandro Camilo de Lima, o “Macarrão”, Francisco de Assis Dias, o “Magrão” e de um amigo, Florentino de Sousa Rodrigues o “Minego”, Grasiela Barros Almeida, noiva do Macarrão e Pedro Ribeiro Lordeiro, amigo do casal, que teria guardado uma pistola calibre 380 usada para matar a comerciária.
A Polícia apontou a Grasy como sendo a mentora intelectual do crime, enquanto Pedro Lordeiro teria guardado a arma, uma pistola calibre 380, usada para matar Ana Karina.
Ambos estão com prisões preventivas decretadas, sendo que a Grasy está foragida, porém pode ser presa a qualquer momento.
O crime – Ana Karina Matos Guimarães foi morto por volta das 21 horas do dia 10 de maio deste ano. Alessandro Camilo, segundo os autos, teria disparado cinco tiros de pistola nela, fato ocorrido no loteamento “Martini” em Parauapebas.
Após matar a jovem, ele teria ido até a casa do “Magrão”, situada na avenida Liberdade, 12, bairro Rio Verde e pedido a ajuda para esconder o corpo, sendo que ambos colocaram o corpo dentro de um tambor e com ajuda do Florentino, o Minego, jogado dentro do rio.
Advogado pediu a prisão de delegado
O inquérito policial está sendo presidido pelo delegado André Luis Nunes Albuquerque, que entre outras coisas levantou que o pecuarista Macarrão andava há alguns dias com um tambor de metal em cima de uma camionete dele, provavelmente para ocultar o corpo de Ana Karina.
A respeito desse caso o advogado Dácio Antonio Gonçalves Cunha, que defende o pecuarista e a Grasy, pediu a prisão preventiva do delegado André Luiz e da advogada de acusação, Amanda marra Saldanha.
Ele também requereu busca e apreensão em todos os veículos de comunicação da região a fim de que fossem recolhidas as matérias referentes ao caso.
O entendimento do advogado seria que o delegado teria conduzido o inquérito de forma parcial e que os veículos de comunicação estariam tratando o caso como se os acusados já fossem culpados. Ambos os pedidos foram negados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE).
Não satisfeito com a atuação do delegado, o advogado requereu ao juiz da Comarca de Paraupebas, Líbio Araújo Moura que determinasse a retirada do blog do Zé Dudu, que estaria veiculando informações do processo que segue em segredo de justiça.
Não precisa nem dizer que o juiz indeferiu tais pedidos absurdos e determinou a abertura completa do inquérito que é de conhecimento público.
No caso das matérias que estão sendo veiculados na imprensa regional, um atento observador faz a seguinte colocação: “Bastava o escritório requerer via ofício as matérias que seria atendido, ou senão faria assinaturas dos jornais e revistas da região, que ficaria bem informado”.
Independentemente dos apelos do advogado, os acusados, caso haja celeridade da Justiça de Parauapebas, podem ser julgados até o final deste ano.
“Não temos pressa que o julgamento aconteça, deixem eles lá para pagarem pelo crime que cometerem, o mais importante nesse momento é localizar o corpo da minha filha”, comentou Maria Íris se dizendo incansável nas buscas. (E.S.)
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
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