quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cabos da Polícia Militar condenados







Após 16 horas de julgamento, os cabos da Polícia Militar, Josivaldo Andrade da Silva e Jonas Cardoso Farias foram condenados a 23 anos e seis meses de prisão.

O julgamento aconteceu nesta terça-feira, na Comarca de Marabá em júri que foi presidido pelo juiz Murilo Lemos Simão Santos, titular da Vara de Violência Doméstica. A sentença foi promulgada nesta quarta-feira (19).

Os condenados, contudo, podem recorrer da decisão e enquanto aguardam o julgamento deste recurso no Tribunal de Justiça do Estado, aguardam em liberdade e só podem trabalhar em serviços internos nos quartéis militares não portar armas de fogo.

Tais recomendações foram determinadas pelo juiz Murilo Santos, que inclusive deixou claro que os dois acusados não devem ter contato com a população.

Eles foram acusados de matar os irmãos Elailson e Eleilton Evangelista, em crime que aconteceu no dia 28 de maio de 2004, em um bar da Folha 7, Nova Marabá.

Contradições – Quando depuseram em juízo os dois acusados se complicaram e caíram em várias contradições a respeitos das circunstâncias do crime.

Uma delas diz respeito como os dois acusados estavam no bar o que cada um fez quando ouviram os estampidos.

Josivaldo da Silva disse que ouviu dois tiros, se abaixou e sacou uma pistola e que olhou para trás e viu o colega Jonas em pé do lado de fora do bar.

Em seguida foi embora e levou o colega daquele lugar que não sabia quem tinha atirado nas vítimas.

Porém, quando o Jonas depôs, disse que saiu do bar montado em um mototáxi, ou seja, negou que o colega dele, Josivaldo o tivesse levado na moto dele.

Outra contradição que ficou no ar e que foi indagado várias vezes pelo juiz Murilo Santos foi o fato de o cabo Josivaldo ter ouvido os tiros, visto uma das vítimas ensanguentada e mesmo com todo o preparo militar não socorreu a vítima, pelo contrário, foi embora do bar.

Contradições e omissões, à parte e apesar dos esforços dos advogados de defesa, Odilon Viera Neto, Ricardo Moura e Marilda Cantal, prevaleceram os argumentos da promotoria.

Atuaram na acusação a promotora Bruna Rebeca de Paiva Moraes que recebeu o apoio dos advogados humanistas Marco Apolo Santana Leão e Claudia Lins, que representaram os Direitos Humanos.

Tão logo foi prolatada a sentença, os dois acusados foram encaminhados para o quartel do 4ª Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), sendo que o cabo Josivaldo da Silva entregou uma pistola da Polícia Militar.

Caso seja mantida a sentença os dois acusados podem ser expulsos da corporação militar. A imprensa não pode colher imagens do julgamento.



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