sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Detalhes de um crime sórdido



Um crime com todos os engredientes de um filme policial e que pode perfeitamente servir de documentário no futuro. É desta forma que policiais tocantinenses estão tratando o latrocínio que aconteceu na madrugada da última segunda-feira (12) em Marabá e teve como vítima o odontólogo Gilson José Rosa 38 anos, morto com pelos menos quarenta facadas.
A vítima foi morta na noite do último domingo (13) na casa dela, um sobrado situado na rua Sérvulo Brito, 450-B, Cidade Nova.
Os acusados foram presos em Araguaína, ainda na manhã de segunda-feira quando estavam em trânsito ara tentar fugir para Goiânia, trata-se de João Batista Oliveira Júnior, o Caleb, 20, e um adolescente de 17 anos. Eles podem ser transferidos para Marabá na próxima semana.

Segundo a delegada titular da delegacia de Araguaína, Dinesitânia Cunha, os dois acusados planejaram o crime nos mínimos detalhes.
Com absoluta primazia a reportagem obteve alguns detalhes dos depoimentos dos dois acusados. O crime foi planejado pelo adolescente, que é estudante de técnica de enfermagem em Marabá.
Ele manteve contato com Gilson Rosa, via página do Facebook e marcou um encontro a três, na noite de domingo (11), ocasião em que prometeu levar um presente, que na verdade seria uma faca com a qual matou a vítima.
Este e outros diálogos foram anexados aos autos do processo, segundo informou a delegada, sendo que Gilson Rosa perguntou se o tal presente seria um artefato para sexo, uma vez que a vítima era homossexual assumido, mas na verdade a delegada acredita que seria a faca usada no crime.
O crime – De acordo com a delegada os dois acusados tiveram uma noite e prazer com a vítima, já que os três se conheciam e teve a casa aberta pela própria vítima.

Na madrugada, ainda e acordo com a delegada, o adolescente fez massagens em Gilson Rosa, pegou a faca e começou a esfaqueá-lo.
Como tinha conhecimento dos pontos vulneráveis e fatais, os primeiros golpes na vítima foram dados no pescoço, quando Gilson Rosa estava deitado.
Por ter uma compleição bastante franzina, ao contrário da vítima, que tinha um porte bastante avantajado, este tentou se defender, contudo os dois acusados iniciaram uma luta e o adolescente efetuou os golpes de arma branca na vítima até que esta morresse.

Adolescente auscultou coração da vítima

O crime foi tão bem premeditado que o adolescente de 17 anos se cercou de todos os cuidados para evitar que o odontólogo Gilson José Rosa sobrevivesse.
Um destes cuidados foi o fato dele ter levado consigo um aparelho de estetoscópio que usou para auscultar o coração da vítima e checar se de fato estava morta.
Esse detalhe sórdido foi contato para a delegada Tânia Cunha, que relatou para a imprensa tocantinense.
Entre outras informações da delegada, que classificou o adolescente da mais alta periculosidade, tanto que se manteve frio até ser desmascarado pelos policiais tocantinenses.
O adolescente lhe informou que teve o cuidado de procurar um computador que armazenava as imagens do circuito interno, como não encontrou, levou consigo um aparelho de televisão, que disse ter jogado dentro do rio Itacaíunas.
A faca usada no crime, os acusados disseram à delegada que jogaram em um córrego às proximidades de São Domingos do Araguaia e que não souberam informar precisamente, pois estava à noite quando arremessaram o artefato na água.

Tentativa de vender carro novo despertou Polícia

Os dois acusados planejaram o crime é fato, contudo ao tentarem vender o carro do odontólogo acabaram levantando suspeitas e foram presos em Araguaína.
A prisão aconteceu por volta das 9 da manhã da última segunda-feira. Eles tentaram vender o carro, um Ford Fiesta, prata, placa NST-2768, Marabá-PA, ano 2010, em dois ferros velhos, um em Xambioá e outro em Araguaína, o que despertou a curiosidade de um empresário, que por sua vez denunciou os dois à Polícia tocantinense.
A petulância do adolescente foi tamanha, que segundo a delegada, ele conduzia o carro e quando foi abordado por um policial civil ostentava no pescoço o estetoscópio e tentou se passar por estudante de medicina.
Ainda de acordo com a delegada, o adolescente demonstrou estar sendo constrangido pelo policial e inicialmente relutou em sair do carro.
Quando conduzidos para a delegacia de Araguaína, o adolescente insistia em dizer que cursava medicina em Goiânia onde iria morar com o amigo.
Porém a máscara dos dois acusados caiu quando os policiais abriram o porta malas do carro e perceberam que havia roupas manchadas de sangue e uma agenda dentro de uma mochila.
O cerco se fechou de vez contra os acusados quando os policiais checaram a placa do carro e o endereço e comunicaram à Polícia paraense.
Nesta parte do caso entrou em cena a equipe de investigadores do delegado paraense José Humberto de Melo Júnior que identificou se tratar de um provável latrocínio, sendo que a vítima foi localizada dentro do quarto dela.
O adolescente confirmou ainda que tinha conhecimento de como deveria matar uma pessoa com uma arma branca e que auscultou o coração da vítima para confirmar que estava morta.
Com essa constatação, a dupla foi embora no carro da vítima e levou alguns objetos, entre televisão com as imagens do circuito interno e joias.
Inclusive, algumas destas joias estavam sendo usado pelo adolescente, um relógio, uma pulseira e até mesmo o anel de formatura do odontólogo.
Todos os objetos, bem como o carro e as roupas devem ser recambiadas para Marabá. Os dois acusados, segundo a delegada, foram autuados por latrocínio em Araguaína.

Os autos deste caso foram enviados via e-mail para o delegado José Humberto de Melo Júnior. No Pará os acusados devem ser ouvidos e novamente autuados. As perícias técnicas devem ser pedidas por este delegado quando as peças de roupas e o carro chegarem a solo paraense.

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