quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Crime ambiental em Bom Jesus dura mais de uma década

Lixão em Bom Jesus do Tocantins polui nascente



Edinaldo Sousa - Um lixão a céu aberto em Bom Jesus do Tocantins está causando uma tremenda dor de cabeça a dois proprietários de lotes rurais daquele município em face aos constantes incêndios que acontecem nesta área por conta de ação do vento. O fogo é ateado por funcionários da Prefeitura. A coleta de lixo é terceirizada.
Mas os incêndios são apenas um dos problemas, tendo em vista que os dois proprietários: Sérgio Saulo Souza Silva dono da fazenda Liberdade e Enézio Ferreira Dias 94 anos dono da fazenda Campo Verde, denunciam que o lixo está contaminando uma nascente que desemboca no rio Jacundá, que por sua vez deságua no rio Tocantins.
O depósito fica localizado numa área de um alqueire, distante cerca de três quilômetros do centro de Bom Jesus, entre as fazendas Liberdade e Campo Verde, que por conta dos constantes incêndios, foi reduzida a muita cinza, tendo em vista que praticamente os dez alqueires de pasto foram queimados. (ver Box)
Vale lembrar que esse lixão é antigo e existe há pelo menos dez anos. Já houve várias manifestações no sentido de remanejar o depósito para outra região, mas todas as tentativas daquela comunidade foram infrutíferas.
A Câmara de Vereadores, por diversas ocasiões denunciou o caso, inclusive no Ministério Público Federal e em diversos órgãos ligados à proteção do meio ambiente, tendo em vista que, quando chove o chorume escorre para uma nascente na parte mais baixa da área.



Fogo queimou pequena fazenda



Em função da localização entre um pequeno vale diariamente é ateado fogo nos dejetos e nesta época do ano, por conta dos fortes ventos, as labaredas atingiram a pequena fazenda Campo Verde, pertencente ao ancião Enézio Ferreira Dias 94 anos.
Um desses incêndios aconteceu no dia 24 próximo passado e reduziu a propriedade a um amontoado de cinzas. Assim cerca de cem animais, estão praticamente sem alimento, pois, de dez alqueires, restaram apenas dois de pastagens.
Como os animais não estão se alimentando, conseqüentemente não estão produzindo leite, renda principal do pequeno agricultor. “É um prejuízo incalculável, nunca vi uma coisa dessas e nem imagino quando vou me recuperar”, comenta Enézio Dias em meio às cinzas.
O filho dele, Onéas Dias, que atualmente está administrando o que restou da pequena propriedade dele, patrimônio principal dele que praticamente acabou.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a propriedade é incendiada por conta de incêndio oriundo o lixão.
Na administração da prefeita Luciene Geralda Resende Veras (PSDB), segundo Onéas Dias parte do pasto foi queimado, porém a ex-prefeita auxiliou no reembolso, inclusive comprou ração para o gado do ancião. (E.S.)


Ancião pretende cobrar prejuízo na Justiça



Por conta dos prejuízos sofridos com o incêndio, o ancião pretende constituir advogado para requerer da Prefeitura de Bom Jesus do Tocantins, ressarcimento junto à Prefeitura de Bom Jesus do Tocantins.
Ontem à tarde a reportagem deste jornal manteve contato com o prefeito deste município Sidney Moreira de Souza, que por sua vez disse que não poderia falar com a imprensa, pois estava em uma reunião.
Enquanto o prefeito não se pronuncia a respeito desse lixão os dois pecuaristas amargam prejuízos. Vacas já foram mortas, inclusive um dos animais foi morta provavelmente por indigestão.
Onéas Dias informou que uma vaca ingeriu uma sacola plástica e por conta disso morreu. “O animal come, mas não digere, começa a emagrecer e morre”, relata mostrando os restos de um animal morto. (E.S.)

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