terça-feira, 16 de agosto de 2011


Curtume fechado gera prejuízo diário de cerca de R$ 200 mil/dia

Carlos Obregon diz que ações devem minimizar impactos


Curtume da JBS volta a funcionar em setembro



Em parecer emitido no último final de semana a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) liberou o embargo ao Curtume da JBS Couros que já durava uma semana de interdição.

As medidas apresentadas pela empresa, um dia anterior à liberação convenceram ao corpo técnico da Semma que são suficientes para mitigar os efeitos dos odores do mau cheiro exalado pelo curtume.

O embargo causou um grande rebuliço na empresa a ponto de um dos diretores da JBS, Carlos Obregon ter se deslocado de São Paulo à Marabá.

Na manhã de quinta-feira, Obregon falou à imprensa marabaense e, entre outras coisas pontuou que a empresa deve adotar 15 ações que visam minimizar o problema dos odores.

Prejuízo – Por conta da interdição do Curtume a empresa JBS amarga prejuízo uma vez que por dia são deixados de faturar pelo menos R$ 200 mil, considerando que o faturamento mensal fica na casa dos R$ 5 milhões.

Mas independentemente do prejuízo, desde 2009, quando o Curtume entrou em operação em Marabá, praticamente toda a comunidade à jusante da planta industrial reclamava dos fortes odores dessa atividade.

Ontem mesmo uma moradora da folha 35, vizinha ao Curtume e que preferiu o anonimato, contou que desde o fechamento do Curtume há uma tranqüilidade e as pessoas dormem sem o incômodo do mau cheiro.

Por conta do fechamento do Curtume, os funcionários desta unidade, cerca de 150, estão em férias coletivas, porém a unidade deve operar no início do mês de setembro deste ano.

A empresa vai começar a colocar em prática o plano que apresentou antes de voltar efetivamente às atividades.

Grandeza – Este episódio envolvendo o fechamento do Curtume da JBS revela várias nuanças em torno do assunto. Uma delas diz respeito ao fato de a empresa, presente em mais de cem países, é líder mundial de mercado em alimentos e operava com um sistema que exalava mau cheiro na atmosfera.

Outro ponto pode ser percebido quanto à licença de operação expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, uma vez que todos os requisitos envolvendo o controle de odores, aparentemente não tinham sido cumpridos.

Exportação – Durante a coletiva concedida por Carlos Obregon, outro detalhe não menos importante veio à tona, que diz respeito à manufatura do couro.

Em Marabá, a JBS Couros beneficia cerca de dois mil couros por dia, sendo boa oriunda da matança de bois no frigorífico da empresa e o excedente de outros frigoríficos.

Toda essa produção é exportada para países da Ásia, sobretudo a China, Europa e EUA. De toda a produção brasileira, entre 10 a 15% é manufaturada no Brasil.

Diante de tais números, uma pergunta recorrente entre alguns profissionais de imprensa de Marabá diz respeito à verticalização do couro no município.

Obregon, entre outras explicações, informou que para se alcançar tal nível de produção é preciso reunir uma seqüência de eventos a fim de viabilizar o negócio. “Não é tão simples assim é preciso reunir todos os atores juntos a fim de que no final o negócio seja implementado”, explica.


Nenhum comentário: