sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Rua das Cacimbas se transformou na cracolândia marabaense

Cracolândia tem novo endereço


Edinaldo Sousa - Não é de hoje que a reportagem recebe denúncias de que a rua das Cacimbas, bairro Amapá se transformou na Nova Cracolândia de Marabá. Até bem pouco tempo o local conhecido por “Canela Fina” era o ponto de referência para quem quisesse comprar droga.
Com a ação contundente da Polícia os traficantes migraram para a rua das Cacimbas, sendo que muitos destes traficantes praticamente nasceram nesta rua, que era pacata e bastante bucólica e agora foi transformada em ponto de venda de crack e outros entorpecentes.
O início da rua tem geografia semelhante a uma viela de morro do Rio de Janeiro o que facilita a ação dos traficantes.
Diversas denúncias de moradores dão conta que os traficantes são velhos conhecidos da Polícia, porém sequer são importunados.



Menores são usados para vender drogas



A exemplo de diversas outras “bocas” em Marabá, os traficantes usam menores para vender a droga e cobram ao pé da letra a produção e quem não pagar é sumariamente morto.
Os menores ficaram escorados em escadarias, barrancos e do alto monitoram a entrada de carros e motos para a rua.
Funciona como se fosse um mercado no meio da rua. Os usuários são cercados em plena luz do dia e quem não usa droga sofre o constrangimento de ser importunado por um “avião” do tráfico oferecendo a “pedra”, ou o “verde”, como são chamadas o crack e a maconha. (E.S.)


Local funciona diuturnamente



Moradores que não querem ser
identificados com medo de represália, denunciam que as cenas da criminalidade são explícitas e os traficantes vendem droga diuturnamente. “O tráfico de drogas acontece à luz do dia e na frente de policiais” desabafa o morador.
O local é freqüentado por pessoas de todos os níveis sociais. “Sozinhos ou em grupos, adultos, adolescentes e idosos de diferentes classes sociais compram livremente a droga”, acrescenta outro morador.
Devido a movimentação intensa, a rua das Cacimbas está sendo apelidada de “Cracolândia” e é fácil entender a alcunha, pois alguns usuários “degustam” a droga no próprio local.
Recentemente, uma mulher passou dois dias usando drogas. O mais grave neste caso é que a usuária estava com uma criança. (E.S.)


Mercado livre a céu aberto


Quem não tiver dinheiro não tem problema, pois os traficantes “facilitam” o acesso à droga e aceitam objetos de valor que, posteriormente são revendidos.
Cena muito comum de se ver nesta rua são pessoas oferecendo objetos, principalmente celulares, provavelmente furtados, ou roubados. É um mercado livre marabaense.
Os “aviões” atravessam na frente das pessoas e escancaradamente oferecem a mercadoria a preço abaixo do mercado.
“O que é preciso fazer para acabar com o tráfico e o consumo de crack nessa área? Será que falta preparo aos policiais militares, será que o caso só é mesmo de polícia?”, questionam. (E.S.)


Denunciar não adianta


Por diversas vezes, muitos moradores desta rua ligam, ou ligaram para o sistema 190 e denunciaram a ação dos traficantes, mas misteriosamente, até então nenhuma ação mais contundente foi feita para tentar minimizar o problema, ou prender os envolvidos.
Os nomes dos traficantes, segundo estes moradores são de conhecimento da Polícia, porém diante da inércia, continuam livres e impunes. Dentre os traficantes que atuam naquela área, Claudio que seria o comandante, “Dila” e Doriel, subordinados.
Assim os criminosos se organização, se capitalizam, intimidam e ameaçam quem ousar denunciá-los. Tudo isso diante do braço curto do estado.
Outra desconfiança dos moradores é quanto a uma provável “aliança”, inclusive, por repetidas vezes, um destes moradores, ligou para o 190 a interlocutora se aborreceu, porém nenhuma viatura esteve no local para sequer checar a denúncia.
Ontem pela manhã, a reportagem deste jornal Opinião, manteve contato com o coronel Raimundo Cardoso de Souza Júnior e este ficou de conferir a denúncia e quem sabe montar uma equipe de buscas para tentar coibir a ação dos traficantes. (E.S.)

Rua é tradicional e tem várias entidades


A rua das Cacimbas é o que pode chama de local histórico. Moravam no local “Antonio Alves, conhecido “Tá na hora”, o falecido canoeiro “Domingos Saraiva dos Santos”, secretário de meio ambiente, José Scherer, dentre muitas outras pessoas.
Sem contar com o abandono que é secular. Houve promessas diversas de que a rua seria pavimentada, mas até então tudo não passou de promessas eleitoreiras.
A rua está literalmente formada por “costelas de vacas”. De igual forma estão em estado deploráveis as avenidas do Aeroporto e Espírito Santo.
Mesmo assim o bairro do Amapá, especialmente na rua das Cacimbas abriga entidades como a entidade espírita vale do Amanhecer.
Além do Centro Emaús, entidade mantida pela Igreja Católica e que, paradoxalmente, cuida de dependentes químicos.
A rigor o atendimento a estes pacientes é diminuto diante da quantidade de usuários de drogas, que se multiplicam igual erva daninha em jardim. (E.S.)

