quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Chacina de Ourilândia: réus julgados em Marabá



Previsto para acontecer julgamento dos três acusados de cometer a chacina em Ourilândia do Norte, sul do Pará. O júri acontece em Marabá, na próxima terça-feira, dia 25, à frente o juiz Caio Marco Berardo. 

O crime aconteceu no dia 8 de outubro de 2015, na fazenda Alana. As vítimas foram mortas com armas de fogo. Entre elas o pecuarista Jadson Michel Pesconi, filho do ex-prefeito daquele município, Aparecido Pesconi, o médico veterinário Manoel de Paulo Ribeiro Filho, além dos vaqueiros: Samuel Santiago de Oliveira e Josué Francisco de Assis Sousa.

Já os acusados são o pecuarista José Vieira da Mata, César Duarte Santiago e Osvaldo Antonio de Oliveira, este vaqueiro e funcionário de José da Mata. Praticamente todos os réus devem apresentar como tese de defesa negativa de autoria e ausência de provas.

Segundo consta nos autos desse processo, as mortes aconteceram como se num efeito cascata, tendo em vista que os acusados pretendiam seqüestrar o pecuarista Jadson Pesconi e cobrar um resgate milionário, uma vez que a vítima teria recebido uma grande quantia em dinheiro fruto da venda de uma fazenda em Ourilândia.

Para tanto, os acusados usaram de um ardil nada convencional. Em princípio chegaram na fazenda e renderam os dois vaqueiros. Em seguida ordenaram que estes ligassem para o pecuarista e dissessem que bois estavam morrendo e que ele se dirigisse até a fazenda para constatar o caso.

De posse dessa informação, Jadson Pesconi, que no momento da ligação telefônica estava numa casa veterinária, exatamente comprando produtos para a sanidade animal, e ao lado dele, o médico veterinário Manoel Filho, que foi convidado e aceitou acompanhar o pecuarista até a fazenda para verificar a suposta mortandade dos bois.

O final desse trafica história é que todas as quatro vítimas foram mortas com tiros na cabeça, num claro sinal de execução e assim o plano inicial do seqüestro, aparentemente falhou no que resultou na chacina.

O caso é bastante complexo, tanto que resultou num processo de cinco volumes e pelo menos 500 páginas. Outros dois acusados: Natanael e Moisés Rosa de Matos estão indiciados, porém só devem ser julgados em Belém, onde seguem presos.

Cada um dos acusados tem uma participação definida. A reportagem manteve contato com o defensor público Alysson George Alves de Castro. Ele defende os interesses do acusado Cesar Duarte Santiago, que se disse inocente e que nada teve a ver com o crime. A tese de defesa deve ser a negativa de autora e ausência de provas.

Outros dois advogados criminalistas, Arnaldo Ramos e Raphael Lemes Braz defendem os interesses do acusado Osvaldo Antonio de Oliveira. Eles disseram que o réu é inocente e que nada tem a ver com o crime. Ambos, também devem adotar a tese de negativa de autoria.

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