Rilmar Firmino: "Ainda não pedi prisão de nenhum suspeito" |
O delegado geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza negou, ontem, que a Polícia do Pará pediu a prisão preventiva do pecuarista José Rodrigues, que teria mandado matar o casal de ambientalistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.
“Fiquei o dia inteiro ontem só explicando isso: a Polícia Civil do Pará não pediu a prisão preventiva de nenhum suspeito de ter mandado matar o casal José Claudio e Maria do Espírito Santo”.
A matéria dando conta do pedido de prisão foi publicada nesta quarta-feira no Estado de São Paulo e é assinada pelo jornalista Carlos Mendes.
Entre outras coisas, o jornalista afirma que o fazendeiro mandou matar o casal e pagou R$ 5 mil e os crimes foram motivados por disputa de lotes no Projeto de Assentamento Praialta Piranheira em Nova Ipixuna, o (PAEX).
Para Rilmar Firmino, a divulgação de tal notícia é fantasiosa e não seria muito inteligente divulgar o pedido de prisão preventiva de um suspeito de determinado caso.
“Como poderíamos divulgar o nome de um suspeito de crime, se assim o fizéssemos não seria nada inteligente, afinal o suspeito poderia desaparecer”, comenta.
Pistoleiros fugiram em direção a Itupiranga
Os dois pistoleiros acusados de matar os ambientalistas José Claudio Ribeiro da Silva, e Maria do Espírito Santo da Silva, fugiram pelo rio Tocantins e atravessaram em direção ao município de Itupiranga.
O casal foi executado a tiros no dia 24 de maio no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira (PAEX), em crime que teve repercussão internacional.
Os dois suspeitos foram vistos nos horários de 5h30, seguindo para o PAEX, e às 8h30 fazendo o caminho inverso em direção ao rio. A informação foi repassada pelo delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza, na tarde de terça-feira (7) em Marabá. Foi durante entrevista coletiva de apresentação dos retratos falados dos dois pistoleiros. Um dos elementos tem pele e olhos claros, altura aproximada entre 1,60m e 1,65m, rosto arredondado e cabelos lisos castanhos. Já o segundo homem seria negro, com olhos médios, nariz chato e cabelos curtos escuros, compleição forte e altura aproximada de 1,70m.
O laudo da Perícia de Montagem e Individualização Iconográfica dos Retratos Falados da Polícia Civil, concluiu que o grau de semelhança ou comparação aos assassinos é de 90% para o homem de pele clara, e de 70% para o suspeito de pele escura.
Com a divulgação dos retratos falados, a polícia espera receber um volume considerável de denúncias a respeito do paradeiro deles. Quem tiver alguma informação que possa contribuir com o trabalho policial pode ligar para o 181. A identidade do denunciante será mantida em total sigilo.
Quatro pessoas conversaram com os pistoleiros. Uma das conversas aconteceu no domingo à tarde, dois dias antes do crime. Os acusados estavam numa moto Bros vermelha e indagavam como eles faziam para chegar até o Porto do Barroso.
Segundo o delegado Rilmar Firmino, os dois colonos que conversaram com os pistoleiros e cujas identidades estão sendo mantidas em absoluto sigilo, tiveram tempo de observar alguns detalhes, como os olhos esverdeados do homem branco, e o de pele morena que usava cabelo baixo e estava de boné. Outros dois colonos também conversaram com os desconhecidos e informaram, já na terça-feira pela manhã, o caminho que deviam seguir para chegar ao Porto do Barroso. Os depoimentos dessas duas testemunhas coincidiram com as dos dois primeiros que mantiveram contato com os matadores, incluindo os detalhes das fisionomias e a cor da moto Bros, vermelha.
Silêncio - Apesar de já ter ouvido 32 pessoas no inquérito que apura as mortes do casal de ambientalistas, a Polícia Civil (PC) está tendo dificuldades na apuração dos crimes. A informação é do delegado titular da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá, José Humberto de Melo Júnior. Para ele, existe um silêncio total na cidade e na zona rural de Nova Ipixuna. "Com a divulgação dos retratos falados, esperamos quebrar o silêncio e conseguir a colaboração das pessoas, seja de forma direta, indo à delegacia, ou através do telefone 181. A ligação é sigilosa", garante.
Mas, independentemente da colaboração ou não das pessoas, o trabalho policial continua no sentido de tentar localizar os dois suspeitos.
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