quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Criança morreu de tiro acidental



Um mês após a morte do adolescente João Victor Costa 13 anos, morto com um tiro de espingarda cartucheira, a Divisão de Homicídios de Marabá (DHM) desvendou o crime e informou que o jovem foi morto em tiro acidental.

A afirmação partiu da delegada Raissa Beleboni, titular dessa especializada. Ela contou que um laudo provisório assinado pelo perito Rafael Moraes Rosa auxiliou nessa investigação, uma vez que este crime suscitou diversas dúvidas, sobretudo com relação a um depoimento de um amigo da vítima, um adolescente de 14 anos.

Para quem não se lembra, João Victor morreu no dia 13 de dezembro do ano passado depois de caçar passarinho numa chácara na região da Praia do Meio, zona rural de Marabá.

Naquela ocasião, o adolescente de 14 anos, amigo da vítima, contou à Polícia que um idoso de barba branca apareceu numa praia, quando ambos já se preparavam para ir embora, sendo que este idoso apontou uma arma de fogo e atirou no adolescente João Victor.

Por conta desse crime que teve ampla repercussão em Marabá a DHM, deu início a várias diligências que inclusive resultaram na prisão de dois idosos de barba branca, bem como a apreensão de armas caseiras.

Após as prisões, novamente o adolescente foi ouvido e apontou um dos idosos deles como autor do crime, porém as informações do adolescente eram contraditórias, uma vez que os dois idosos moram bastante longe de onde aconteceu o crime e não são donos da terra onde o jovem morreu, logo não tinham motivos para atirar na vítima.

E por falar em contradição, a policial informou que foram várias deles, sobretudo no tempo de deslocamento entre a Praia do Meio e a Orla de Marabá. Pra se ter uma idéia, o pai do adolescente testemunha ocular, levou pelo menos seis horas num trajeto que geralmente é feito em pouco mais de duas horas.

“Na verdade ele (adolescente de 14 anos) contou uma história fantasiosa, mas as informações não batiam, havia várias contradições, então fizemos as diligências necessárias e o laudo provisório do Iml foi decisivo para elucidarmos o caso”, narra a policial.

O laudo aponta que o tiro foi dado a curta distância, ou à queima roupa, o que derrubou a versão contada pelo adolescente, amigo do João Victor.

Ao fim e ao cabo, o adolescente de 14 anos resolveu contar a verdade e disse que o amigo João Victor morreu em tiro acidental.

Por se tratar de adolescente, a delegada não entrou em maiores detalhes acerca do novo depoimento do jovem, prestado ontem à tarde, porém garante que a vítima morreu de tiro acidental.

O que pode ser dito a respeito desse incidente é que João Victor e o adolescente, testemunha ocular, já estavam dentro do barco rabeta para ir embora depois da caçada aos passarinhos.

Foi neste momento que o João Victor percebeu que havia dentro do barco uma espingarda cartucheira e começou a manusear o artefato de fogo.

Foi neste momento que a espingarda, uma ‘por forra’ disparou e atingiu o rosto da vítima. O laudo confirmou: o tiro foi disparado a curta distância, inclusive atingiu a face da vítima.

A arma foi deixada por esquecimento pelo pai do adolescente de 14 anos. Ele pode responder penalmente por tal desleixo. Por sua vez o amigo do João Victor, aparentemente deve ficar isento de uma eventual sanção, uma vez que aparentemente nenhuma participação no incidente. 



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