Invasão no assentamento Veneza


A estudante Rosa Nogueira da Silva ficou de denunciar na Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca) que um lote rural de apenas sete alqueires foi ocupado. O lote fica no assentamento Veneza, em São João do Araguaia, sudeste do Pará.
Segundo ela, o colono Antonio Paulo se apossou da propriedade que está registrado em nome do falecido pai dela, Raimundo Honorato da Silva, morto no dia 20 de setembro de 2000.
Recentemente a jovem foi até a terra juntamente com a mãe dela, Maria Nogueira da Silva e detectaram que Antonio Paulo está morando na propriedade que é a única herança deixada pelo pai dela.
A jovem contou que ambas foram hostilizadas pelo ocupante indesejável e foi orientada a registrar ocorrência na Deca a fim de tentar obter na Justiça o direito à posse da terra.
Para tanto, porém, espera que o ocupante saia pacificamente da propriedade. Ela contou à reportagem que tomou conhecimento de um provável documento falso que dá direito à pose ao ocupante, porém garante que em momento algum a família dela vendeu, ou doou o lote para alguém.
“Só quero o que é nosso”, comenta deixando para a Justiça e à Deca mais esse conflito agrário para que possam resolver. (E.S.)


Formação a facão


Previsto para a próxima quarta-feira (3) a lotação dos novos 265 profissionais em segurança pública da Polícia Civil leiam-se, investigadores, escrivães e delegados que tiveram a chamada formação a facão, ou “policial pen drive”, como estão sendo chamados pelos próprios policiais mais antigos.
Tais apelidos ocorreram em função do breve período em que se submeteram. Após aprovados em provas de conhecimentos gerais e específicos foram para a Academia de Polícia e ficaram apenas 48 dias recebendo aulas práticas de situações que deveriam encontrar nas ruas.
Em anos anteriores esse período era de no mínimo dez meses e mesmo assim muitos policiais consideram pouco tempo.
Um conceituado investigador do Núcleo de Inteligência da Polícia (NIP) questiona essa formação e teme que aconteçam mais casos como os que a aconteceu no dia 10 em Altamira, ocasião em que o investigador Valdemir Lima foi baleado. “Isso é fruto do despreparo, e é perigoso para a sociedade”, alertou. (E.S.)


Empresária com o nome sujo



A micro empresária Geovana Souza Povoas, proprietária de uma pequena loja no bairro Liberdade reclamou na 21ª Seccional Urbana da Nova Marabá a respeito de um crime de estelionato.
Um homônimo, ou uma pessoa que se passa por ela, teria comprado R$ 817,00 e não pagado a conta, num comércio de São Paulo sendo que o nome dela foi parar no Serasa.
Ele disse que nunca fez nenhuma compra em São Paulo, que alias nunca viajou até esta cidade. “Faço compras em Goiânia para abastecer a minha loja, mas estou tendo dificuldade, pois estou com o nome sujo”, lamenta.
Ela informou que há mais de uma década perdeu o CPF dela, porém nunca registrou ocorrência, talvez por isso esteja tendo essa perturbação.
Outro inconveniente a empresária passou recentemente, ocasião em que foi comprar uma moto em Marabá. Só conseguiu realizar a compra por conta de uma relação de amizade que tem com um vendedor.
“É constrangedor a pessoa não dever nada e passar vexame”, lamenta, dizendo esperar reaver o crédito dela e conseqüentemente retirar o nome dela do Serasa. (E.S.)


Traficantes presos na madrugada



Entre os poucos flagrantes registrados durante o plantão do delegado José Lênio Ferreira Duarte consta a prisão de duas pessoas acusadas de tráfico.
Tratam-se de Cleiton dos Santos Pereira e Flávio França da Silva, sendo que este último é foragido do Crama, tendo em vista que foi beneficiado com a saída temporária no final do ano.
Com os dois acusados a Polícia localizou uma sacola contendo pelo menos 150 gramas de uma erva que pode ser a canabis sativa, a popular maconha e uma trouxa contendo crack, além de 326,00.
Os dois foram presos num “cafofo” identificado pela Polícia como sendo “Casa dos artistas”, na Folha 34, Nova Marabá.
Ambos negaram ser donos da droga, mas independentemente das alegações o delegado autuou ambos com base no artigo 33, da Lei 11.343. (E.S.)



Fotos (Luiza Lima e Alex Júnior)


Dona de casa procura filho


Desespero é pouco para definir o sofrimento pelo qual a dona de casa, Luiza Moreira Lima 48 está passando. Tudo por conta do súbito desaparecimento do filho dela, o vaqueiro Alex Júnior Lima de Araújo 20 anos.
O vaqueiro, segundo ela, trabalhava na fazenda Lara em Itupiranga, de onde pode ter desaparecido. Ela, que mora na fazenda Nossa Senhora Aparecida, no estado do Tocantins, contou que há 16 dias está em Marabá para tentar localizar o filho, mas até então todos os esforços foram em vão.
Contou que procurou o dono desta fazenda, Marco Aurélio, mas este teria lhe tratado mal e não informado o paradeiro do filho.
Diante de tantas idas e vindas, a dona de casa procurou apoio na 21ª Seccional Urbana da Nova Marabá, mas até ontem nenhuma informação concreta tinha conseguido.
Ao contrário, a mulher chorava copiosamente ao tomar conhecimento que ontem uma equipe de policiais não iria até a fazenda, o que deve acontecer somente hoje pela manhã.
O próprio delegado superintendente, José Casemiro Beltrão da Silva Júnior ficou de encabeçar a missão e tentar localizar a fazenda e levantar informações a respeito do filho dela. “Vamos tentar”, comentou. (E.S.)

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